13 junho 2014

Se a direita ganhar


Cidadão: Reflita antes de votar.







O Expresso Vida transcreve o artigo de Igor Fuser, reconhecido
jornalista pela sua independência e competência, cujo texto aborda
aspectos das relações internacionais do Brasi. Vale a
leitura e principalmente a reflexão.

 

“ Se a Direita Ganhar.

O Brasil enfrenta, nas eleições presidenciais deste ano,
o risco de um brutal retrocesso político, com o eventual retorno das
forças de direita – representadas, principalmente, pelo candidato tucano
Aécio Neves – ao governo federal. Nesse caso,
teremos uma guinada rumo a um país mais desigual,
mais autoritário, mais conservador. Engana-se
quem imagina apenas uma reprise do que foram os tempos de FHC. 
Para entender o que pode vir por aí, é melhor pensar no
Tea Party estadunidense, no uribismo colombiano, na direita ucraniana.

Limitando este exercício de imaginação apenas à política externa,
é aposta certa supor que uma das primeiras medidas de um governo
Aécio seria a expulsão dos profissionais cubanos
engajados no programa Mais Médicos. Também imediata
seria a adesão do Brasil a um acordo do Mercosul com a União
Europeia nos termos da finada Alca, cujas “viúvas” – também conhecidas
como o Partido dos Diplomatas Aposentados –
recuperarão o comando do Itamaraty, ávidas por agradar aos
seus verdadeiros senhores, as elites e o governo dos Estados Unidos.

O Mercosul, se sobreviver, voltará a ser apenas um
campo comercial, destituído do projeto político de uma
integração mais profunda. A Unasul e a CELAC, esvaziadas,
se tornarão, sem a liderança do Brasil, siglas irrelevantes,
enquanto a moribunda OEA – o Ministério das Colônias,
na célebre definição de Fidel Castro – ganhará um novo sopro
de vida. Quanto ao Brics, articulação central no combate ao
domínio unipolar do planeta pelo império estadunidense,
sofrerá um baque, com a deserção (oficializada ou não) do seu “B” inicial.

Golpistas latino-americanos, já assanhados após os
triunfos em Honduras e no Paraguai (ações antidemocráticas
combatidas com firmeza por Lula e Dilma), ganharão espaço,
certos de
contar com a omissão ou até o apoio de um governo
brasileiro alinhado com os ditames de Washington. Que o diga
 a performática Maria Corina Machado, líder da atual campanha de desestabilização na Venezuela, recebida com fanfarra pelo governador Geraldo Alckmin e por uma penca de jornalistas tucanos, no
programa Roda Viva.

Governos e movimentos sociais progressistas, na
 América Latina e no mundo, perderão um ponto
de apoio; as forças das trevas, como o lobby sionista
internacional, ganharão um aliado incondicional em Brasília.
Isso é apenas uma parte do que está em jogo nas eleições brasileiras.
Espantoso é que, no campo
da esquerda, tantos pareçam não se dar conta. “

O Expresso Vida conclama a todos
refletirem bem antes de sufragarem a escolha dos próximos
integrantes do Congresso Nacional e da presidência da República.

 

Roberto J. Pugliese
Consultor da Comissão Nacional de Direito Notarial e Registral da OAB.

 

( Fonte:  jornal BRASIL E FATO ) 

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