17 janeiro 2024

470 º aniversário da sofrida paulicea.

 São Paulo em festas !

 

 Museu de Arte de São Paulo — Fotografia de Stock

 A última semana de  janeiro é para nós  paulistanos tempo de festas, de alegria em comemoração pelo aniversário da grande cidade que, pitoresca desde a santa fundação, à sombra do Colégio de Jesuítas do platô da Sé, ao longo de sua rica história tem motivos de sobra para orgulhar seus filhos: Detentora de generosidade singular sabe bem receber seus tantos e tantos migrantes a par de por tradição de seu povo ajudar a quem precisa.

 

                                              ( Bandeira do Estado de São Paulo hasteada no jardim da casa do Editor em Joinville, Sc )

Trata-se da mais pujante das pujantes metrópoles porque vive por si. Não é dependente. É líder, conduz, não é conduzida.  A honra de ser paulista e paulistano não se limita aos seus filhos naturais. Os chegantes adotivos, milhões que atravessam o país e o mundo para nela se estabelecer, por serem tratados indiscriminadamente como iguais e sentirem-se queridos, inflam seus peitos de orgulho e afirmam alto e em bom som que são da cidade, e por sê-los, se consideram vencedores.

Sim, o paulista é vencedor. Da cidade ou não, o paulistano é sempre um vencedor !

A cidade vibra sempre acesa. Não cochila. É o ponto de partida e o objetivo final para a difícil trajetória do cotidiano brasileiro. Mutante, segue sempre avante. Todo dia se transforma sem desprezar o passado, pensando no futuro. É a explosão diária da nova dinâmica do sucesso.

 

( bandeira paulista hasteada na residência do Editor em Florianópolis )
 
É a cidade própria dos que agem e sempre pensam grande. Paradigma do arrojo, o paulista mantém o espírito da aventura de seus antepassados desbravando as entranhas do conhecimento.

E no caótico cotidiano paulistano, com as chaminés de suas indústrias poluídas pela fumaça do trabalho de seus operários, a cidade embaçada pela fuligem cinza que escapa do movimento incessante de tanta gente, São Paulo é paradoxal e da aparente insensibilidade dos que nela transitam,surge a doce metrópole das artes, na qual, o poeta  tem espaço para alinhavar suas estrofes e ainda se escutam canções cuja melodia vem no embalo de seus compositores. São Paulo canta a música dos trovadores que vieram de longe por terem seus talentos rejeitados.

A laboriosa metrópole se faz limpa, leve, musical e colorida pelo balsamo dos seus artistas.

Mesmo trágica, sob as enxurradas das tempestades constantes e intermináveis congestionamentos de veículos o laborioso povo encontra tempo para os cafés, os teatros, as casas de diversões. Crente, freqüenta os incontáveis templos de todos os credos.

 Brasão de Armas Paulistano

Maravilhosamente elegante, sua moda faz do tempo o templo das linhas retas e curvas arrojadas. A cidade abriga os mais notáveis intelectuais; os mais brilhantes cientistas e os mais dedicados juristas.  E suas universidades ensinam o mundo.

Solidariedade impar. Recebe carinhosamente a todos. Independente da origem e dos destinos,  o paulistano valoriza o trabalho dos que nela se instalam para vencer.

É a terra que pertence ao mundo. Não tem fronteiras.


capacete usado pelo soldado constitucionalista em 1932


Liderando e impondo suas razões de forma a mostrar que sabe como ninguém, o paulistano soberbo não exibe modéstia: Trabalha, organiza, resolve, constrói e sem cessar, nunca se cansa e atento está ao lado de todos que dele se socorrem. Arrogante, é sempre, naturalmente o comandante. Orgulha-se de saber impor o caminho do sucesso e trazer soluções: Em S. Paulo, no Brasil e no exterior.

S. Paulo é a síntese de todas as sínteses do país. É a síntese do século XXI
 
 
Bandeira de São Paulo da cidade brasileira ondulada — Fotografia de Stock
                                                    ( bandeira da cidade de São Paulo )
 
 
Enfim, aproveitando a festa, conto o segredo: O privilégio de nela nascer é benção que ilumina caminhos. Agradeço aos meus Protetores a graça de te-la vivido e nas entranhas de suas avenidas, becos, prédios, vielas, parques, jardins, escadas, túneis e vilas ter sobrevivido e dentro de seus confins conhecido o melhor saber.

É a própria escola da vida. É o melhor conhecimento. É a arte, o esporte a ciência. São Paulo ereta tem tudo; é tudo; é simplesmente o resumo de tudo.

Parabéns a todos que ajudam a construí-la, fazendo do asfalto que a tinge de suor vermelho do sangue heróico de seus habitantes, a maior metrópole cristã,solidária, humana e paulistana.

Parabéns aos que movidos pela ambição, transformam o cimento árido de suas incontáveis construções, o adocicado perfume da calorosa metrópole sempre nascente.

Non Duco, Ducor.
Parabéns!

Roberto J. Pugliese
editor
paulistano.
www.puglieseadvogados.com.br


12 janeiro 2024

Itanhaém: Rever homenagem póstuma equivocada.

 

Carta Aberta para a sociedade e autoridades de Conceição de Itanhaém.

Senhoras e Senhores.

 Saudações Respeitosas,

Venho à público indignado ao saber dos equívocos graves carimbados pelas autoridades municipais, que sem dimensionar suficientemente o valor da vida intensa, rica em ações sociais e políticas e a inequívoca liderança de Miguel Simões Dias, gravaram seu nome, buscando homenageá-lo, em logradouro escondido despido da grandeza mínima que possa revelar a importância de que ao longo de seu tempo, representou para a cidade, seus frequentadores e sua população.

 Benedito Calixto,Prainha,Itanhaém,Praia de Itanhaém,quadro, poster,gravura,replica,canvas,reprodução,tela,foto,pintura,compra

              ( Tela de Benedicto Calixto de Jesus -Prainha )

Não pretendo rabiscar seu extenso currículo por ser de conhecimento dos que vivem, sabem e conhecem realmente a história recente de Itanhaém, mas cravo meu repúdio aos responsáveis pela infelicidade do ato que deve ser corrigido o quanto antes, evitando perpetuar-se o grosseiro erro que houve macular a própria história da Câmara Municipal e de seus atuais ilustrados integrantes.

A par desse tropeço os mesmos responsáveis ignoraram que no passado Sebastião das Dores, por seus méritos, fora homenageado cedendo seu nome ao antigo Caminho do Porto Novo, lugar que durante sua vida trilhou incansavelmente abastecendo os munícipes com a fartura de peixes que resignado, ao tempo, pescava enfrentando as intemperes naturais, com sua frágil embarcação movida pelos seus braços e agregados. Sem dúvida o primeiro morador da Prainha, lugar de onde partiam para singrar as águas da costa atlântica.

Fui privilegiado em conhece-lo, já frágil e com idade avançada, estava sempre cuidando para que as pescarias fossem exitosas. Comandava permanecendo atento, sentadinho à porta de seu barraco, aliás o único da praia, Maneco Silveira, João Rosa, Pedro Riccardi e outros que constituíam o único núcleo de pescadores artesanais instalados onde posteriormente ficou conhecida, com a chegada dos catarinenses com suas canoas motorizadas, como Praia dos Pescadores. 

Praia dos Pescadores - Itanhaém | Loucos por Praia | Loucos ...

Repentinamente o pescador com tantas histórias e vida repleta de ações que foram relevantes à sua época, que vivera sempre ao redor de sua praia, teve riscada a homenagem que outrora lhe fora prestada e em seu lugar, Miguelzinho como carinhosamente sempre fora conhecido o vereador, o prefeito, o líder da histórica Conceição é titularizado no modesto logradouro bem acanhado para tão grande personagem.

Se para o incógnito pescador o antigo Caminho que do Porto Novo, junto à beira do rio, seguia tortuoso até a Prainha tem motivação histórica e revela sua própria vida naquele sítio, para o gigante Miguelzinho, trata-se apenas de um beco medíocre que não condiz com o seu legado.

É preciso anular o ato equivocado e fazer com que o status quo ante permaneça homenageando o caiçara que bem simboliza Conceição de Itanhaém dos primeiros anos do século passado.

Atribuír-se o nome de Miguel Simões Dias, à prédio público, escola, posto de saúde, creche, repartição municipal, biblioteca o dignificará merecidamente. Seu nome estampado em qualquer outro logradouro, que tenha fluxo de pessoas, trânsito, comércio, ou seja, em artéria movimentada de pessoas e veículos, que visualize a importância e o que representou o homenageado durante seu tempo, perpetuará o agradecimento póstumo dos munícipes pelo que foi e legou.

É preciso repensar com serenidade e corrigir o erro e jamais repeti-lo. Insta lembrar que são inúmeros os personagens com raízes, vínculos e ligações diversas com a cidade, que num tempo futuro virão a ser objeto de graças semelhantes. É o resultado natural que se repete ao longo da história. Será grotesco, um dia qualquer, Itanhaém pelas suas autoridades, perpetuar eternamente, por seus méritos, ilustres figuras com raízes e vínculos e a par, rasgar o papiro anterior, carimbando injusta decisão, substituindo um pelo outro, como a que agora se deu com o antigo caminho.

É sabido que avenidas, destacando a Condessa de Vimeiros; ruas entre as quais salienta-se a Cesário Bastos ou praças como a Benedito Calixto, pela relevância desses personagens na história de Itanhaém, devem ser preservados e nunca virem a ter seus nomes substituídos; porém merece ser repensado, por não haver qualquer motivo que justifique que se mantenha a homenagem perpétua, à logradouros de relevância urbana, agraciando  quem é despido de motivações justas para a história recente ou de outrora da cidade. Entre outras vias públicas, à avenida Presidente Kennedy importante artéria estratégica no Parque Balneário ou rua Colibri no Guaraú, apenas para lembrar que o ato lamentável repudiado, mais do que injusto, trata-se de dupla infâmia cuja correção é viável valendo-se da existência de incontáveis logradouros que oferecem essas condições, posto que as substituições de seus nomes não causarão qualquer trauma para a memória da sociedade.

Oportuno lembrar que recentemente o saudoso Harry Forssel foi perpetuado na importante avenida que dos Belas Artes segue para a rodovia em substituição a 31 de Março, então nome da antiga estrada, já que a efeméride diz respeito ao golpe militar, mancha escura da história que merece ser ignorada e esquecida e não havia razão outra para manter-se tamanha agressão a democratas e vítimas de suas crueldades, alguns dos quais, inclusive, filhos da cidade.

Enfim, sem maiores delongas, ouso pedir a esta Casa de Cultura e individualmente aos seus integrantes que se  manifestem e movimentem-se em favor da correção necessária para que o Plenário Don Edílio José Soares da Colenda Casa Legislativa municipal mantenha altivo e soberbo lastreado por sua elegante história que nunca se desviou da justiça e de ações dignas de aplausos.

Agradeço a distinta atenção e conto com o empenho de todos para que a justa correção decrete a verdadeira homenagem perpétua ao saudoso Miguelzinho e a par, conceda novamente a digna graça de manter-se perpetuado o nome de Sebastião das Dores no antigo Caminho do Porto Novo.

Joinville, 11 de Janeiro de 2024.

 

Roberto J. Pugliese
editor
www.puglieseadvogados.com.br
vidaexpressovida.blogspot.com