5 DE MAIO, DIA DA LÍNGUA PORTUGUESA
Não há motivo para festas.
A língua portuguesa, a última flor da Lácio, tão bela e culta, vem sendo diaria e constantemente ultrajada. Tanto a forma culta de expressão, como igualmente a linguagem ordinária e comum através da qual as pessoas se comunicam por escrito ou oralmente.
São palavras e frases de origem estrangeira que maculam o bom linguajar e o aprimoramento e a atualização contemporânea do idioma. Anglicismos, gaulismos, italianismos e tantos e tantos ismos que transformam a oralidade de origem lusitana espalhada pelo mundo e destacada entre as cinco das mais faladas, no idioma que tende a se modificar perdendo sua origem ibérica medieval.
A desídia das autoridades dos países de língua portuguesa está levando a essa trágica situação que se constata. Não se pretende impor a linguagem dos primeiros povos, mas a tradição e a construção da fala tem raízes que não podem se perder no tempo.
É preciso reverter a tendência.
Bom lembrar que das tantas expressões culturais que constituem a Nação brasileira a Língua Portuguesa, através do dialeto brasileiro, é a expressão maior que se apresenta nas ilhas do Atlântico, nos grotões do Acre, nas planices do Centro Oeste e na orla litorânea desde o Amapá até o Rio Grande, revelando o Brasil como um todo. A despeito dos sotaques e peculiaridades regionais a língua propiciou, com outros elementos, a unidade territorial do estado brasileiro como se apresenta.
Enfim, para não me alongar, deixo o recado: Vamos preservar a Língua pátria, para que possamos preservar o próprio estado nacional e a nacionalidade brasileira que também anda fragilizada.
Bastante fragilizada.
Roberto J. Pugliese
editor
titular da cadeira nº35 da Academia São José de Letras.
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