* EXPRESSO VIDA *
Conselho Editorial (inspirado) Carlos H. Conny, presidente; M. Covas, Miguel S. Dias, W. Furlan, Edegar Tavares, Carlos Lira, Plínio Marcos, Lamarca, Pe. João XXX, Sérgio Sérvulo da Cunha, H. Libereck, Carlos Barbosa, W. Zaclis, Plínio de A. Sampaio, Mário de Andrade, H. Vailat, G. Russomanno, Tabelião Gorgone, Pedro de Toledo, Pe. Paulo Rezende, Tabelião Molina, Rita Lee, Izaurinha Garcia, Elza Soares, Beth Carvalho, Tarcila do Amaral, Magali Guariba, Maria do Fetal,
09 junho 2024
05 abril 2024
Conceição de Itanhaém em festa.
ITANHAÉM FELIZ ANIVERSÁRIO !
Valendo-se de contas e informações diversas o Expresso Vida parabeniza Conceição de Itanhaém pelos 492 anos de fundação e participação ativa na história de São Paulo e do Brasil.
Brindando os ilustrados leitores e seguidores desse fanzine, segue abaixo o vídeo Sou da Praia, música de João Carrasco, advogado, ex prefeito de Itanhaém, para o deleite de todos nós.
23 março 2024
Lisa Ono e João Donato /// Show em Tókio, 95.
O Expresso Vida prestigia a boa música brasileira sempre.
18 fevereiro 2024
História de Guaraqueçaba
Março é mês de aniversário de Guaraqueçaba.
O Expresso Vida parabeniza a cidade e o povo de Guaraqueçaba, no litoral norte de Paraná, e transcreve abaixo a história da cidade, copiada do sitio eletrônico do município ( 18 de fevereiro de 2024 https://www.guaraquecaba.pr.gov.br/cidade )
" Até a primeira metade do século XVI, os únicos habitantes da região eram os grupos indígenas, que se distribuíam pelos estuários e baías do litoral paranaense, principalmente às margens da baía de Paranaguá. Inicialmente, a região era habitada por tupiniquins, tendo, mais ao sul do litoral paranaense e norte catarinense, a frequente presença de índios carijós, hábeis em descer do planalto à planície litorânea pelo caminho de Peabiru e seus ramais. Esse antigo caminho indígena ligava o Império Inca localizado nas cordilheiras dos Andes ao litoral paulista, com ramificações para o litoral paranaense e catarinense. Por meio dessas ramificações, as nações indígenas nômades iam do litoral para o planalto e vice-versa.
No começo do século
XVI, os carijós pertencentes ao tronco Tupi-Guarani, ocupavam toda a
costa sul do Brasil, desde a barra de Cananéia até o Rio Grande do Sul.
Registros históricos estimam que havia de 6 a 8 mil Carijós no litoral
paranaense desenvolvendo atividades de lavoura e pesca. No litoral, as
atividades cotidianas incluíam a caça, a pesca, coleta de ostras,
mexilhões, bacucus, caranguejos, etc. Prova da presença desses povos
antigos, são os vestígios deixados, chamados de sambaquis (Depósito
natural de cascas de ostras e outras conchas) encontrados ora na costa,
ora em lagoas ou rios. Em Guaraqueçaba, ainda se encontram vários
sambaquis em bom estado de conservação.
Com
o achamento do Brasil, pelos portugueses, em 22 de Abril de 1500, e a
fundação da colônia de São Vicente, em 1532, no litoral paulista,
partiram as primeiras expedições de exploração ao complexo estuarino de
Cananéia, Iguape e Paranaguá. A história refere-se à presença, em 1545,
de colonos lusos estabelecidos em Superagui e, entre 1550 a 1560, na
Ilha da Cotinga.
No dia 18 de Novembro de 1547, ao tentar esconder-se
de uma tempestade, o navegador alemão, Hans Staden, se abriga no canal
do Superagui, onde encontrou ali índios tupiniquins e dois portugueses
náufragos. Esse navegador descreveu o que viu: índios usando peles de
animais ferozes para se proteger do frio. Seu relato de viagem, do ano
de 1556, apresenta a primeira carta da baía de Paranaguá.
Posteriormente, na intenção de capturar índios para escravizá-los,
portugueses, vindos do litoral paulista, chegaram à BAÍA DE GUARAQUEÇABA
e ali descobriram ouro nos rios Ribeira, Açungui e Serra Negra;
fixaram-se na região, iniciando assim, as atividades de mineração no
Brasil.
Em 1614, Diogo de Unhatte, tabelião da ouvidoria de São Vicente, obteve, de Pero Cubas, a sesmaria,
denominada Paranaguá, localizada entre os rios Ararapira e Superagui –
atual município de Guaraqueçaba. Povoamento mais efetivo, pelos
europeus, se deu no século XVII, através da atuação do capitão-mor,
Gabriel de Lara. Outro grupo de portugueses, os chamados bandeirantes,
vindo de São Paulo, instalou-se às margens dos rios da baía de
Guaraqueçaba. Com a descoberta de ouro em Minas Gerais, nesse mesmo
século, encerra-se o ciclo de mineração nessa região e as comunidades se
mantiveram por meio da agricultura de subsistência. A população foi
crescendo e o cultivo e comércio de arroz, cana-de-açúcar, aipim,
banana, café, milho e feijão se intensificaram.
No
século XVIII, fazendas de comercialização de produtos agrícolas e
madeira cresceram com o trabalho escravo, inclusive, os produtos eram
exportados para a Argentina e o Paraguai, sendo transportados, pelo rio,
em canoas e pequenas embarcações, até o porto de Guaraqueçaba ou
Paranaguá, onde eram comercializados. Nesse período, a região sofreu a
influência cultural de europeus e africanos.
Em 1838, Cypriano Custódio de Araujo e Jorge Fernandes Corrêa, antigos proprietários de terras, construíram a Capela do Bom Jesus dos Perdões,
na encosta do Morro Quitumbê. Em torno da capela surgiram habitações e,
em pouco tempo, a povoação nascente ganha direito e privilégios.
Elevado à freguesia em 1854, mas somente gozando do predicamento de
Vila, no ano de 1880. Em 1938, a Vila foi extinta e anexada como
Distrito ao Município de Paranaguá. Voltou a figurar como município
autônomo, em 1947.
Em meados do
século XIX, quando o Paraná elevou-se a categoria de Estado, muitos
imigrantes europeus, principalmente suíços, italianos e franceses,
instalaram-se em Superagui, onde desenvolveram agricultura com uso de
canais de irrigação. Produziram arroz, uva para fabricação de vinho,
café e mandioca. A vila de Guaraqueçaba progredia, no continente. As
duas primeiras décadas do século XX foi o período da maior prosperidade
em Guaraqueçaba, quando navios carregados de banana e madeira faziam
linhas até Argentina e Paraguai. Nessa época, agricultores paulistas, em
busca de terras férteis e baratas, criam as comunidades de Pedra Chata e
Batuva.
Mas, a crise da economia
capitalista, de amplitude mundial, ocorrida em 1929, causa reflexos
também na região, causando dificuldades na economia agrícola, uma vez
que era quase que totalmente voltada à exportação. Na década de 40,
alemães fugindo dos reflexos da 2ª guerra mundial, chegam a Serra Negra e
Rio Bananal, instalando-se nessa região. As comunidades de Rio Verde e
Rio Guaraqueçaba funcionavam como intermediárias à comercialização da
banana, originária da comunidade do Batuva, rio acima.
Nos
anos 50, instalaram-se as primeiras fábricas de palmito e muitos
agricultores migraram para o corte de palmito, diminuindo assim, o uso
de parcelas de terra para agricultura. Com a abertura da rodovia ligando
Guaraqueçaba a Antonina, a PR-405 (denominada Rodovia Deputado Miguel Bufara,
de acordo com a Lei Estadual 7.198 de 13/09/1979) única via de acesso
terrestre à região, um novo processo de ocupação foi iniciada. O governo
federal liberou créditos subsidiados e reduziu impostos para quem
quisesse cultivar café, palmito e criar búfalos. Assim, muitos abriram
suas áreas, venderam as madeiras, introduziram o búfalo (que degradou as
florestas de planície) e não produziram, nem manejaram o café e o
palmito. Somente nos anos 80 reconheceu-se que o estímulo dado às
atividades agrícolas convencionais sem fiscalização, acarretou a
degradação e a acelerada descaracterização ambiental da região, assim
como o empobrecimento gradual da população que ali morava, secularmente.
A
partir de então, valorizou-se a região de Guaraqueçaba, procurando
resguardá-la do uso indiscriminado e intensivo, criando-se algumas
Unidades de Conservação, na intenção de disciplinar e orientar as
atividades e valorizar o patrimônio natural existente.
Com
quase 500 anos de colonização, Guaraqueçaba mostra uma mistura de
hábitos e tradições de índios, portugueses, negros e europeus de
diversas áreas. Como resultado, uma cultura rica e diferenciada em
relação às de outros lugares do Brasil. Através da história oral,
lendas, músicas, danças, artesanato e hábitos alimentares, gerando
grande variedade cultural que deve ser resgatada e transmitida às
futuras gerações.
FONTE: Atlas Ambiental da APA de Guaraqueçaba "
No território do município, na ilha de Superagui, próximo a barra de Ararapira, na divisa com o Estado de São Paulo, se encontra o marco histórico Moco - Firmamento.
A reprodução acima colhida do Google Maps, mostra a situação exata do marco que, trata-se do antigo lugar onde havia a divisa natural entre grupos indígenas guerreiros e inimigos, que serviu para limitar a 5a. Comarca de Curitiba, desmembrar e criar o território do Estado do Paraná, posteriormente alterado para alguns quilometros acima.17 janeiro 2024
470 º aniversário da sofrida paulicea.
São Paulo em festas !
A última semana de janeiro é para nós paulistanos tempo de festas, de alegria em comemoração pelo aniversário da grande cidade que, pitoresca desde a santa fundação, à sombra do Colégio de Jesuítas do platô da Sé, ao longo de sua rica história tem motivos de sobra para orgulhar seus filhos: Detentora de generosidade singular sabe bem receber seus tantos e tantos migrantes a par de por tradição de seu povo ajudar a quem precisa.
( Bandeira do Estado de São Paulo hasteada no jardim da casa do Editor em Joinville, Sc )
12 janeiro 2024
Itanhaém: Rever homenagem póstuma equivocada.
Carta Aberta para a sociedade e autoridades de Conceição de Itanhaém.
Senhoras e Senhores.
Saudações Respeitosas,
Venho à público indignado ao saber dos equívocos graves carimbados pelas autoridades municipais, que sem dimensionar suficientemente o valor da vida intensa, rica em ações sociais e políticas e a inequívoca liderança de Miguel Simões Dias, gravaram seu nome, buscando homenageá-lo, em logradouro escondido despido da grandeza mínima que possa revelar a importância de que ao longo de seu tempo, representou para a cidade, seus frequentadores e sua população.
( Tela de Benedicto Calixto de Jesus -Prainha )
Não pretendo rabiscar seu extenso currículo por ser de conhecimento dos que vivem, sabem e conhecem realmente a história recente de Itanhaém, mas cravo meu repúdio aos responsáveis pela infelicidade do ato que deve ser corrigido o quanto antes, evitando perpetuar-se o grosseiro erro que houve macular a própria história da Câmara Municipal e de seus atuais ilustrados integrantes.
A
par desse tropeço os mesmos responsáveis ignoraram que no passado Sebastião das
Dores, por seus méritos, fora homenageado cedendo seu nome ao antigo Caminho do
Porto Novo, lugar que durante sua vida trilhou incansavelmente abastecendo os
munícipes com a fartura de peixes que resignado, ao tempo, pescava enfrentando
as intemperes naturais, com sua frágil embarcação movida pelos seus braços e
agregados. Sem dúvida o primeiro morador da Prainha, lugar de onde partiam para
singrar as águas da costa atlântica.
Fui privilegiado em conhece-lo, já frágil e com idade avançada, estava sempre cuidando para que as pescarias fossem exitosas. Comandava permanecendo atento, sentadinho à porta de seu barraco, aliás o único da praia, Maneco Silveira, João Rosa, Pedro Riccardi e outros que constituíam o único núcleo de pescadores artesanais instalados onde posteriormente ficou conhecida, com a chegada dos catarinenses com suas canoas motorizadas, como Praia dos Pescadores.
Repentinamente
o pescador com tantas histórias e vida repleta de ações que foram relevantes à
sua época, que vivera sempre ao redor de sua praia, teve riscada a homenagem
que outrora lhe fora prestada e em seu lugar, Miguelzinho como carinhosamente sempre
fora conhecido o vereador, o prefeito, o líder da histórica Conceição é
titularizado no modesto logradouro bem acanhado para tão grande personagem.
Se
para o incógnito pescador o antigo Caminho que do Porto Novo, junto à beira do
rio, seguia tortuoso até a Prainha tem motivação histórica e revela sua própria
vida naquele sítio, para o gigante Miguelzinho, trata-se apenas de um beco
medíocre que não condiz com o seu legado.
É
preciso anular o ato equivocado e fazer com que o status quo ante
permaneça homenageando o caiçara que bem simboliza Conceição de Itanhaém dos
primeiros anos do século passado.
Atribuír-se
o nome de Miguel Simões Dias, à prédio público, escola, posto de saúde, creche,
repartição municipal, biblioteca o dignificará merecidamente. Seu nome estampado
em qualquer outro logradouro, que tenha fluxo de pessoas, trânsito, comércio,
ou seja, em artéria movimentada de pessoas e veículos, que visualize a importância
e o que representou o homenageado durante seu tempo, perpetuará o agradecimento
póstumo dos munícipes pelo que foi e legou.
É
preciso repensar com serenidade e corrigir o erro e jamais repeti-lo. Insta
lembrar que são inúmeros os personagens com raízes, vínculos e ligações
diversas com a cidade, que num tempo futuro virão a ser objeto de graças
semelhantes. É o resultado natural que se repete ao longo da história. Será
grotesco, um dia qualquer, Itanhaém pelas suas autoridades, perpetuar
eternamente, por seus méritos, ilustres figuras com raízes e vínculos e a par,
rasgar o papiro anterior, carimbando injusta decisão, substituindo um pelo
outro, como a que agora se deu com o antigo caminho.
É
sabido que avenidas, destacando a Condessa de Vimeiros; ruas entre as quais
salienta-se a Cesário Bastos ou praças como a Benedito Calixto, pela relevância
desses personagens na história de Itanhaém, devem ser preservados e nunca virem
a ter seus nomes substituídos; porém merece ser repensado, por não haver
qualquer motivo que justifique que se mantenha a homenagem perpétua, à logradouros
de relevância urbana, agraciando quem é
despido de motivações justas para a história recente ou de outrora da cidade.
Entre outras vias públicas, à avenida Presidente Kennedy importante artéria estratégica
no Parque Balneário ou rua Colibri no Guaraú, apenas para lembrar que o ato
lamentável repudiado, mais do que injusto, trata-se de dupla infâmia cuja
correção é viável valendo-se da existência de incontáveis logradouros que
oferecem essas condições, posto que as substituições de seus nomes não causarão
qualquer trauma para a memória da sociedade.
Oportuno
lembrar que recentemente o saudoso Harry Forssel foi perpetuado na importante
avenida que dos Belas Artes segue para a rodovia em substituição a 31 de Março,
então nome da antiga estrada, já que a efeméride diz respeito ao golpe militar,
mancha escura da história que merece ser ignorada e esquecida e não havia razão
outra para manter-se tamanha agressão a democratas e vítimas de suas crueldades,
alguns dos quais, inclusive, filhos da cidade.
Enfim,
sem maiores delongas, ouso pedir a esta Casa de Cultura e individualmente aos
seus integrantes que se manifestem e
movimentem-se em favor da correção necessária para que o Plenário Don Edílio
José Soares da Colenda Casa Legislativa municipal mantenha altivo e soberbo
lastreado por sua elegante história que nunca se desviou da justiça e de ações
dignas de aplausos.
Agradeço a distinta atenção e conto com o empenho de todos para que a justa correção decrete a verdadeira homenagem perpétua ao saudoso Miguelzinho e a par, conceda novamente a digna graça de manter-se perpetuado o nome de Sebastião das Dores no antigo Caminho do Porto Novo.
Joinville, 11 de Janeiro de 2024.
20 dezembro 2023
CONDENAÇÃO INJUSTA
JUSTIÇA TENDENCIOSA.
O Expresso Vida publica texto da jornalista Elaine Tavares, da UFSC, que relata muito bem os desvios que ocorrem na Justiça comum do Estado de Santa Catarina e também pelo país nos últimos tempos.
" Punida por mostrar a verdade
A jornalista Schirlei Alves foi condenada à prisão e pagamento de multa pelo judiciário catarinense. Ela foi acusada de “manchar a honra” de um juiz, um advogado e um promotor que atuaram num caso de estupro. Tudo isso porque ela noticiou a gravação da audiência de instrução, na qual a vítima do estupro, Mari Ferrer, é humilhada e constrangida várias vezes pelo advogado de defesa do acusado, Cláudio Gastão da Rosa Filho. A gravação mostra que ela implora ao juiz por respeito, dizendo que nem assassinos eram tratados como ela estava sendo tratada, mas o juiz ignorou seu apelo. Foram cinco horas de massacre contra a vítima e por fim, o acusado do estupro foi inocentado. Seria mais um caso “comum”, no qual o agressor sai livre, a mulher depreciada e os operadores do direito, incólumes.
Mas, ocorre que a Schirlei fez o que qualquer
bom jornalista faria: descreveu as cenas, desvelou o cenário, expôs as
chagas, tanto as da situação do estupro sofrido quanto as do judiciário.
Uma reportagem que não encontrou abrigo nos meios comerciais catarinenses
e acabou sendo veiculada na Intercept Brasil, uma agência de notícias. O
texto explicita o que as imagens igualmente dizem. E o que se vê é uma garota
sendo julgada por suas roupas, por ter bebido, por estar num bar. E, mais do
que isso, sofrendo outra violência, praticamente sendo apontada como culpada
de ter sido estuprada. Um balaio de horrores.
A reportagem da Schirlei não se limita às imagens desveladas. Ela ouve a
vítima, as pessoas próximas, a OAB, o Ministério da Mulher, delegada,
promotora do Núcleo de Gênero, enfim, uma série de outras vozes que corroboram
a tese de que a jovem vítima do estupro foi também humilhada e negligenciada
no caso. O caso repercutiu em todo país e os envolvidos se viram expostos.
O juiz, Rudson Marcos, recebeu uma advertência formal do Conselho Nacional
de Juízes, por ter sido negligente, o promotor e o advogado foram repudiados
pela opinião pública. E, por isso, decidiram acusar Schirlei de lhes manchar
a honra.
O processo foi julgado pela juíza Andrea Struder, que condenou Schirlei
aplicando uma sentença leonina. Segundo texto na Agência Intercept: “A
condenação de Schirlei proferida pela juíza lembra a época da ditadura e
é totalmente infundada, repleta de falhas processuais e extremamente
desproporcional. Studer foi a única juíza disposta a aceitar o caso apresentado
por seus colegas na vara, depois que muitos outros se recusaram devido ao
conflito aparente”.
A condenação da jornalista levantou a categoria que entende a decisão
como uma sentença não apenas contra Schirlei, mas contra todos os jornalistas,
visto que a ser mantida, significa claramente uma mordaça. É sabido que
o judiciário brasileiro é uma instituição que representa a classe dominante
e se configura num guardião desta minúscula fatia da sociedade. Ficar
contra os trabalhadores é pão comido, coisa cotidiana. Mas, ainda assim a
sentença chocou os jornalistas por representar uma obstrução ao trabalho
do profissional, que é o de reportar os fatos. Importante ressaltar que
a queixa se dá porque a jornalista expôs um juiz, um promotor e um advogado.
Ora, receber pena de prisão e multa de 400 mil reais por ter relatado fatos
reais e comprovados tem algum sentido? Nenhum. Esta semana outro vídeo de
uma audiência virtual em Santa Catarina mostra uma juíza igualmente sendo
grossa e arrogante com uma testemunha. Será penalizada também a pessoa
que divulgou mais essa cotidiana ação das cortes? Não se pode mostrar a realidade
do mundo judiciário? Está vedado? Bom, isso tem nome. Censura.
Na Universidade Federal de Santa Catarina, foi organizado pelo Sindicato
dos Jornalistas um ato de solidariedade à jornalista, que ainda está
lutando na justiça, agora em segunda instância. Compareceram jornalistas,
representantes de movimentos sociais, de sindicatos, estudantes, políticos
e comunidade, todos dispostos a apoiar e lutar junto com Schirlei para que
essa sentença seja anulada. Nenhum dia de prisão e nenhum centavo de
multa. O judiciário catarinense terá de responder com justiça.
É sabido que o jornalismo brasileiro é, via e regra, um jornalismo declaratório,
sem profundidade e muitas vezes cúmplice dos poderes dominantes. Mas,
jornalistas há que fogem do lugar comum e cumprem a função primeira do jornalismo
que é desvelar o que quer se esconder. Schirlei é uma dessas profissionais.
Valente, responsável, ética. Ela está sofrendo, porque é repórter, e sabe
que fez o certo. Vive uma tortura cotidiana por ter cumprido com seu compromisso
profissional.
Cabe a nós enredá-la numa rede de afeto e de luta para que ela saiba que não
está sozinha. E cabe a nós também divulgar ao máximo essa infâmia.
O jornalismo de verdade carrega essa marca, a da expor à luz o que se esconde.
Não é sem razão que lá na Inglaterra o também jornalista Julian Assange
sofre prisão e tortura por ter revelado os crimes dos Estados Unidos. Guardadas
as proporções, assim tem sido com a Schirlei, por ter exposto algumas vísceras
do judiciário.
Justiça para Schirlei. Suspensão da sentença já! Nada menos do que isso! "
(Elaine Tavares // 13/12/2023)
Não é a primeira vez e não será a última,lamentavelmente, que os órgãos do Poder Judiciário no Brasil ultimam medidas injustas, arbitrárias e salientemente prepotentes, contrário ao principio do bom direito e garantias constitucionais, próprias do regime democrático.
E a Justiça no Estado de Santa Catarina tem se revelado, há boa data, contumaz nessas práticas, que vão desde sua estrutura institucional, passando pelo comportamento de servidores e culminando com ações de seus membros em todos os graus e competências jurisdicionais.
E a Justiça especializada no Estado de Santa Catarina, com menos frequência, também padece desses tropeços.
É preciso lembrar que a Crítica é dever da Inteligencia e ninguém está isento dessas manifestações.
O Expresso Vida se solidariza e apoia a jornalista e a todos os meios legítimos de comunicação social.