O Expresso Vida traz para seu público o programa nº 16 levado ao ar pela Rádio Comunitária Transmar de Cananéia e pela rede mundial de computadores.
Segue o texto.
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Programa nº16-
DISTINTOS OUVINTES,
saúde, justiça e paz, eu sou Roberto José Pugliese, cidadão honorário de
Cananéia, e o programa de hoje é dedicado a lembrança de Luiz Alves, ex prefeito de Cananéia e ao ensejo irá abordar tema
referente as restrições ambientais impostas arbitrariamente ao município e ao
seu povo.
Como é sabido a cidade está erguida numa ilha situada no
centro de um arquipélago cujo patrimônio ecológico é de expressivo valor. O
meio ambiente com predomínio da Mata Atlantica é de reconhecimento
internacional, a ponto de Cananéia ser há bom tempo considerado pela Unesco, o
órgão de cultura da ONU, área declarada
Reserva da biosfera , e assim, ter olhares especiais, em tese, pelos poderes
públicos.
Mas esse patrimônio não autoriza, de modo algum, que as
autoridades com fundamento na defesa ambiental, passem por cima de direitos e
garantias fundamentais que preservam, antes de tudo, a mínima dignidade humana.
As populações locais, não apenas os segmentos
tradicionais, entre os quais, os indígenas, os descendentes dos quilombolas, os
pescadores tradicionais e o caiçara de um modo geral não podem ser ultrajados
arbitrariamente no modo de vida, em homenagem ao meio ambiente preservado a
qualquer custo, para benefício na maioria das vezes, de populações outras, até
nem sempre da região e distantes o bastante para desconhecerem o drama do povo
do Lagamar.
O Vale do Ribeira, mas especialmente o caiçara do litoral
sul paulista, aquele ilhéu perdido na floresta atlântica que, por gerações
convive amigavelmente com a flora e a fauna a preservando e dela tirando seu
sustento, é a maior vítima de ecologistas que mais agridem os povos mais
humildes e ignoram as investidas do capital internacional e das elites locais,
que no último século, paulatinamente operam nos diversos cantos, praias, ilhas e cidades
até então isoladas do convívio
destruidor daqueles que dizem trazer o desenvolvimento.
A cidade de Cananéia em seu centro urbano, à vista de
todos, tem nesse aspecto, atentem-se, uma fábrica e um centro comercial
aterrados no mangue, apenas para pontuar uma violência ambiental ignorada. Tem
ao longo do Retiro das Caravelas, a privatização de avenida beira mar, com
muros e cais particulares, impedindo o acesso público. E nessa linha, outras
tantas e tantas agressões podem ser apontadas e demonstrado que ecologista e
autoridades públicas se calam.
E as autoridades que mandam derrubar casebres ao longo da
Rodovia Municipal José Herculano Rosa, ignoram e se curvam diante das agressões e ilegalidades apontadas.
Enfim, sem delongas, o município de Cananéia depende do
desenvolvimento trazido pelo turismo especialmente, mas essa fonte da economia potencial
tem que se ajustar ao modo de vida do caiçara e demais habitantes, da zona
urbana e rural desse privilegiado espaço natural.
Se isso não ocorrer, em breve, a fonte natural de
recursos secará e Cananéia será esquecida. Ninguém se deslocará para a cidade
se o meio ambiente não estiver preservado, porém, a preservação ambiental não
significa a violência contra o caiçara e o ilhéu tradicional do Lagamar.
A crítica é dever da inteligência.
Obrigado "
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