06 março 2021

CONCENTRAÇÃO DE RENDA E CONCENTRAÇÃO URBANA

 AS CIDADES DO ESTADO DE SÃO PAULO


Os municípios paulistas.

 

Não são poucos os que pensam que São Paulo se resume a grande capital, desconhecendo que o Estado de São Paulo encerra atualmente 644 outros municípios alem de sua importante capital.

Os paulistanos, inclusive, pensam que saindo da capital, as demais cidades são pequenas e acanhadas, pois a região metropolitana de São Paulo, ofusca os demais municípios paulistas.


Milão, um dos destinos turísticos mais procurados da Europa tem voos diretos para São Paulo. Na cidade de Guarulhos, o segundo maior município do Estado em habitantes tem virtualmente a mesma população que Milão: 1 milhão e 379 mil habitantes, contra 1 milhão e 396 mil milaneses. É ainda maior que capitais do Leste Europeu como Praga e Sarajevo e a cidade americana de Dallas, perdendo por pouco para San Diego, na California.


 Campinas, com 1 milhão 204 mil: um dos principais pólos de alta tecnologia e comunicações do hemisfério sul, tem quase 200 mil pessoas a mais que San José, na California, a capital do famoso Vale do Silício, lar de empresas como Facebook, Netflix, Apple, eBay e Intel e referência mundial em alta tecnologia, especialmente computadores e serviços de internet. Mesmo considerando toda a população do Vale do Silício e da Região Metropolitana de Campinas, esta em população fica na frente, com larga vantagem: 3 milhões e 224 mil habitantes contra cerca de 2 milhões de californianos.

Aliás, por incrível que possa parecer, o PIB da California e a sua população são inferiores ao do Estado de São Paulo.

Cidades menores, também grandiosas, como São José dos Campos, com 721 mil habitantes, é quase taõ habitada a Seattle, que tem uma população bastante próxima: 753 mil moradores. Santo André, na região metropolitana da Capital, é lar de 718 mil habitantes quase o mesmo número de habitantes da americana Denver 727 mil habitantes.

Ribeirão Preto também tem habitantes próximos a da Capital dos Estados Unidos.


Boston, uma das primeiras cidades dos Estados Unidos da América, que abriga um importante porto, diversas universidades (sendo vizinha a Harvard) e do primeiro metrô subterrâneo americano, tem 692 mil habitantes, comparáveis às 698 mil pessoas de Osasco, terra do icônico cachorro-quente com purê. Não ficam longe de Sorocaba, uma das capitais industriais de São Paulo, que conta hoje com 679 mil moradores, tendo virtualmente a mesma dimensão que as americanas El Paso (681 mil), Nashville (670 mil) e Detroit, berço da indústria automobilística (670 mil), sendo maior ainda que Las Vegas, a cidade dos cassinos e luzes (651 mil hab) e que Lisboa, a capital de Portugal (547 mil hab).


Na faixa dos 460-470 mil habitantes encontramos Mauá e São José do Rio Preto em terras paulistas, uma se destacando por suas indústrias e outra pelo agronegócio crescente. Suas populações são comparáveis aos badalados destinos turísticos americanos de Miami e Long Beach e das europeias Toulouse (segunda maior cidade francesa), Liverpool (a terra dos Beatles) e Edimburgh (capital da Escócia).


Parada quase que obrigatória para todos os navios que transitam pela costa leste da América do Sul, Santos é hoje o maior porto da América Latina, por onde passa mais de 50% do PIB do Brasil. Oakland, a cidade americana vizinha à San Francisco, na California, é também um importante porto que serve ao Oceano Pacífico; ambas registraram em 2019 uma estimativa de 433 mil habitantes.


Como podemos ver, São Paulo tem uma população considerável e bem distribuída para além de sua capital digna de compor um verdadeiro país com cidades importantes para o mundo em diferentes seguimentos. Já temos um Índice de Desenvolvimento Humano considerado muito alto, de um nível parecido com o Leste Europeu, inúmeros centros industriais, uma importante rede logística com as melhores rodovias e ferrovias do país e os maiores portos e aeroportos, as melhores universidades da América Latina e diversos centros de pesquisas referências em diferentes áreas, e um povo batalhador e reconhecido por seu apego ao trabalho.


Para um Estado que historicamente sempre sofreu sanções de seus superiores (Portugal e Brasil) com o desmembramento de territórios, a perda das minas e diversas guerras e conflitos, e que ainda hoje sofre com a gravíssima e lamentável situação de que cerca de 95% dos impostos pagos pelos paulistas não retornam a São Paulo, fomos muito longe. E, desta forma, provamos que podemos ir muito mais e alçar voos cada vez maiores!

 

Sem desprezar o orgulho do Estado de São Paulo abrigar cidades tão grandes, vai o recado que mais importa. Diante da concentração de renda e consequentemente de melhor padrão social e melhores condições de vida e por decorrência, maior poder político, em Sâo Paulo e nos demais Estados da federação, as principais cidades, as capitais, são sempre maiores e melhor abastecidas de conforto e IDH quantitativo próximo ao melhor. A medida que a estrutura social econômica viabilizar melhor distribuição das riquezas brasileiras, as cidades deixaram de serem tão inchadas e serão menores e mais distribuídas. E uma das formas indispensáveis para essa distribuição de renda é a melhor divisão territorial e política do pais.

ROBERTO J. PUGLIESE

Editor


 

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