AS CIDADES DO ESTADO DE SÃO PAULO
Os municípios paulistas.
Não são poucos os que pensam que São Paulo se resume a grande capital, desconhecendo que o Estado de São Paulo encerra atualmente 644 outros municípios alem de sua importante capital.
Os paulistanos, inclusive, pensam que saindo da capital, as demais cidades são pequenas e acanhadas, pois a região metropolitana de São Paulo, ofusca os demais municípios paulistas.
Milão, um dos destinos turísticos mais procurados da
Europa tem voos diretos para São Paulo. Na cidade de Guarulhos, o
segundo maior município do Estado em habitantes tem virtualmente a mesma população que
Milão: 1 milhão e 379 mil habitantes, contra 1 milhão e 396 mil milaneses. É
ainda maior que capitais do Leste Europeu como Praga e Sarajevo e a cidade
americana de Dallas, perdendo por pouco para San Diego, na California.
Campinas, com 1 milhão 204 mil: um dos principais
pólos de alta tecnologia e comunicações do hemisfério sul, tem quase 200 mil pessoas a mais que San José, na California, a capital do famoso Vale do Silício, lar de empresas como
Facebook, Netflix, Apple, eBay e Intel e referência mundial em alta tecnologia,
especialmente computadores e serviços de internet. Mesmo considerando toda a
população do Vale do Silício e da Região Metropolitana de Campinas, esta em população fica na frente, com larga vantagem: 3 milhões e 224
mil habitantes contra cerca de 2 milhões de californianos.
Aliás, por incrível que possa parecer, o PIB da California e a sua população são inferiores ao do Estado de São Paulo.
Cidades menores, também grandiosas, como São José dos Campos, com 721 mil habitantes, é quase taõ habitada a Seattle, que tem uma população bastante próxima: 753 mil moradores. Santo André, na região metropolitana da Capital, é lar de 718 mil habitantes quase o mesmo número de habitantes da americana Denver 727 mil habitantes.
Ribeirão Preto também tem habitantes próximos a da Capital dos Estados Unidos.
Boston, uma das primeiras cidades dos Estados Unidos da América, que abriga um
importante porto, diversas universidades (sendo vizinha a Harvard) e do
primeiro metrô subterrâneo americano, tem 692 mil habitantes, comparáveis às
698 mil pessoas de Osasco, terra do icônico cachorro-quente com purê. Não ficam
longe de Sorocaba, uma das capitais industriais de São Paulo, que conta hoje
com 679 mil moradores, tendo virtualmente a mesma dimensão que as americanas El
Paso (681 mil), Nashville (670 mil) e Detroit, berço da indústria
automobilística (670 mil), sendo maior ainda que Las Vegas, a cidade dos
cassinos e luzes (651 mil hab) e que Lisboa, a capital de Portugal (547 mil
hab).
Na faixa dos 460-470 mil habitantes encontramos Mauá e São José do Rio Preto em
terras paulistas, uma se destacando por suas indústrias e outra pelo
agronegócio crescente. Suas populações são comparáveis aos badalados destinos
turísticos americanos de Miami e Long Beach e das europeias Toulouse (segunda
maior cidade francesa), Liverpool (a terra dos Beatles) e Edimburgh (capital da
Escócia).
Parada quase que obrigatória para todos os navios que transitam pela costa
leste da América do Sul, Santos é hoje o maior porto da América Latina, por
onde passa mais de 50% do PIB do Brasil. Oakland, a cidade americana vizinha à
San Francisco, na California, é também um importante porto que serve ao Oceano
Pacífico; ambas registraram em 2019 uma estimativa de 433 mil habitantes.
Como podemos ver, São Paulo tem uma população considerável e bem distribuída
para além de sua capital digna de compor um verdadeiro país com cidades
importantes para o mundo em diferentes seguimentos. Já temos um Índice de
Desenvolvimento Humano considerado muito alto, de um nível parecido com o Leste
Europeu, inúmeros centros industriais, uma importante rede logística com as
melhores rodovias e ferrovias do país e os maiores portos e aeroportos, as
melhores universidades da América Latina e diversos centros de pesquisas
referências em diferentes áreas, e um povo batalhador e reconhecido por seu
apego ao trabalho.
Para um Estado que historicamente sempre sofreu sanções de seus superiores
(Portugal e Brasil) com o desmembramento de territórios, a perda das minas e
diversas guerras e conflitos, e que ainda hoje sofre com a gravíssima e
lamentável situação de que cerca de 95% dos impostos pagos pelos paulistas não
retornam a São Paulo, fomos muito longe. E, desta forma, provamos que podemos
ir muito mais e alçar voos cada vez maiores!
Sem desprezar o orgulho do Estado de São Paulo abrigar cidades tão grandes, vai o recado que mais importa. Diante da concentração de renda e consequentemente de melhor padrão social e melhores condições de vida e por decorrência, maior poder político, em Sâo Paulo e nos demais Estados da federação, as principais cidades, as capitais, são sempre maiores e melhor abastecidas de conforto e IDH quantitativo próximo ao melhor. A medida que a estrutura social econômica viabilizar melhor distribuição das riquezas brasileiras, as cidades deixaram de serem tão inchadas e serão menores e mais distribuídas. E uma das formas indispensáveis para essa distribuição de renda é a melhor divisão territorial e política do pais.
ROBERTO J. PUGLIESE
Editor
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