22 fevereiro 2015

OAB-TO: Oposição ganha mas não leva. ( memória nº110 )


 


 

Memória nº 110
Campanha OAB reeleição. Sem chapa contrária.

 

Lourenço fizera gestão exitosa. Durante os dois anos que esteve à testa da OAB em Gurupi inovou, foi vanguardista e descentralizou a administração. Fez duras críticas ao Conselho Seccional, sombreando a diretoria central e muito perseguido por parte do sodalício.

 

Advogados antigos, arcaicos e na maioria oriundos do antigo território goiano, quando o norte era longínquo e distante, não aceitavam mudanças, modernizações e principalmente o fim do coronelismo dentro da OAB.

 

Há época a sede da OAB era em Miracema do Tocantins, pois em Palmas a sede provisória estava em construção, e subseções em Gurupi, Porto Nacional, Araguaína e Colinas. Sem dúvida a mais dinâmica e atuante fora a 2ª subsecção administrada por Lourenço, tendo Dr. Sady Pigatto na vice-presidência em substituição ao Dr. Furlan que renunciara para trabalhar na Secretaria de Justiça e Segurança Pública; Dr. Magdal como tesoureiro e a secretária geral Dra. Natividade.

 

A legislação que vigorava era de 1963, de forma que a composição da diretoria e o período de mandato entre outras diferenças em comparação com a lei atual salienta situação distinta do atual estatuto da Ordem e da Advocacia, inclusive no que tange à eleição da diretoria do Conselho Seccional que se dava através de eleição indireta formulada pelos Conselheiros eleitos.

 

Assim, mesmo tendo sido convidado pelo Conselheiro oposicionista, que durante toda a gestão fora parceira da advocacia de Gurupi, para ser candidato ao cargo de Conselheiro Federal na sua chapa, preferiu apoiar a oposição, mas tentar a reeleição ao cargo de presidente da subseção.

 

Ao contrário do que imaginava não teve problema algum. Não houve chapa de oposição para enfrentá-lo. Praticamente Lourenço se preocupou em fazer campanha para o líder da oposição ao Conselho Seccional e assim, ajudou sobremaneira a nova liderança que se opunha as velhas oligarquias tocantinenses.

 

O poeta Dr. Moreira, de Porto Nacional, Conselheiro Seccional, liderou a chapa de oposição, enfrentando o candidato da situação, o Conselheiro Seccional por Gurupi, Dr. Antonio, assim indicado para enfrentar no mesmo território a liderança de Lourenço, presidente candidato  à reeleição à Subsecção de Gurupi.

 

As eleições foram um sucesso: Lourenço elegeu, através de sua liderança e equipe unida, dinamismo  e mudanças que implementara na administração da Subsecção, praticamente todos os membros do novo Conselho Seccional e fez com que, o candidato ao Conselho Seccional, que seria o candidato à  presidente da situação se quer se elegesse Conselheiro.

 

A oposição perdeu apenas três cadeiras no total de 17 no Conselho e nas dez urnas espalhadas pelo Estado, só não venceu em Paraíso do Tocantins, perdendo por poucos votos. Uma grande lavada.

 

Com essa vitória popular era certo que a eleição para a diretoria do Conselho Seccional à realizar-se na própria data de sua posse, seria repetida a façanha e os 5 cargos estariam com a oposição.

 

No entanto, os Conselheiros eleitos foram cooptados por ameaças e promessas, por favores e cargos e na votação, viraram para a candidatura de Dr. Augusto, que na ausência de Antonio o substituiu e assim, por mais um biênio o Conselheiro por Miracema do Tocantins assumiu a presidência.

 

Um escândalo de grande repercussão. Corrupção que envolveu inclusive o governo do Estado... O então governador filiado ao PMDB temia a vitória da oposição pois o candidato era ligado à opositores de seu governo. Era ligado ao grupo de Siqueira Campos, o primeiro governador do Estado de Tocantins.
 
Advogados eleitos pela chapa de oposição bandearam-se para a situação e valendo-se do voto secreto, votaram contra o candidato da própria chapa. Vergonha e desmoralização de profissionais sem caráter.

 

Por mais outra gestão Lourenço continuou opositor ao Conselho Seccional, porém mantendo a liderança e toda a vanguarda que implementara na gestão que terminara.

 

No seu segundo mandato a diretoria da Subsecção era formada pelo Dr. Fortaleza  para o cargo de vice presidente que substituira  Dr. Sady Pigato eleito para o Conselho Federal; Dra. Jubé para o cargo de  secretaria geral e Dr. Roberto para a tesouraria em substituição ao Dr. Magdal que não se harmonizara com a chapa durante o primeiro mandato.

 

Enfim, foram anos de muita alegria vivenciar a liderança dos advogados da Subsecção e agir em benefício da comunidade civil e em especial jurídica do Estado do Tocantins.

 

Roberto J. Pugliese
Presidente por dois mandatos da 2ª. Subsecção da OAB-To-Gurupi.
(1990-1992 e1992-1994)

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