Memória nº 110
Campanha OAB reeleição. Sem chapa
contrária.
Lourenço fizera gestão
exitosa. Durante os dois anos que esteve à testa da OAB em Gurupi inovou, foi
vanguardista e descentralizou a administração. Fez duras críticas ao Conselho Seccional,
sombreando a diretoria central e muito perseguido por parte do sodalício.
Advogados antigos, arcaicos e
na maioria oriundos do antigo território goiano, quando o norte era longínquo e
distante, não aceitavam mudanças, modernizações e principalmente o fim do
coronelismo dentro da OAB.
Há época a sede da OAB era em
Miracema do Tocantins, pois em Palmas a sede provisória estava em construção, e
subseções em Gurupi, Porto Nacional, Araguaína e Colinas. Sem dúvida a mais
dinâmica e atuante fora a 2ª subsecção administrada por Lourenço, tendo Dr.
Sady Pigatto na vice-presidência em substituição ao Dr. Furlan que renunciara para
trabalhar na Secretaria de Justiça e Segurança Pública; Dr. Magdal como
tesoureiro e a secretária geral Dra. Natividade.
A legislação que vigorava era
de 1963, de forma que a composição da diretoria e o período de mandato entre
outras diferenças em comparação com a lei atual salienta situação distinta do
atual estatuto da Ordem e da Advocacia, inclusive no que tange à eleição da
diretoria do Conselho Seccional que se dava através de eleição indireta
formulada pelos Conselheiros eleitos.
Assim, mesmo tendo sido
convidado pelo Conselheiro oposicionista, que durante toda a gestão fora
parceira da advocacia de Gurupi, para ser candidato ao cargo de Conselheiro
Federal na sua chapa, preferiu apoiar a oposição, mas tentar a reeleição ao
cargo de presidente da subseção.
Ao contrário do que imaginava
não teve problema algum. Não houve chapa de oposição para enfrentá-lo.
Praticamente Lourenço se preocupou em fazer campanha para o líder da oposição
ao Conselho Seccional e assim, ajudou sobremaneira a nova liderança que se
opunha as velhas oligarquias tocantinenses.
O poeta Dr. Moreira, de Porto
Nacional, Conselheiro Seccional, liderou a chapa de oposição, enfrentando o
candidato da situação, o Conselheiro Seccional por Gurupi, Dr. Antonio, assim
indicado para enfrentar no mesmo território a liderança de Lourenço, presidente
candidato à reeleição à Subsecção de
Gurupi.
As eleições foram um sucesso:
Lourenço elegeu, através de sua liderança e equipe unida, dinamismo e mudanças que implementara na administração
da Subsecção, praticamente todos os membros do novo Conselho Seccional e fez
com que, o candidato ao Conselho Seccional, que seria o candidato à presidente da situação se quer se elegesse Conselheiro.
A oposição perdeu apenas três
cadeiras no total de 17 no Conselho e nas dez urnas espalhadas pelo Estado, só
não venceu em Paraíso do Tocantins, perdendo por poucos votos. Uma grande
lavada.
Com essa vitória popular era
certo que a eleição para a diretoria do Conselho Seccional à realizar-se na
própria data de sua posse, seria repetida a façanha e os 5 cargos estariam com
a oposição.
No entanto, os Conselheiros
eleitos foram cooptados por ameaças e promessas, por favores e cargos e na
votação, viraram para a candidatura de Dr. Augusto, que na ausência de Antonio
o substituiu e assim, por mais um biênio o Conselheiro por Miracema do
Tocantins assumiu a presidência.
Um escândalo de grande repercussão.
Corrupção que envolveu inclusive o governo do Estado... O então governador
filiado ao PMDB temia a vitória da oposição pois o candidato era ligado à
opositores de seu governo. Era ligado ao grupo de Siqueira Campos, o primeiro
governador do Estado de Tocantins.
Advogados eleitos pela chapa de oposição bandearam-se para a situação e valendo-se do voto secreto, votaram contra o candidato da própria chapa. Vergonha e desmoralização de profissionais sem caráter.
Por mais outra gestão
Lourenço continuou opositor ao Conselho Seccional, porém mantendo a liderança e
toda a vanguarda que implementara na gestão que terminara.
No seu segundo mandato a
diretoria da Subsecção era formada pelo Dr. Fortaleza para o cargo de vice presidente que
substituira Dr. Sady Pigato eleito para
o Conselho Federal; Dra. Jubé para o cargo de
secretaria geral e Dr. Roberto para a tesouraria em substituição ao Dr.
Magdal que não se harmonizara com a chapa durante o primeiro mandato.
Enfim, foram anos de muita
alegria vivenciar a liderança dos advogados da Subsecção e agir em benefício da
comunidade civil e em especial jurídica do Estado do Tocantins.
Roberto J. Pugliese
Presidente por dois mandatos da 2ª. Subsecção da OAB-To-Gurupi.
(1990-1992 e1992-1994)
(1990-1992 e1992-1994)
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