Memória nº 109.
Casa do Carijo – Praça
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Moravam em São Paulo próximo ao aeroporto de Congonhas
num sobrado muito bem montado e espaçoso, situado numa ruazinha tranquila,
salvo a feira livre que às sexta feira que incomodava.
A casa oferecia toda a segurança e Lourenço Jr., na escolinha
podia ser levado pela mãe, pois situava-se numa esquina há menos de duzentos
metros e os sogros moravam há dois ou três quarteirões.
Antes de mudarem-se definitivamente para Cananéia,
alugaram uma casa modesta por seis meses, em frente ao Colégio Estadual,
consistente em uma garagem, na qual a proprietária transformara num quarto,
banheiro, cozinha, sala e um quintal nos fundos.
( visão da baia de Cananéia, Sp )
A casa pertencente ao judeu dono do posto de gasolina se assentava numa área de mais de mil metros quadrados, inclusive do outro lado da estrada dos Argolões, confrontando com o manguezal, hoje avenida Eduardo Boechar Ramos. Nos fundos havia outra construção.
Durante os seis meses Lourenço negociou a compra, valores e condições, e assim que fechou o negocio, unificou as quatro ou cinco matriculas, deixando de lado, a área junto ao manguezal e a casa dos fundos, que passou a fazer frente para a futura praça. Sem número, ambas as casas foram contempladas por números que Lourenço houve emplacar a seu critério.
Durante alguns meses promoveram os melhoramentos necessários. Separaram por muro a residência dos fundos e alugaram. A casa principal ampliaram consideravelmente, construindo 4 dormitórios, com dois banheiros, armários embutidos entre outras benfeitorias. Construíram churrasqueira e garagem nos fundos e preservaram entre outras plantas, uma jabuticabeira existente na área da garagem.
Numa semana de feriados a casa dos fundos foi procurada
por uma família que queria aluga-la. Talvez semana santa. Sabendo que o
interessado tinha máquinas de terraplanagem que esta na cidade para obras na
ilha Comprida, então pertencente à Cananéia, Lourenço dispensou o pagamento e
pediu em troca que o inquilino limpasse, aterrasse e urbanizasse a área
lindeira ao seu imóvel, na qual havia a esquina e o campanário, onde de um lado
seguia a estrada dos Argolões e formando um épsilon, à direita seguia outra rua
para o Carijo de Dentro.
A praça, mesmo rústica foi feita e posteriormente,
passados alguns anos, a prefeitura houve urbaniza-la e deixa-la no estado que
se encontra, inclusive preservando a jabuticabeira existente na mesma linha que
a existente no imóvel de Lourenço.
Por razões outras, em Agosto de 1983 Lourenço mudou-se
para Itanhaém. Manteve a casa dos fundos alugada e a da frente vazia, colocada
à venda.
Na casa dos fundos os novos funcionários da recém
instalada Comarca de Cananéia, que vieram de outras cidades do Vale do Ribeira,
foram ali residir.
Deixou saudades.
Roberto J. Pugliese
pugliese@pugliesegomes.com.br
Membro
da Academia Eldoradense de Letras.
Membro
da Academia Itanhaense de Letras.
Titular
da cadeira nº35 da Academia São José de Letras.
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