Gustavo Gutiérrez Merino, Frade Dominicano, nasceu em Lima, no Peru, no dia 8 de junho de 1928. É considerado o “Pai da Teologia da Libertação”. Hoje, ele reside no Convento dos Dominicanos de Lima. Dedica-se ao trabalho pastoral, à pregação de Retiros, à administração de Cursos de Teologia na Universidade de Notre Dame (Indiana, EUA) e no “Studium” Dominicano de Lille (França), e de Conferências em Cursos e Encontros.
Com todo carinho e apreço - como um irmão que de coração aberto escreve a outro irmão - o Papa Francisco envia uma Carta ao teólogo parabenizando-o pelo seu aniversário de 90 anos e agradecendo o seu serviço teológico e o seu amor aos pobres. Por fim, encoraja-o a seguir adiante.
“Estimado irmão: por ocasião do seu 90º aniversário, escrevo para parabenizá-lo e assegurá-lo de minha oração neste momento significativo de sua vida. Uno-me à sua ação de graças a Deus, e agradeço-lhe pela sua contribuição à Igreja e à humanidade através do seu serviço teológico e o seu amor preferencial pelos pobres e descartados da sociedade. Obrigado por todos os seus esforços e pela sua maneira de interpretar a consciência de cada um, para que ninguém seja indiferente ao drama da pobreza e da exclusão”.
Conclui o papa: “com esses sentimentos encorajo você a continuar a sua oração e o seu serviço aos outros, dando testemunho da alegria do Evangelho. E por favor, peço-lhe que reze por mim. Que Jesus te abençoe e que a Virgem Santa te cuide! Fraternalmente, Francisco”.
Os estudiosos da Igreja de Cristo interpretam o gesto do Santo Padre Papa Francisco como reconhecimento do valor da Teologia da Libertação e reforça a opção pelos pobres.
Na verdade, toda Teologia é da Libertação. Se não for da Libertação, não é verdadeira Teologia.
Uma das críticas que se faz à Teologia da Libertação é a de que - ao menos até agora - ela tratou, quase que exclusivamente, da realidade social e política. Ora, como o ser humano é histórico (um “vir-a-ser”, um ser em construção), seus conhecimentos - meramente racionais (científicos e filosóficos) ou racionais à luz da Fé (teológicos) - são também históricos, situados (no espaço) e datados (no tempo).
Aconteceu (e poderá sempre acontecer) que - em determinadas situações, para dar sua contribuição na resposta aos prementes desafios apresentados - a Teologia da Libertação aprofundou mais alguns aspectos da realidade (como o social e o político) e deixou na sombra outros aspectos (como o cultural). Com isso, a Teologia da Libertação deu a impressão de que tratava somente de temas sociais e políticos.
Isso é humano e compreensivo quando “se faz teologia” a partir de situações concretas. Aspectos da realidade, que ficaram aparentemente esquecidos, poderão ser aprofundados em outros momentos. Só não se deve apresentar uma parte da verdade como se fosse toda verdade.
Como seguidores e seguidoras de Jesus - que vivem em Comunidades (Igrejas) - devemos estar sempre inseridos e inseridas (encarnados e incarnadas) na vida do povo, entranhadamente solidários e solidárias com todos e todas que sofrem e organicamente unidos e unidas a todos e todas que lutam pela vida humana e por todas as formas de vida.
Os cristãos e cristãs têm, portanto, o dever de participar (ser militantes) dos movimentos populares, sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras, partidos políticos populares, fóruns de defesa e promoção dos direitos humanos, conselhos de direitos e outras organizações populares, comprometidas na construção de “outro mundo possível”, que é a sociedade do Bem Viver, que é o Reino de Deus na história do ser humano e do mundo.
É visível a qualquer um a repugnância de certos segmentos elitizados em relação aos que seguem a aludida Teologia da Libertação, acusando-os de socialistas, comunistas, rebeldes e contrários à fé cristã. Mentira.
Enfim, o Expresso Vida, por seu editor, aplaude e comemora junto com SS Papa Francisco o feliz aniversário do criador da Teologia da Libertação.
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Roberto J. Pugliese
www.puglieseadvogados.com.br
presidente da OAB-TO- Gurupi ( 1990-1991 e 1992-1993 )
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