MANDIRA É RECONHECIDO COMO QUILOMBO.
O Diário Oficial da União
publicou no último dia 8 de outubre o reconhecimento de 1.200 hectares como remanescente
do Quilombo Mandira, beneficiando cerca de 24 famílias descendentes dos antigos
escravos da região.
Conforme estudos
antropológicos analisados pelo Incra/SP, ancestrais dos quilombolas ocuparam a
área pelo menos desde 1868. Na segunda metade do século XIX, o patriarca da
família Francisco Mandira recebeu o “Sítio Mandira” a título de doação.
Francisco teria sido fruto da relação entre o senhor de escravos Antônio
Florêncio de Andrade - homem de posses e designificativa influência política na
Vila de Cananéia – e uma de suas escravas. Esse sítio foi dividido entre seus
dois filhos e a área do Quilombo de Mandira corresponde aproximadamente às
terras que foram repassadas a um deles.
A área é sobreposta a unidade
de conservação e parcialmente dentro do Parque Estadual da Serra do Mar, assim
também, abrange área de Reserva Extrativista do Mandira, constituída por
mangues. Está situada na parte continental do município de Cananéia, no litoral
sul do Estado de São Paulo.
A extração de ostras, caranguejos,
pesca e turismo é a base da economia dos mandiranos, como são conhecidos esses
descendentes de quilombolas.
Os mandiranos agora terão
mais segurança e poderão trabalhar e investir na área que agora lhes pertence,
diz Francisco Coutinho Mandira, que é o vice presidente da Associação
Comunitária Remanescente de Quilombo do Mandira.
Roberto J. Pugliese
Consultor
da Comissão de Direito Notarial e Registrária do Conselho Federal da OAB
Cidadão
Cananeense
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