Alcântara.
Erguida no alto do platô
exposto na costa norte da Baia de São Marcos, tendo no horizonte fundo à visão
da igualmente histórica São Luiz, a cidade de Alcântara, homenageia sua Alteza
Imperial Don Pedro II, que por lá permaneceu algumas noites, numa de suas
viagens à capital da então província do Maranhão.
Ponto turístico
obrigatório, o centro histórico abriga sobrados do século XVIII, algumas ruínas
e construções erguidas ao longo do tempo, amareladas pelo vento morno e
intermitente que salga suas paredes, provocando a preguiça que envolve seus
poucos habitantes, acostumados a ver o tempo passar mais preocupados com o vôo
das gaivotas ou com o resultado das pescarias dos que se aventuram enfrentando
a vastidão Atlântica.
Sítio que embriaga pela
beleza plástica provocando sonolência preguiçosa àqueles que sob o calor dos
trópicos perambulam pelas tortuosas vielas, íngremes, mal calçadas, que
ascendem do pequeno porto.
O acesso difícil, motivou
no passado, fossem erguidos no vasto território alhures, quase uma centena de
quilombos, que sobrevivem ainda, mantendo sua cultura e costumes herdados dos
escravos de outrora. O Guará é o
dinheiro dos quilombolas que circula pelo comercio local, revelando a sutileza
singular dos habitantes de Alcântara.
Há mais de trinta anos nos
confins do município, isolada por razões óbvias, foi erguida a base
aeroespacial brasileira, tutelada pela Força Aerea. Centro de lançamentos de
naves, foguetes, satélites propicia dada a posição estratégica na zona tórrida
do planeta, lançamentos baratos que se valem da força propulsora natural do
giro da Terra provocando, interesse de outros países, que há anos alugam
aquelas instalações para seus experimentos científicos espaciais.
Estou preocupado. A base
aérea e arredores, será palco de acordo que implica na cessão do território,
para os EEUU, suspendendo-se pelo termo de vigência, a soberania brasileira. Um
Guantánamo tupiniquim no território nacional.
Loucura entreguista que
revela o desprezo pelo Brasil.
Socorro.
Roberto J. Pugliese
editor
Titular da cadeira nº 35 da Academia São José de Letras.
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