UMA
VERSÃO POPULAR DO DRAMA DO PAÍS.
Com muita tristeza o Expresso
Vida apresenta texto elaborado por Raul Longo com apontamentos de André
Berté sobre a Justiça no Brasil. O texto
foi colhido de mensagem postado pela Rede Nacional de Advogados Populares,
Renap. A forma oficial da mentira.
“ A JUSTIÇA DE MENTIRA
Raul
Longo (com apontamentos de André Berté) sobre mentir à nação
Uma piadinha ilustrava os tempos da ditadura
brasileira:
Em visita ao país o então ditador da Bolívia foi
apresentado pelo do Brasil ao Armando Falcão. Quando o de cá retribuiu
visitando o país vizinho, aquele outro ditador o apresentou ao Ministro da
Marinha boliviana. Ao que o brasileiro estranhou: “- Mas se vocês não tem mar,
porque um Ministro da Marinha?” A pronta resposta boliviana: “- Porque no?...
Si en Brasil presentó al Ministro de la Justicia!”
A ditadura brasileira foi instaurada no tradicional
dia da mentira e para ele o amigo André Berté versou em “Pobrefobia”
1º de Abril
de 1964
Não foi
uma mentira
Torturados
sumiram
TorturadoreSS
– LivreSS e impuneSS.
VIVEM
sorrindo.
O 1º de
abril de 1964 nunca acabará.
É
espectro diário.
Acho que com aqueles duplo S em maiúscula nas
palavras torturadores, livres e
impunes, o André pretendeu um relação com a SS, a Schutzstaffel (Tropa
de Proteção) do regime nazista.
Concordo com o André. Eric Hobsbawm, destacado intelectual inglês do
século XX também, pois considerou todas as ditaduras latino-americanas das
décadas de 60 a 80 como implantação do regime nazista no nosso continente.
Teoricamente a ditadura nazi-brasileira teria
findado em 1989, quando elegemos o primeiro presidente pós 1964, mas então nova
ditadura nos fez votar em um Caçador de Marajás.
André Berté versou sobre esse novo regime político
que nos fez eleger o marajá da Casa da Dinda:
Muitos,
Ao trazer
à memória
O retrato
da própria vida,
Verão uma
TV.
Também concordo. Da mentira imposta pulamos à
mentira ainda pior: a introjetada. A ditadura militar obrigava a nação a pensar
que sua mentira era verdade. A ditadura da mídia monopolizada nos obriga a
pensar que sua mentira é o que realmente pensamos. E assim se promove o mais
pérfido e mentiroso golpe da história, transformando os que pensam que pensam
em exércitos de golpistas contra os próprios os interesses.
Aquele do dia da mentira de 1964 foi um golpe dos
militares financiados pelo capital internacional através de Lincoln Gordon,
embaixador dos EUA. Mas este, iniciado em no mês das festas juninas de 2013,
financiado pelo mesmo capital internacional através do golpista FHC, ex
presidente do Brasil, fez com que a nação mergulhasse na fogueira sem pensar no
que haveria do outro lado.
À falta de noção do porque se meteram no fogo das
ruas, a inquisição da nova igreja chamou de “movimento difuso”. E todos
acreditaram como manifestação espontânea.
Qual a pior queimadura? A dos condenados jogados à
fogueira ou a dos que dentro dela pulam acreditando fazê-lo espontaneamente?
Antes, dominicalmente dizia-se “Amém!” ao padre.
Hoje, menos aos domingos que se imagina “Fantástico”, diariamente se diz
“Amém!” ao William Bonner. No entanto a realidade do dia a dia é mais
fantástica para os que nunca comeram, os que não tinham onde morar, os que não
podiam estudar. Todos aqueles que não tinham luz nem energia, não tinham acesso
às bênçãos das águas do São Francisco e tantas outras fantásticas obras
distribuídas por todo o país como, por exemplo, a segunda maior ponte do Brasil
realizada em Laguna, no estado do catarinense André Berté que sabe bem a
diferença entre palavras de meras promessas e reais realizações:
A pá
lavra
O braço
colhe
Ricos e
lixos comem
E a despeito dos sermões cotidianos da nova igreja
seguirem livre$$ e impune$$, a presidenta foi reeleita.
“A$$im
não dá! A$$im não pode!” – resmungou o ex presidente que
comprou a emenda constitucional da reeleição, já arrependido do bom negócio que
se tornou mau desde que nunca mais conseguiu eleger ninguém de seu partido: nem
a vítima da bolinha de papel de negociatas internacionais, nem o aliado do PCC,
nem o amigo do narcotráfico aéreo. Todos livre$$ e impune$$, mas sem despertar
o interesse eleitoral da nação, apesar da pregação cotidiana dos sacerdotes da
nova igreja: a mídia.
Se o ex presidente arrependeu-se a ira do golpista
invocou o Anjo Achacador de velhas igrejas, ainda que de recentes seitas
evangélicas acusadas por tradicionais sacerdotes de enriquecerem como em lugar
algum do mundo através de lavagem de dinheiro do narcotráfico, do contrabando,
inclusive humano, da prostituição e toda espécie de crime; utilizando a
constitucional isenção de prestação de renda. Segundo os reais e verdadeiros
sacerdotes de tradicionais igrejas protestantes, usam a crença de que seja a
pobreza de seus “rebanhos” o que os enriquece para escamotear a verdadeira
origem ilícita de fortunas que elegem a mais poderosa bancada do Congresso
depois da eleita pela nova igreja: a Mídia.
Para minha sorte o esperto André Berté também
entende das velhas igrejas e me ensina pelo Pobrefobia:
Ih!
Grejas
Umas
induzem bens,
Outras
saqueiam almas...
É o
milagre da multiplicação:
Desespero
vira dinheiro.
Esse Berté é terrível! Não dá mole pra ninguém e
depois do Anjo Achacador ameaçar de queimar a Presidenta nos fogos do inferno
político se indicasse Janot à Procuradoria Geral da República, depois de jurar
aos colegas da casa que preside que nunca teve conta no exterior e ser
desmentido em milhões de dólares pelo Ministério Público da Suíça, depois de
pretender revolucionar o rito congressual para conseguir o impeachment da
presidenta eleita há menos de um ano; o poeta de Santa Catariana escreveu:
Revolução
atual
Após
revoluções:
Na
agricultura,
Na
ciência e
Na
tecnologia,
A grande
mudança
Das
últimas décadas
Foi a do
ouvido:
Agora
ouvido é penico.
O Anjo Achacador concordou com o Berté e usou os
penicos, digo, ouvidos da nação à larga, defecando sobre a autoridade máxima
deste país ao afirmar que a Presidenta mentiu ao povo brasileiro.
Em qualquer país do mundo, inclusive na Bolívia,
uma autoridade não pode afirmar que seu governante mentiu à nação. Nem por
descuido! Terá de comprovar antes de meramente afirmar. E se o fizer
publicamente, sem conseguir provar o que diz, além de destituído do cargo e
perder o direito a qualquer autoridade, é preso.
Provar é fácil! Não se entra e sai de um gabinete
presidencial como em borracharia. É tudo agendado, registrado, protocolado. Por
mais que mero diz-que-diz-que, conversas desse nível sempre são testemunhadas e
acareações podem bem indicar quem mentiu a quem. Porém, enquanto corre a
apuração, prisão preventiva é medida conveniente e necessária aos que se
comprovam ameaça reiterada aos quem aponte seus inúmeros ilícitos, inclusive
colegas que o acusam de mentir à instituição que preside.
Será o Anjo Achador instado judicialmente a provar
que a autoridade máxima da nação mentiu a nação? Haverá justiça no Brasil?
E Ministério da Marinha da Bolívia, há?
Enquanto nada acontece que prove existir uma
justiça de verdade neste país, prefiro aguardar o que o André Berté escreverá
sobre a palavra Impeachment,
pois pelo jeito a justiça no Brasil ainda vai demorar muitas décadas e não
terei o prazer de conhece-la.
No entanto o Armando Falcão, conheci. Não sei se morreu, mas em verdade
continua o mesmO.”
Talvez num futuro distante esse
texto se transforme em folklore de uma realidade longínqua, porém, atualmente
está próximo e bem real a todos.
A crítica é dever da
inteligência e o Expresso Vida está atento.
Roberto J.Pugliese
Titular da Cadeira nº35 da
Academia São José de Letras.
Cidadão de Cananéia.
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