A mais importante data cívica do povo paulista trata-se da que se comemora a eclosão da Revolução paulista. Homenageia-se os heroicos 35 mil soldados arregimentados entre populares voluntários e os quadros da então Força Pública, que improvisados em força militar, sem o devido treinamento e com armamento deficiente enfrentaram os 350 mil soldados do exército, sucumbindo após 85 dias de cerco gradativo e constante, que resultou na morte de 2.200 combatentes.
A revolução recebeu apoio de estudantes, intelectuais, industriais, agricultores, políticos ligados à República Velha ou ao Partido Democrático e homens, mulheres e adolescentes, pegaram em armas. Ergueram trincheiras e sem receio enfrentaram as dificuldades inerentes aos conflitos bélicos, notadamente diante do quadro desproporcional que se apresentava com situações salientemente desvantajosas, pela sofisticação dos armamentos pesados das tropas federais e o seu efetivo bem mais elevado.
O povo paulista se mobilizou pela causa e mesmo em situação de ampla desvantagem não se curvou. Os operários deixaram as fábricas e foram para o front, enquanto as mulheres saíram de casa e nas fábricas substituíram seus filhos e maridos. Outras para os hospitais de campanha. Crianças eram estafetas. Todos em defesa da causa abraçada coletivamente pela sociedade que encampara a ideia de livrar o Estado e o seu povo do arbítrio ditatorial.
Tudo por São Paulo livre era o slogan revolucionário. Era a luta pela redemocratização. Pela Constituição que o governo provisório ignorava.
Os governos do Rio Grande do Sul e Minas Gerais, a princípio simpáticos à constitucionalização, não quiseram enfrentar a força militar do governo federal. Sozinhos, os paulistas não conseguiram manter a revolução e assinaram rendição em outubro.
Cidades foram bombardeadas e o isolamento imposto pelas tropas federais, vindas de Minas e do Rio Grande, apoiando as que impediam o avanço paulista em direção ao Catete, deixaram os valentes soldados constitucionalistas sem qualquer alternativa obrigando o estado maior da revolução recuar e de modo incondicional render-se as forças perversas do ditador. Como aço, os paulistas quebraram porém não se curvaram.
A revolta civil despertou o governo para a necessidade de acabar com o perfil revolucionário do regime. Em maio de 1933, foram realizadas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, e no ano seguinte promulgada a Constituição.
Passados 79 anos a Guerra Paulista continua viva e presente. É o símbolo da pujança do povo naturalmente laborioso, que não se intimida, enfrenta sem qualquer receio, em busca da liberdade, todo e qualquer autoritarismo. Um povo que não é conduzido, conduz ! É a maior festa verdadeiramente democrática do país.
Enfim:” és paulista? Ah ! Então tu me compreendes! Trazes, como eu, o luto na tua alma e lâminas de fel no coração”, como conclama o poema. Esse é o verdadeiro sentido de 9 de julho.
Conselho Editorial (inspirado) Carlos H. Conny, presidente; M. Covas, Miguel S. Dias, W. Furlan, Edegar Tavares, Carlos Lira, Plínio Marcos, Lamarca, Pe. João XXX, Sérgio Sérvulo da Cunha, H. Libereck, Carlos Barbosa, W. Zaclis, Plínio de A. Sampaio, Mário de Andrade, H. Vailat, G. Russomanno, Tabelião Gorgone, Pedro de Toledo, Pe. Paulo Rezende, Tabelião Molina, Rita Lee, Izaurinha Garcia, Elza Soares, Beth Carvalho, Tarcila do Amaral, Magali Guariba, Maria do Fetal,
09 julho 2011
O verdadeiro sentido de 9 de julho de 1932.-
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