ANIVERSÁRIO DE ITANHAÉM
( Bandeira de Itanhaém tremulando no jardim da residencia do editor )
Conceição de Itanhaém está em festa. Mais um aniversário.
cidade histórica, situada no litoral paulista, no pé da Serra do Mar, ao sul da
Capital, é conhecida como Amazônia
Paulista pela sua cobertura vegetal natural, manguezais e inúmeros cursos
d’água que cortam o município, com destaque para o caudoloso rio Itanhaém.
Com inúmeros turistas que a visitam o ano inteiro
regularmente, a velha Conceição de Itanhaém, fundada, segundo alguns
historiadores, por Pedro Namorado que conquistou o sitio central dos indígenas
da nação guarani. Há, no entanto, quem assevere que foram os castelhanos
Rodrigues e Antonio Soares, por volta de 1549 que ali iniciaram a povoação.
Outros assinalam que Martim Afonso de
Souza na sua passagem pelo litoral paulista foi quem escolheu aquele despraiado
formoso à beira da última curva do rio que os bugres chamavam de ita nha y em, e lá determinou fosse erguida a ermida no
outeiro em louvor à Nossa Senhora da Imaculada Conceição, cedendo o sagrado
nome para a povoação.
O que vale no entanto é que a cidade se destacou ao longo da
história pela sua importância. Não importa datas ou nomes, mas a relevância do
tesouro que guarda com a sua rica história, cujos assentos oficiais assinalam
que a partir de 1625 durante a governança da Condessa de Vimeiros tornou-se
cabeça de Capitania, tendo ampla jurisdição desde Cabo Frio, estendendo-se
pelos sertões do Vale do Paraíba onde a governadora Mariana de Souza Guerra
mandou erguer empórios em Taubaté, Pindamonhangaba e Guaratinguetá entre outras
vilas, alcançando os limites da a Ilha do Mel.
Durante esse período fausto e poder político, Sorocaba,
Paranaguá e Iguape foram fundadas por ordens emanadas da Vila, como assinalam
os forais da Câmara de São Vicente.
Por outras palavras, Itanhaém em tempos outros chegou a
ocupar a condição de capital de toda a região onde atualmente é o Estado de São
Paulo.
Terra de caiçaras generosos abraça carinhosamente os
turistas que enamorados pelo encanto de seus mimos, visitam constantemente
aqueles sítios. Agasalha seus novos moradores que, anônimos ali festejam a
graça de seus privilegiados domicílios, como desde sempre, soube acolher como
morada, personagens ilustres vindos de todos os cantos para tão bucólico
recanto, e ali inspirando suas telas, canções, poesias e escritos cobiçados.
Anita Malfati, Antonio Volpi, Tarsila do Amaral, não
resistiram, assim como Vicente de Carvalho, Martins Fontes e Paulo Bonfim o
apaixonado poeta, e na histórica Conceição se perpetuaram.
Merece recordar a presença de Hans Staden e dos santos
missionarios José de Anchieta e Manoel da Nóbrega. Leonardo Nunes o padre
voador também esteve por lá. Rui Barbosa durante a Campanha Civilista deixou o
rastro de seu automóvel na disputa travada pela presidência da República nas
andanças pelas praias então desertas de Itanhaém. O professor Miguel Reale,
lavrou páginas do Código que assinou, em vigílias de estudos à beira da Praia
dos Sonhos, no seu discreto chalé, ponto de encontro de insignes personagens do
direito.
Eva Wilma, Guarnieri e cobiçado cast da Tupi gravou na Praia
dos Pescadores a primeira versão de Mulheres de Areia, motivando idas e vindas
de ilustres integrantes do meio artístico. Com a trilha de Arara Vermelha rodada nos confins do alto rio Preto, Anselmo Duarte
projetou Itanhaém para além das fronteiras paulistas.
Na esplanada arenosa da Vila em 1888, Beneticto Calixto, seu
mais destacado filho natural, e outros ilustres personagens da elitizada sociedade, idealizaram o Gabinete de Leitura,
que em poucos anos, já dispunha de acervo de livros, documentos, mapas e
promovia espetáculos teatrais, cursos e toda iniciativa voltada para as letras
e artes, inaugurando a primeira biblioteca pública do país. E com a vocação
democrática de seu povo, naquela Vila caiçara, foi instalada primeira Câmara de
Vereadores do país.
Oficialmente 22 de abril é o dia da festa que envolve a
cidade e seu povo. Um recanto risonho
como consta no seu brasão, Angulus Ridet.
Ou apenas a pedra que canta, como invocavam os guaranis.
Distante de suas praias, de sua peculiar floresta atlântica
e de seu perfume forte e úmido de maresia, presto minhas elevadas
considerações, modestas e sinceras, hasteando seu pavilhão azul, com o
cavalinho e o barrete, mantendo-o firme e imponente, tremulando durante todo
Abril que homenageio saudoso.
Parabéns Itanhaém !
( Volpi )
Roberto J. Pugliese
Membro da Academia Itanhaense de Letras
Membro da Academia Eldoradense de Letraswww.pugliesegomes.com.br
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