Futebol, educação e complexo de vira-latas
Em 1950, após aquele
Maracanazo, 2 a 1 para o Uruguai, nossa autoestima como cidadãos brasileiros
foi para a lama. Nelson Rodrigues, escritor, dramaturgo e comentarista
desportivo da época, criou vários bordões famosos, entre eles um que ficou
impregnado na consciência do brasileiro por muitos anos. O de o Brasil ser uma
nação com complexo de vira-latas.
Passados 70 anos, pelo menos no futebol tivemos alta do divã e
nos tornamos pentacampeões mundiais. O sociólogo Waldenyr Caldas, da USP,
afirma categoricamente que além do Carnaval e das nossas novelas é no futebol
que somos reconhecidos como cidadãos de primeiro mundo.
Nestes tempos, nossa economia melhorou. São milhares de
brasileiros que deixaram a linha extrema da pobreza. O Brasil como 5° economia
mundial se tornou um dos grandes players do mercado mundial. Em contrapartida,
nosso índice de desenvolvimento humano (IDH) ainda é de país de 3° mundo abaixo
de Chile e Argentina.
Uso o futebol como referência porque, passado o complexo de vira-latas, e depois de várias glórias desportivas, o Brasil vai sediar a Copa do Mundo em 2014. Estão sendo construídas modernas arenas em Manaus, Mato Grosso e Brasília, e com todo respeito, lugares onde nem times nem torcidas existem. Em entrevista recente nosso atacante deputado Romário alerta para a possível roubalheira e desvio destas verbas. Aí vêm a indignação e a revolta, pois se metade desta dinheirama toda fosse investida em educação, leia-se melhores salários, infraestrutura e capacitação continuada, que salto de qualidade daríamos como nação.
Uso o futebol como referência porque, passado o complexo de vira-latas, e depois de várias glórias desportivas, o Brasil vai sediar a Copa do Mundo em 2014. Estão sendo construídas modernas arenas em Manaus, Mato Grosso e Brasília, e com todo respeito, lugares onde nem times nem torcidas existem. Em entrevista recente nosso atacante deputado Romário alerta para a possível roubalheira e desvio destas verbas. Aí vêm a indignação e a revolta, pois se metade desta dinheirama toda fosse investida em educação, leia-se melhores salários, infraestrutura e capacitação continuada, que salto de qualidade daríamos como nação.
Como atrair novos talentos para sala de aula tendo que brigar
por um piso salarial de R$ 1.400? Se nossos jovens nos anos de 50 a 80 sonhavam
com o magistério, hoje sem perspectivas de uma carreira promissora a profissão
de professor não atrai mais.
Nossos jovens talentos se rendem a outras profissões mais
lucrativas, esvaziando as faculdades de pedagogia. Hoje, somos nós os
educadores que sofremos deste complexo de vira-latas e muitos, quando se
identificam como sendo professores, são desmerecidos e tratados como cidadãos
de 2ª classe. E se assim como no futebol superamos este famigerado complexo,
sonho na educação superar esta adversidade. Para que, quando me apresentar como
professor as pessoas me tratem com o devido respeito que a minha profissão
merece. Só não gostaria de ter que esperar mais 62 anos. Acorda Brasil.
(
autor professor Guilherme Guimbala Junio, de Joinville – publicado no Jonal A
Notícia)
Roberto J. Pugliese
www.pugliesegomes.com.br
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