A Saúde o grande negócio do momento.
A multinacional norte-americana da saúde, UnitedHealth, adquiriu
a empresa líder do mercado brasileiro pelo valor de R$ 10 bilhões. Além disso,
a negociação implicou a transferência de um conjunto de mais de 20 hospitais.
O adquirente quer mesmo invadir o segmento de planos privados de
saúde.
Passada a ressaca eleitoral dos municípios, o tema mais
comentado na área da saúde deixa de ser a dificuldade de atendimento à
população em razão da falta de recursos orçamentários. Não que isso tenha sido
resolvido com a eleição do prefeito e dos vereadores. Mas o que tem chamado a
atenção dos especialistas da área – além do importante debate a respeito da
falsa solução por meio das Organizações Sociais (OSs) – é o negócio,
literalmente bilionário, envolvendo a venda do maior grupo privado brasileiro
do setor, a Amil.
As empresas, uma a maior do Brasil e a outra a maior nos EEUU no
segmento da saúde, com o negócio celebrado, revela claramente que a saúde, no
mundo ocidental e dentro do regime capitalista nos dias de hoje, é
principalmente um lucrativo segmento econômico.
Ainda que no Brasil, a Magna Lei dispõe que a saúde é um direito
assegurado a todos, fruto da interpretação de que trata-se de direito natural,
fica patente que a verdade é que a Saúde se mercantilizou oficialmente.
Enfim, um ato dessa magnitude que deveria ser amplamente
debatido nas rodas da saúde é, no entanto, palco de comentários entre as
conferencias econômicas e de altos investidores, revelando a despreocupação
real com a saúde, prevalecendo, outrossim, a saúde econômica de investidores
grandiosos.
O Expresso Vida revela a grande preocupação com o negócio e com
a falta de atenção das autoridades com a saúde pública e lembra que, nos EEUU o
modelo lá adotado, reconhecidamente fracassado, começa implementar estudos
copiando o SUS brasileiro e nós, aqui, buscamos a americanização e mercantilização
do que é dever do Poder Público.
Roberto J. Pugliese
autor de : Direito das Coisas, Leud.
( fonte: Correio do Brasil )
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