Abandonado. Esquecido.
Largado... são qualificações que se aplicam e caem como luva no Parque Nacional
situado no litoral do Paraná, em Guaraqueçaba, na divisa com o Estado de São
Paulo.
Criado em 25 de Abril de 1989
e posteriormente ampliado, o Parque teve inicio por volta de 1970, quando a
Ilha do Superagui foi inscrita como Patrimonio Natural e Histórico pela Divisão
do Patrimonio Histórico, Artistico e Cultural do Paraná. O tombamento propiciou
inúmeras limitações, com proibições a inúmeras atividades potencialmente
danosas ao meio ambiente.
Atualmente o parque abrange a
ilha de Superagui, a Ilha das Peças, ilha do Pinheiro, Ilha do Pinheirinho e
área continental, na região denominada Vale do rio dos Patos. Em 1991 a região foi
abrangida pela Reserva da Biosfera Vale do Ribeira-Serra da Graciosa e em 1998
foi intitulada pela UNESCO como Sítio do Patrimônio Natural da Humanidade.
A Ilha do Superagui é artificial, pois trata-se de península
natural que foi cortada por um canal que une Guaraqueçaba ao Ariri, construído por
volta de meados de 1950.
O Parque encerra quase 34 mil hectares quadrados e tem o
perímetro de 339 km.O Parque não é aberto à visitação pública, mas o entorno é
visitado, bem como as praias, mesmo estando estas dentro da unidade, por ser
uma visitação moderada, não podendo acampar nas mesmas. O seu maior atrativo é
a Praia Deserta, que possui 38 Km de praias virgens que podem ser apreciadas em
caminhadas a pé (4 a 7 horas) ou de bicicleta. É possível também, ver na ilha do
Pinheiro, a revoada dos papagaios-da-cara-roxa que ocorre ao entardecer e ao
amanhecer. A paisagem, constituída pelas áreas de manguezais contínuas e
Floresta Atlântica, intercaladas pelas águas do estuário e do Oceano Atlântico,
apresenta grande beleza cênica.
Relativamente plano, tem áreas montanhosas ao norte e no
continente a Serra do Mar predomina.
Mal gerenciado, praticamente não dispondo de guardas e
fiscalização o parque sofre constante retiradas de madeiras, corte de palmitos,
desmatamento caça de animais silvestres, construção irregulares de casas de
turistas e caiçaras. Vale registrar que são apenas dois os funcionários do
IBAMA.
Assim, a unidade de conservação, à semelhança de tantas e
tantas outras só existe no papel.
Roberto J. Pugliese
www.pugliesegomes.com.brAutor de Direito das Coisas, Leud.
Membro da Academia Itanhaense de Letras.
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