A conhecida ilha do Marajó,
na foz do rio Amazonas, trata-se de um imenso território abandonado e esquecido
pelas autoridades federais e estaduais competentes. Os atuais dezesseis
municípios, lamentavelmente, através de seus vereadores e prefeitos, se viram
como podem, para que o povo tenha um mínimo de dignidade.
O Marajó e as demais ilhas e
ilhotas que constituem o arquipélago tem a área somada de aproximadamente 105
mil quilômetros quadrados. Um território superior ao Estado de Alagoas, de
Sergipe e Santa Catarina apenas para fazer com que o leitor se situe com a
comparação. São quase 450 mil habitantes espalhados por municípios pobres,
isolados e sem assistência mínima do Estado.
O Reverendíssimo Bispo
Diocesano do Marajó, Dom José Luiz Azcona já defendeu publicamente a
federalização do arquipélago, como sendo a saída para minorar o sofrimento da
população.
“O povo do Marajó
já se cansou da indiferença, do desprezo e do abandono a que tem sido relegado
há séculos. Se não houver uma mudança drástica, o movimento pela federalização
do arquipélago se tornará incontrolável”, afirmou em certa ocasião o presidente da Amam, a Associação
dos Municípios do Arquipélago do Marajó, Pedro Barbosa (PMDB), que também é
prefeito de Portel. O mesmo prefeito acrescentou que sabe que a maioria
esmagadora da população é favorável ao desmembramento do arquipélago.
A maioria da população apóia
a idéia de criação do Territorio Federal e quer se separar do Pará. Entre
outras razões, a miséria é muito grande a ponto de seis dos mais miseráveis
municípios brasileiros estarem situados na ilha.
Refrescando a memória, vale
lembrar que em 2002 o deputado federal Benedito Dias, do Amapá, propôs a
realização de plebiscito para decidir sobre a federalização do arquipélago. A
realidade no entanto é que a proposta está paralisada e ainda não saiu das
gavetas com destino às Comissões Tecnicas. A situação de penúria da miserável população
no entanto, aguarda anciosa a decisão, pois sabe que só a federalização poderá
minorar o sofrimento.
No Marajó falta tudo. Não há mínima
segurança ao patrimônio da sua população e de investidores, sendo gritante o
avanço dos contínuos roubos de gado; não há investimento no ensino minimamente
desejável. A saúde é precária. A Justiça, mesmo com sedes de Comarcas, não se
revela eficaz...
Importante salientar que
muitas regiões do arquipélago estão constantemente isoladas e o acesso só se
completa por barcos, com preços exorbitantes e morosidade que inibe a
exploração econômica desse território.
Muitos municípios, bairros e
vilas não dispõe de comunicação terrestre os interligando, de forma que
isolados, dependem sempre de embarcações oficiais oriundas de trajetos que se
iniciam em Belem, numa rota absurda e inteligível...
Enfim, o Movimento Marajó
Forte, em razão de tantas e tantas mazelas do povo marajoara está cada vez mais
forte e não para de arquitetar, com apoio da população, de saídas para minorar
o subdesenvolvimento de toda a região.
Roberto J. Pugliese
www.pugliesegomes.com.brAutor de Terrenos de Marinha e seus Acrescidos, Letras Jurídicas.
( Fonte – Movimento Marajó
Forte )
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