Uma travesti e 14 mulheres escravizadas, trancadas em regime de
cárcere privado em prostibulo nas proximidades da hidroelétrica de Belo Monte
foram encontrados pela Policia Civil de Altamira, no Pará.
Uma garota de 16 anos conseguiu fugir e avisou o Conselho
Tutelar, que acionou a policia e foi realizada a operação para liberar as
escravas prisioneiras.
Elas trabalhavam 24 horas por dia, desde que houvesse clientes,
que apareciam a qualquer hora do dia e da noite.
“De comida, tinha almoço
e janta. Se você estava trabalhando na hora do almoço, tinha que esperar a
janta. Se desse muita fome, a gente tinha que comprar um lanche. O gerente da
boate dizia que a gente só poderia sair depois de pagar todas as dívidas, e que
nem adiantava reclamar porque ninguém ia nos ajudar, ele era amigo da Justiça e
nunca ninguém ia fazer nada contra ele. Mas ele disse que se a gente falasse,
eles iam atrás dos nossos filhos e parentes lá no Sul”.
As mulheres eram
confinadas em pequenos quartos sem janelas e ventilação, com apenas uma cama de
casal. Cadeados do lado de fora trancavam as portas Elas tinham entre 18 e 20
anos – além da jovem de 16, e eram provenientes do Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul. As vítimas afirmaram também que podiam ir à cidade de Altamira
uma vez por semana, por uma hora, mas eram vigiadas pelos funcionários da
boate.
Além da situação de
cárcere privado, a polícia também encontrou no local um caderno onde eram
anotadas as dívidas das meninas, como gastos com passagens, alimentos, e
vestimentas, além de “multas” por motivos diversos.
Ameaças aos familiares
das moças faziam com que temiam bastante que a violência se concretizasse.
Os donos da boate
fugiram e estão sendo procurados pela policia local.
Noticas como essa são
freqüentes e reais. E se referem a exploração sexual de menores em todo o país.
O Expresso Vida lamenta
que a 8ª. economia mundial ainda tenha tantas e tantas situações semelhantes a
esta narrada.
Roberto J. Pugliese
Autor de Direito das
Coisas, Leud
Membro da Academia
Itanhaense de Letras.
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