Memórias de um Vira Latas
Gilberto Nogueira de Oliveira – Santo
Antônio de Jesus, 16-05-2013
Fiquei velho e fui expulso de casa
E fiquei abandonado
Nas ruas de uma grande cidade.
Sentia fome e sede
E acabei me tornando um vira latas.
Acabaram-se os banhos de cheiro
Em meus pelos perfumados.
Ficaram fétidos e eriçados.
Saí em busca de alimentos.
O primeiro saco de lixo
Só havia papel e vidro.
Ah! Humanos desleixados
Que nem pensam nos garis.
No segundo saco de lixo
Achei uma cabeça de frango.
O jeito foi traçar aquilo,
Mesmo sentindo náuseas
E saudades de minha ração.
E fiquei abandonado
Nas ruas de uma grande cidade.
Sentia fome e sede
E acabei me tornando um vira latas.
Acabaram-se os banhos de cheiro
Em meus pelos perfumados.
Ficaram fétidos e eriçados.
Saí em busca de alimentos.
O primeiro saco de lixo
Só havia papel e vidro.
Ah! Humanos desleixados
Que nem pensam nos garis.
No segundo saco de lixo
Achei uma cabeça de frango.
O jeito foi traçar aquilo,
Mesmo sentindo náuseas
E saudades de minha ração.
Anoiteceu.
Fui procurar um abrigo.
Encontrei! Embaixo do viaduto.
Um pedinte muito pobre
Me convidou para morar com ele
Ali naquele lugar.
Me aceitou como sou.
Dividiu seu pão comigo
E fui dormir em seus braços.
Fui procurar um abrigo.
Encontrei! Embaixo do viaduto.
Um pedinte muito pobre
Me convidou para morar com ele
Ali naquele lugar.
Me aceitou como sou.
Dividiu seu pão comigo
E fui dormir em seus braços.
Roberto J. Pugliese
Autor de Direito das Coisas, 2005 - Leud
Membro da Academia Itanhaense de Letras
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