CATAIA: SÍMBOLO DO LAGAMAR.
Planta
típica Da Mata Atlantica no Lagamar
trata-se de árvore de grande porte, que chega a 27 metros de altura, tem
elevada serventia entre os povos caiçaras, muito usada na culinária, na
farmacopeia e no dia a dia das comunidades, inclusive como tempero.
No
passado a árvore era usada para construção de canoas e outros utensílios domésticos
pelos caiçaras. Suas folhas são destinadas à chás e refrescos, porém atualmente
são muito procuradas para aromatizar cachaças. Assim, a Cachaça com Cataia,
também citada como wisky do caiçara, dada a tonalidade semelhante que a bebida
após algum tempo adquire, desde alguns anos está se tornando a bebida típica de Cananéia, de Guaraqueçaba,
de Antonina, Iguape, Ilha Comprida entre outros lugares que é encontrada.
Suas
folhas são bem parecidas com as da erva-mate e da coca e numa época na qual o
café não era um produto de fácil acesso nos confins do litoral, dizem os
antigos que o chá da cataia o substituía.
Nos
meios científicos seu nome é Drimys
Brasiliensis, da família Winteraceae,
nativa no litoral sul paulista e norte do Paraná, inclusive nas inúmeras ilhas
e nos baixios da Serra do Mar. É encontrada nos manguezais e terrenos
alagadiços e arenosos. No entanto, por
falta de pesquisa cientifica, ainda não se definiu quais as propriedades que a
folha, tão procurada, acrescenta aos alimentos e a pinga, salvo o sabor e a
tonalidade diferente.
Com
a intensa procura as árvores estão correndo sério risco, dada a busca por suas
folhas. Tendo se tornando um atrativo da
região, os produtores de cachaças do Vale do Ribeira, não aguardam o tempo
necessário para o desenvolvimento natural da planta, colhendo suas folhas ainda
quando arbusto em fase de crescimento.
Um
atrativo turístico que corre sério risco de extinção.
Enfim,
quem conhece o litoral do Lagamar, a região que acompanha a orla desde da baia
de Paranaguá até as proximidades da Juréia, quase em Peruíbe, sabe da
importância da Cataia, para o fomento do turismo e a economia artesanal, com
inúmeras cachaçarias, botecos, bares e biroscas engarrafando pinga com essas
folhas e as vendendo como relíquias do
lugar.
Roberto J. Pugliese
Autor de Terrenos de Marinha e seus Acrescidos. Letras Jurídicas, 2010
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