19 julho 2014

Cataia !


CATAIA: SÍMBOLO DO LAGAMAR.

 

Planta típica Da Mata Atlantica no Lagamar  trata-se de árvore de grande porte, que chega a 27 metros de altura, tem elevada serventia entre os povos caiçaras, muito usada na culinária, na farmacopeia e no dia a dia das comunidades, inclusive como tempero.





 

No passado a árvore era usada para construção de canoas e outros utensílios domésticos pelos caiçaras. Suas folhas são destinadas à chás e refrescos, porém atualmente são muito procuradas para aromatizar cachaças. Assim, a Cachaça com Cataia, também citada como wisky do caiçara, dada a tonalidade semelhante que a bebida após algum tempo adquire, desde alguns anos está se tornando  a bebida típica de Cananéia, de Guaraqueçaba, de Antonina, Iguape, Ilha Comprida entre outros lugares que é encontrada.

 

Suas folhas são bem parecidas com as da erva-mate e da coca e numa época na qual o café não era um produto de fácil acesso nos confins do litoral, dizem os antigos que o chá da cataia o substituía.

 

Nos meios científicos seu nome é Drimys Brasiliensis, da família Winteraceae, nativa no litoral sul paulista e norte do Paraná, inclusive nas inúmeras ilhas e nos baixios da Serra do Mar. É encontrada nos manguezais e terrenos alagadiços e arenosos.  No entanto, por falta de pesquisa cientifica, ainda não se definiu quais as propriedades que a folha, tão procurada, acrescenta aos alimentos e a pinga, salvo o sabor e a tonalidade diferente.

 

Com a intensa procura as árvores estão correndo sério risco, dada a busca por suas folhas. Tendo se  tornando um atrativo da região, os produtores de cachaças do Vale do Ribeira, não aguardam o tempo necessário para o desenvolvimento natural da planta, colhendo suas folhas ainda quando arbusto em fase de crescimento.

 

Um atrativo turístico que corre sério risco de extinção.

Enfim, quem conhece o litoral do Lagamar, a região que acompanha a orla desde da baia de Paranaguá até as proximidades da Juréia, quase em Peruíbe, sabe da importância da Cataia, para o fomento do turismo e a economia artesanal, com inúmeras cachaçarias, botecos, bares e biroscas engarrafando pinga com essas folhas e as vendendo como  relíquias do lugar.
 
Roberto J. Pugliese
Autor de Terrenos de Marinha e seus Acrescidos. Letras Jurídicas, 2010 

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