Morre um grande paulista. – Lamentável.
O ex deputado federal Plínio de Arruda Sampaio, com 83 anos morreu na
última terça feira em São Paulo.Formado em direito pela Universidade de
São Paulo em 1954, ele foi também promotor público, antes de ingressar na
política.
Foi membro do governo
estadual de São Paulo e elegeu-se deputado federal em 1962. Em 1964, com o
golpe militar, teve seus direitos políticos cassados por 10 anos e partiu para
o exílio, primeiramente no Chile e, depois, nos Estados Unidos. Após seu
retorno ao Brasil, foi eleito deputado em 1986, participando da Constituinte.
Plínio elaborou um plano de
reforma agrária durante o governo João Gulart e fundou o PT. Depois fundou o
PSOL.
Era casado com Marietta
Ribeiro de Azevedo desde 1955. O casal teve seis filhos. Plínio de Arruda
Sampaio estava internado em São Paulo há mais de um mês para tratar de um
câncer nos ossos. A causa de sua morte foi falência múltipla dos órgãos.
O presidente do Conselho
Federal da OAB lamentou profundamente o falecimento.
Abaixo segue um texto
elaborado por um militante anônimo do PSOL em homenagem ao extinto.l
“PLÍNIO, ETERNAMENTE PRESENTE!
No dia de ontem o Brasil perdeu um dos seus filhos mais ilustres. Segundo
Brecht, era um daqueles homens imprescindíveis. Segundo a sabedoria popular, é
um daqueles homens que só nascem a cada 100 anos. Após uma luta contra o
câncer, perdemos Plínio da Arruda Sampaio.
Aos 83 anos, Plínio só aparentava sua idade externamente. Sua disposição, seus
sonhos, sua coragem, sua lucidez e sua bravura sempre fizeram todos aqueles que
o conheceram, ter a certeza de que estávamos diante de um jovem que ainda tinha
muito a contribuir com a luta por uma sociedade justa e igualitária.
Plínio era sinônimo de juventude. Plínio era sinônimo de Reforma Agrária.
Plínio era sinônimo de coerência. Plínio era sinônimo de bravura. Plínio era
sinônimo de Política (com “P” maiúsculo). Plínio era sinônimo de socialismo!
Um incansável lutador social, nunca vacilou em estar sempre do lado do povo.
Sua coerência era algo marcante. Saiu do PT em 2005 para ajudar a construir o
PSOL. Já com idade avançada, aceitou o desafio de ser candidato a Presidente da
República pelo PSOL, numa das mais belas campanhas que tive a oportunidade de
ver.
Plínio foi o formulador do projeto de Reforma Agrária do governo Jango,
que estava incluído nas reformas de base pretendidas por aquele governo. A
ditadura militar abortou a possibilidade do Brasil ter uma verdadeira reforma
agrária, e Plínio estaria na 1ª lista de políticos cassados pela ditadura, o
que o levou ao exílio político.
Impressionado com a sua disposição militante, o próprio Chico Alencar
chegou a sugerir que, pela idade avançada, Plínio poderia estar cuidando das
suas coisas, curtindo os netos, dentre outras coisas. A resposta de Plínio foi
na lata: “cuidarei das minhas coisas e curtirei com os meus netos quando ficar
velho”. Sempre que perguntado quais foram os melhores anos da sua vida, nunca
titubeou em responder “Aqueles que ainda virão”.
No fim da campanha para presidente em 2010, deixou claro que estava
falando para a juventude, para o futuro! Sua firmeza ideológica, seus
princípios e seu exemplo nos faziam perceber como a Política (com “P”
maiúsculo, que era como Plínio fazia) é bela! Como pode ser algo engrandecedor
e emancipador.
Incansável, esteve presenta nas ruas também nas jornadas de junho do
ano passado, mostrando, mais uma vez, o quanto era coerente e de que lado se
encontrava na luta de classes.
Mesmo nos últimos momentos da sua vida, ainda se preocupava em produzir
coisas que pudessem ser aproveitadas na luta pela emancipação do povo. Estava
traduzindo o livro “A People’s History of The World” que, infelizmente, não
conseguiu terminar.
Sem dúvidas, Plínio fará muita falta! Porém, seu legado e sua obra são
maiores do que seus 83 anos de vida. Por esta razão, todos aqueles que o tem
como exemplo deverá levar adiante o projeto de sociedade pelo qual ele sempre
lutou: o socialismo! E, quando este dia chegar, vamos saber que estaremos
vivendo os melhores anos da vida de Plínio.
Plínio de Arruda Sampaio, eternamente presente!
( Autor anônimo
de Juazeiro, militante do PSOL )”
O Expresso Vida lamenta
bastante a morte de Plínio de Arruda Sampaio um grande ser humano que sempre
buscou a Justiça.
Roberto J. Pugliese
Autor
de Direito das Coisas, 2005. Leud.
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