16 dezembro 2014

A mini máquina fotográfica e o album de long plays. ( memória nº 106 )


Memória nº 106
O detetive e a bossa nova.

 

(foto tirada do Colégio Arquidiocesano na década de 1940 )

 

Lourenço tem na lembrança seus colegas do Colégio Arquidiocesano de São Paulo.  Durante os anos que lá estudou vivenciou diversas passagens, muitas inesquecíveis. Lembra-se bem que Carlos Edson, colega de classe, apareceu num seis de junho qualquer com u’a máquina fotográfica japonesa, nas dimensões de uma caixa de fósforo e Lourenço convenceu a adquiri-la. Lembra-se que comprou do colega por mil cruzeiros ou algo assim.

 

Com ela sua imaginação de detetive foi desenvolvida. Sentia-se James Bond, ou qualquer agente da CIA com aquela máquina fotográfica. Brincava com ela, ainda que não tinha como conseguir  filmes que, não era encontrado no Brasil. Teria que importá-lo. Também exibia seu patrimônio para amigos, primos, meninas sentindo-se um ser superior.

 

Mas, como não conseguia filme, pois àquele tempo a importanção de qualquer bem era muito difícil, alguns anos depois a vendeu para outro colega do Arquidiocesano, por dois mil ou dois qualquer coisa... Insta salientar que à época não existia inflação e assim ficou feliz por considerar ter feito um excelente negócio.

 

Já advogado, por volta de 1985, encontrou o mesmo Carlos Edson em Cananéia, na condição de Promotor de Justiça...

 

 

Foi nesse tempo de Arquidiocesano que comprou do colega Denis, um garoto que viera de Anápolis, uma coleção de doze discos de bossa nova, gravados em long play.  Ainda tem essas gravações, transformadas noutro suporte.

 

Enfim, Lourenço recorda-se bem dos cinco anos que conviveu naquela escola, sendo que no primeiro deles, ainda no quarto ano primário, foi matriculado no semi-internato, passando o dia inteiro nas dependências do colégio.

 

- Bons tempos...

 

Roberto J. Pugliese
pugliese@pugliesegomes.com.br
Titular da cadeira nº35 da Academia São José de Letras.

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