Memória nº 106
O detetive e a bossa nova.
Lourenço tem na lembrança seus
colegas do Colégio Arquidiocesano de São Paulo. Durante os anos que lá estudou vivenciou
diversas passagens, muitas inesquecíveis. Lembra-se bem que Carlos Edson,
colega de classe, apareceu num seis de junho qualquer com u’a máquina
fotográfica japonesa, nas dimensões de uma caixa de fósforo e Lourenço
convenceu a adquiri-la. Lembra-se que comprou do colega por mil cruzeiros ou
algo assim.
Com ela sua imaginação de
detetive foi desenvolvida. Sentia-se James Bond, ou qualquer agente da CIA com
aquela máquina fotográfica. Brincava com ela, ainda que não tinha como
conseguir filmes que, não era encontrado
no Brasil. Teria que importá-lo. Também exibia seu patrimônio para amigos,
primos, meninas sentindo-se um ser superior.
Mas, como não conseguia filme,
pois àquele tempo a importanção de qualquer bem era muito difícil, alguns anos
depois a vendeu para outro colega do Arquidiocesano, por dois mil ou dois
qualquer coisa... Insta salientar que à época não existia inflação e assim
ficou feliz por considerar ter feito um excelente negócio.
Já advogado, por volta de
1985, encontrou o mesmo Carlos Edson em Cananéia, na condição de Promotor de
Justiça...
Foi nesse tempo de
Arquidiocesano que comprou do colega Denis, um garoto que viera de Anápolis,
uma coleção de doze discos de bossa nova, gravados em long play. Ainda tem essas gravações, transformadas
noutro suporte.
Enfim, Lourenço recorda-se
bem dos cinco anos que conviveu naquela escola, sendo que no primeiro deles,
ainda no quarto ano primário, foi matriculado no semi-internato, passando o dia
inteiro nas dependências do colégio.
- Bons tempos...
Roberto J. Pugliese
pugliese@pugliesegomes.com.brTitular da cadeira nº35 da Academia São José de Letras.
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