MANIFESTAÇÕES.
A juventude
paulista foi para as ruas contra o ditador Getúlio Vargas em 23 de maio de
1932, morrendo Márcio, Miragaia, Drausio e Camargo, pela polícia política e
covarde do caudilho, cujas mortes deram origem ao MMDC e fez eclodir em 9 de
julho a Revolução Constitucionalista.
Em
março de 1964 pelo descontentamento e desgoverno generalizado, mais uma vez o
povo paulista, foi para as ruas e, organizando a Marcha pela Família, incendiou
o país, provocando o golpe sórdido de 1964 nas vésperas do dia da mentira.
Sem
entrar no mérito do conteúdo ideológico desses movimentos, valendo recordar que
outrora, séculos antes, já houvera movimento na vila de São Paulo de
Piratininga, no sentido de separá-lo do restante da Colonia, e o povo foi para
as ruas nomeando um paulista Rei, que não aceitou o múnus para evitar a guerra
e também, lembrando que D. Pedro I, se encorajou a gritar pela independência do
Brasil, às margens do riacho Ipiranga, pois sabia que teria respaldo popular,
percebe-se que movimentos cívicos têm sua origem na grande cidade.
Agora
o país acompanha mais uma vez os estudantes paulistas e sai às ruas.
Jovens
da capital, descontentes e com os limites da passividade ultrapassada, vão para
as praças e mais uma vez repetem o exemplo das turbas anteriores. Jovens
nascidos em todo o país, que residem na acolhedora cidade maltratada, se unem
para gritar contra desmandos repetidos e lideranças apodrecidas pela corrupção
endêmica.
Pelo
grito paulistano, seguiram-se gritos noutras cidades e o exemplo está
encorajando os que se escondem no silencio da indecisão.
Neste
instante, não vou entrar no mérito e opinar, mas posso asseverar que mais uma
vez o Brasil se desmembra, de um lado, com São Paulo, Rio, Minas e Rio Grande
assumindo a posição de líderes, demonstrando a própria grandeza desses lugares,
o desenvolvimento econômico e social, e todas as notabilidzadas condições de
trazer o país para o lugar merecido, como seus povos assim procedem
históricamente, e de outro lado, o povo inibido, receoso, acanhado e, talvez
acovardado em não se apresentar à frente, mostrando porque são comandados e não
se consideram o esteio da Nação.
Cadê
o Paraná, de tão expressiva economia ? Santa Catarina, tida e auto considerada
a expressão maior da cultura, auto conclamada o primeiro mundo brasileiro? Cade
a Bahia de vultos históricos, terra do petróleo, a quinta economia brasileira ?
Pernambuco, Pará, Goiás... cadê os brasileiros provincianos que se omitem
diante da turba política que busca um país melhor?
Importante
a reflexão.
Non
duco ducor ! São Paulo nos melhores e piores momentos sempre esteve e estará à
frente.
Roberto J. Pugliese
www.pugliesegomes.com.brTitular da Cadeira nº 35 – Academia São José de Letras
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