Memória nº 107
São Paulo campeão do Mundo
Durante a vida algumas
pessoas deixam de contempla-la e passam atuar de modo bem marcante. São
protagonistas do tempo real. E nesse teatro os momentos vão se repetindo
provocando aos espectadores alegrias e tristezas.
A morte de entes queridos
provavelmente para Lourenço tenha sido sempre os piores momentos que tenha
passado, ainda que, não tenha sido poucas as vezes que em apuros tenha se
arrependido de ter naquele dia levantado da cama quando acordou.
Mas ao longo do tempo passou
por inúmeras alegrias e momentos inexplicavelmente ótimos, que jamais sairão de
sua lembrança, dada a situação de felicidade que vivenciou. Não são poucos e
alguns se destacam.
Recorda-se, por exemplo,
quando soube que passara no vestibular. Estava em Itanhaém, na pisciana do
clube quando seu amigo Aurélio chegou com o jornal na mão dizendo que passara e
estava indo para São Paulo matricular-se.
Saiu da água naquele verão bem
quente de uma quarta feira de janeiro e olhando a lista publicada no O Estado de São Paulo viu que fora
classificado em 101º lugar, para cursar à noite, a Faculdade Paulista de
Direito, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Horas depois, no jeep
do amigo, junto com João Negrini que também passara, seguiam os três para a
Capital.
O ingresso na PUC era
fundamental para mudar o rumo de sua vida. E foi. Em menos de um mês, no dia 13
de Fevereiro de 1970 tirava da concessionária o carro que ganhara do pai. Em
poucos meses estava oficialmente trabalhando no 22º cartório de notas da Capital
e mudanças seguidas ocorreram.
Outra lembrança de grande
felicidade foi o seu casamento. Estava muito feliz na cerimônia realizada na
Capela Universitária da PUC e na festa que se deu em um boufet em um edifício
da Avenida Paulista. Lourenço e Lourença se casaram em março de 1976.
Também tem marcado como
momento de muita emoção quando Lourenço Filho, com pouco mais de 4 anos de
idade, na festa de final de ano na Escolinha infantil, foi designado orador da
turma e a ele coube ler o discurso oficial... Inesquecível. Emocionante. Tão
inesquecível e emocionante como a noite que na condição de professor da
Associação Catarinense de Ensino teve a honra de ser chamado para entregar o
canudo com o diploma de bacharel em direito para Lourenço Júnior. Momento
marcante de sua vida. Privilégio especial poder entregar o diploma de formado
para o filho.
Emoção que se repetiu por três
vezes foi comemorar a vitória do seu clube de coração, nas disputas que teve
com o Barcelona, Milan e Liverpool.
Para um torcedor que viveu os
anos de construção do Morumbi, assistindo o Rei Pelé deitar e rolar e torcer
por anos para que o clube se acertasse, ganhar a taça da Copa Libertadora das
Américas e a Intercontinental de Clubes foram premios de emoção inexplicável.
Emoção singular. Emoção para poucos brasileiros.
Outra passagem especial de
sua vida foi o lançamento de um de seus livros na cidade de São Paulo. Em
Joinville o lançamento desse mesmo livro foi recorde de público na livraria. Em
São Paulo, foi prestigiado por amigos e parentes que o emocionou bastante.
Entre os presentes dois professores do curso ginasial, amigos de infância e
ilustres personagens da vida social e política paulistana. Inexplicável a
emoção.
Enfim, Lourenço viveu e vive
grandes emoções e valoriza o dia a dia que não se repete.
Roberto J. Pugliese
Titular
da Cadeira nº35 da Academia São José de Letras.
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