( Colaboração de Dr. Mário Rogério Cardoso, de Florianópolis )
A MAIOR LAVANDERIA DE DINHEIRO DO MUNDO AMEAÇA FALIR!A SUÍÇA ESTREMECE ZURIQUE ALARMA-SE
Os belos bancos, elegantes, silenciosos de Basiléia e Berna estão ofegantes.Poderia dizer-se que eles estão assistindo na penumbra a uma morte ou estão velando um moribundo.Esse moribundo, que talvez acabe mesmo morrendo, é o segredo bancário suíço.O ataque veio dos Estados Unidos, em acordo com o presidente Obama.O primeiro tiro de advertência foi dado na quarta-feira.A UBS - União de Bancos Suíços, gigantesca instituição bancária suíça viu-se obrigada a fornecer os nomes de 250 clientes americanos por ela ajudados para defraudar o fisco.O banco protestou, mas os americanos ameaçaram retirar a sua licença nos Estados Unidos.Os suíços, então, passaram os nomes.E a vida bancária foi retomada tranquilamente.Mas, no fim da semana, o ataque foi retomado.Desta vez os americanos golpearam forte, exigindo que a UBS forneça o nome dos seus 52.000 clientes titulares de contas ilegais!O banco protestou.A Suíça está temerosa.O partido de extrema-direita, UDC (União Democrática do Centro), que detém um terço das cadeiras no Parlamento Federal, propõe que o segredo bancário seja inscrito e ancorado pela Constituição federal.Mas como resistir?A União de Bancos Suíços não pode perder sua licença nos EUA, pois é nesse país que aufere um terço dos seus benefícios.Um dos pilares da Suíça está sendo sacudido.O segredo bancário suíço não é coisa recente.Esse dogma foi proclamado por uma lei de 1934, embora já existisse desde 1714.No início do século 19, o escritor francês Chateaubriand escreveu que neutros nas grandes revoluções nos Estados que os rodeavam, os suíços enriqueceram à custa da desgraça alheia e fundaram os bancos em cima das calamidades humanas.Acabar com o segredo bancário será uma catástrofe econômica.Para Hans Rudolf Merz, presidente da Confederação Helvética, uma falência da União de Bancos Suíços custaria 300 bilhões de francos suíços ou 201 milhões de dólares.E não se trata apenas do UBS.Toda a rede bancária do país funciona da mesma maneira.O historiador suíço Jean Ziegler, que há mais de 30 anos denuncia a imoralidade helvética, estima que os banqueiros do país, amparados no segredo bancário, fazem frutificar três trilhões de dólares de fortunas privadas estrangeiras, sendo que os ativos estrangeiros chamados institucionais, como os fundos de pensão, são nitidamente minoritários.Ziegler acrescenta ainda que se calcula em 27% a parte da Suíça no conjunto dos mercados financeiros offshore" do mundo, bem à frente de Luxemburgo, Caribe ou o extremo Oriente.Na Suíça, um pequeno país de 8 milhões de habitantes, 107 mil pessoas trabalham em bancos.O manejo do dinheiro na Suíça, diz Ziegler, reveste-se de um caráter sacramental.Guardar, recolher, contar, especular e ocultar o dinheiro, são todos atos que se revestem de uma majestade ontológica, que nenhuma palavra deve macular e realizam-se em silêncio e recolhimento...Onde param as fortunas recolhidas pela Alemanha Nazi?Onde estão as fortunas colossais de ditadores como Mobutu do Zaire, Eduardo dos Santos de Angola, dos Barões da droga Colombiana, Papa-Doc do Haiti, de Mugabe do Zimbabwe e da Máfia Russa?Quantos atuais e ex-governantes, presidentes, ministros, reis e outros instalados no poder, até em cargos mais discretos como Presidentes de Municípios têm chorudas contas na Suíça?Quantas ficam eternamente esquecidas na Suíça, congeladas, e quando os titulares das contas morrem ou caem da cadeira do poder, estas tornam-se impossíveis de alcançar pelos legítimos herdeiros ou pelos países que indevidamente espoliaram?Porquê após a morte de Mobutu, os seus filhos nunca conseguiram entrar na Suíça?Tudo lá ficou para sempre e em segredo...Agora surge um outro perigo, depois do duro golpe dos americanos.Na mini cúpula européia que se realizou em Berlim, (em preparação ao encontro do G-20 em Londres), França, Alemanha e Inglaterra (o que foi inesperado) chegaram a um acordo no sentido de sancionar os paraísos fiscais."Precisamos de uma lista daqueles que recusam a cooperação internacional", vociferou a chanceler Angela Merkel.No domingo, o encarregado do departamento do Tesouro britânico Alistair Darling, apelou aos suíços para se ajustarem às leis fiscais e bancárias européias.Vale observar, contudo, que a Suíça não foi convidada para participar do G-20 de Londres, quando serão debatidas as sanções a serem adotadas contra os paraísos fiscais.Há muito tempo se deseja o fim do segredo bancário. Mas até agora, em razão da prosperidade econômica mundial, todas as tentativas eram abortadas.Hoje, estamos em crise.Viva a crise!!!Barack Obama, quando era senador, denunciou com perseverança a imoralidade desses remansos de paz para o dinheiro corrompido.Hoje ele é presidente.É preciso acrescentar que os Estados Unidos têm muitos defeitos, mas a fraude fiscal sempre foi considerada um dos crimes mais graves no país.Nos anos 30, os americanos conseguiram caçar Al Capone.Sob que pretexto?Fraude fiscal !!!Para muito breve, a queda do império financeiro suíço!
Conselho Editorial (inspirado) Carlos H. Conny, presidente; M. Covas, Miguel S. Dias, W. Furlan, Edegar Tavares, Carlos Lira, Plínio Marcos, Lamarca, Pe. João XXX, Sérgio Sérvulo da Cunha, H. Libereck, Carlos Barbosa, W. Zaclis, Plínio de A. Sampaio, Mário de Andrade, H. Vailat, G. Russomanno, Tabelião Gorgone, Pedro de Toledo, Pe. Paulo Rezende, Tabelião Molina, Rita Lee, Izaurinha Garcia, Elza Soares, Beth Carvalho, Tarcila do Amaral, Magali Guariba, Maria do Fetal,
16 dezembro 2011
A maior lavanderia de dinheiro do mundo ameaça falir.( Guilles Lapouge )
Advogado, paulistano, professor de direito, defensor de direitos humanos. Bacharel pela PUC -SP em 1974, pós graduado em Direito Notarial, Registros Públicos e Educação Ambiental. Defensor de quilombolas, caiçaras, indígenas, pescadores artesanais... Edita o Expresso Vida.
Autor de diversos livros jurídicos.São incontáveis os artigos jurídicos publicados em revistas especializadas, jornais etc. Integra a Academia Eldoradense de Letras,Academia Itanhaense de Letras. Titular da cadeira nº 35 da Academia São José de Letras. Integra o Instituto dos Advogados de Santa Catarina. É presidente da Comissão de Direito Notarial e Registros Públicos da OAB-Sc. Consultor nacional da Comissão de Direito Notarial e Registraria do Conselho Federal da OAB.Foi presidente por dois mandatos da OAB-TO - Gurupi. Sócio desde 1983 do Lions Clube Internacional. Diretor de Opinião da Associação Comercial de Florianópolis. Sócio de Pugliese e Gomes Advocacia. CIDADÃO HONORÁRIO DA ESTANCIA DE CANANÉIA, SP.
www.pugliesegomes.com.br
Residente em Florianópolis.
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