Posturas e posturas.
Por vários anos seguidos o caudilho Getúlio Vargas dominou o país de forma cruel. Ditadura brava. Policia secreta. Sala de torturas. Acordos com nazistas e aproximação com o Ducce e Hiroito, também chefes de governos totalitários.
Com mão de ferro transformou o estado federal tradicional brasileiro numa república unitária. Torturou e matou muita gente. Muitos democratas e todos que se opunham ao Catete. Queimou bandeira dos Estados e dos Municipios.
Administrou com os olhos fechados para a corrupção. Não via ou fingia que o Mar de Lamas não era na republiqueta que estava sob suas ordens.
O tempo passou e o Brasil se redemocratizou. Vierem eleições. O povo, ingênuo e até sem vergonha, depois de anos de terror, tortura, mortes ao invés optar nas urnas por um civil democrata, colocou na presidência o Marechal Dutra, que foi sucedido, quatro anos após, por um civil: o próprio caudilho que houvera sido deposto, assumia pelo voto a presidência para agir dentro das regras constitucionais que estavam vigentes. Getúlio voltou.
Passaram alguns anos e o regime democrático foi novamente violentado. Agora, sem disfarces ou rodeios, os milicos apoiados pelos ianques, tomaram o poder e ficaram. Igual o gorducho dos pampas, também torturaram, mataram e durante anos, com o apoio da CIA, de empresários e do capital internacional, com técnicas modernas aprendidas na Escola das Américas do Panamá, mandaram e desmandaram.
Foram anos de chumbo. Foram anos de ditadura. Retrocesso jurídico, cultural, social de difícil reparação.
Como democrata e defensor de direitos naturais, direitos humanos e da cidadania plena e com a postura de defesa de interesses nacionais, não aceito a ditadura Vargas e igualmente a ditadura militar. Não aceito a ditadura.
No entanto, me deixa perplexo e me causa espécie, até para não escancarar abrindo o descrédito total, é que muitos, milhares ou milhões de defensores de direitos humanos, de regime democrático e outras qualificações do gênero, condenam a ditatura militar, mas aceitam a ditadura Vargas, esquecendo que, ditadura, seja de um verde oliva pateta, como tantos ou de um baixinho de polainas e colete, é para ser repudiada e manifestamente inaceitável.
Enfim, posturas e posturas de certos cidadãos, levam ao descrédito de todos quantos apoiam movimentos em defesa de direitos negados pelas ditaduras. Não se justifica adular um ditador, porque assinou a CLT, pois o outro assinou o Estatuto da Terra, diplomas jurídicos de amplitude democrática extrema. Mas ambos mataram, torturaram e se envolveram com trapaças e desnacionalização do patrimônio brasileiro.
Roberto J. Pugliese
Conselho Editorial (inspirado) Carlos H. Conny, presidente; M. Covas, Miguel S. Dias, W. Furlan, Edegar Tavares, Carlos Lira, Plínio Marcos, Lamarca, Pe. João XXX, Sérgio Sérvulo da Cunha, H. Libereck, Carlos Barbosa, W. Zaclis, Plínio de A. Sampaio, Mário de Andrade, H. Vailat, G. Russomanno, Tabelião Gorgone, Pedro de Toledo, Pe. Paulo Rezende, Tabelião Molina, Rita Lee, Izaurinha Garcia, Elza Soares, Beth Carvalho, Tarcila do Amaral, Magali Guariba, Maria do Fetal,
17 dezembro 2011
Posturas e posturas.- Roberto J. Pugliese
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