Angustia de uma cidade
oprimida.
A principal e mais rica
cidade do país se encontra estrangulada pelo seu progresso, pois as condições
para sua expansão se tornaram tormentosas e dificultadas pelos custos elevados
e o número excessivo de seus habitantes e outros que por ela circulam
diariamente.
São milhões de imigrantes
vindos de todos os cantos do país e do mundo tentar a sorte, sendo grande
parte, constituída por pessoas sem destino, sem condições mínimas de
sobrevivência, e principalmente, desqualificadas para enfrentar uma profissão
numa sociedade competitiva na qual a população é bastante exigente.
Nela está o desenvolvimento e
o progresso, de modo que atrai pessoas curiosas por conhecê-la oriundos de
todos os cantos do mundo e, também aventureiros querendo ganhar a vida,
imaginando que nela se estabelecendo, a riqueza poderá chegar rápido e fácil,
revelando-se o grande engano.
Assim a cidade com seus quase
12 milhões de habitantes, no centro da região metropolitana que já alcança 22
milhões e do Estado que acolhe 42 milhões de pessoas, ao invés de crescer, vai
inchando, com o aumento gradual e desproporcional dos problemas decorrentes da
população que não estanca e que absorve gente despreparada que nada acrescenta,
apenas valendo-se da incógnita para tentar aproveitar-se da boa estada.
E o disparate decorre da
desproporcionalidade legal referente aos tributos que são impostos ao seu povo
e que restam aplicados na própria cidade. O sistema tributário injusto leva
para lugares distantes o fruto tributário decorrente da péssima qualidade de
vida de um povo laborioso e organizado, que recebe e sabe acolher carinhosamente
todos que ali se estabelecem.
Assim, a cidade sem recursos
suficiente para trazer a qualidade mínima para os que nela habitam, deixa de
ter toda a infra estrutura suficientemente distribuída ao seu povo.
Não há potabilidade de suas
águas, já escassas, para todos. Os mananciais não são mais suficientes para
abastecer a região. Não há tratamento de águas servidas e esgotos para todos.
Não há escolas públicas qualificadas para todos. Faltam policiais. Os
servidores públicos de todas as esferas e poderes não são bastante. A saúde pública
presta péssimo serviço à população generalizada. As habitações populares não
são erguidas em número bastante para atender a demanda. Faltam parques, jardins
e áreas públicas para o lazer. As poucas existentes são mal tratadas e mesmo
esquecidas.
Diante desse quadro,
singelamente descrito, ali estão as melhores escolas dedicadas ao ensino
primário, médio e superior conforme dados oficiais. Os melhores centros de
pesquisas científicos estão instalados lá. Os principais hospitais, centros de
saúde e de pesquisa humana igualmente estão ali e atraem pessoas do mundo
inteiro para tratamentos especializados.
Verdadeiro paradoxo complexo
que o povo convive diariamente.
Também na cidade sofrida se
encontra a maior frota de taxi e carros de aluguéis do mundo, a 2ª frota de
helicópteros em atividade e são 7
milhões de veículos ali registrados, acrescidos de mais de um milhão de outros
que chegam e saem diariamente da cidade ou por ela cruzam com destinos
variados.
Enfim, São Paulo e o povo
paulista, sofrem por ser tudo isso e estar situada num pais pobre, injusto,
centralizador em que dispõe de sistema tributário, que burocrático, deixa
apenas 10% de tudo que por lá arrecada. E lá, é o município que mais arrecada
no país.
Assim, o sistema hidroviário,
com as represas que cercam a cidade, o rio Pinheiros e o rio Tiete, até hoje
continuam poluídos e não são navegáveis, de forma a valorizar o turismo e a
mobilidade de sua população.
E por essas e por outras a
cidade é apontada como sendo uma megalópoles com péssima qualidade de vida, com
transito de veículos diariamente congestionado e traumático.
Enfim, chegou o momento das
autoridades constituídas levantarem a voz em defesa da cidade. Afinal, trata-se
de uma cidade cujo povo conduz e não é conduzido e por isso mesmo, é vanguarda
e não pode se submeter ao estado de situação que se testemunha.
Avante S. Paulo. Reaja !
Roberto J. Pugliese
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