A decadência do futebol carioca.
José Maria Marin e o futebol carioca.
Durante
muitas décadas o futebol brasileiro vem sendo administrado por pessoas que não
tem boa fama. Haja vista o triste fim de João Havelange, todo poderoso
presidente de honra da FIFA que perdeu a galhardia e é nome de pelo menos dois
estádios de futebol no Brasil, um deles, por sinal, no Rio de Janeiro e
interditado por falta de segurança, a despeito de sua recente inauguração.
Ricardo
Teixeira é outro bom exemplo. Fugiu do país e se encontra instalado com
dinheiro advindo de negociatas internacionais, celebradas com a conivência da
família Marinho e que elegeu Miami como trono de seu decadente reinado, por inexistir
nos States convenio de repatriação.
Pessoas
suspeitas nos últimos anos assumem a direção da CBF e, acomodando situações
favorecedoras ao futebol carioca e a interesses financeiros das Organizações
Globo vem administrando o futebol brasileiro de modo bem aquém das
necessidades.
José
Maria Marin assumiu a direção da CBF sofrendo inúmeros ataques: Primeiro porque pegou a
medalha que estava no podium para
premiação de um jogador. Segundo, sendo acusado como responsável pela tortura e
morte de inúmeros inocentes que faleceram na delegacia da Rua Tutóia, em São
Paulo, durante os anos de chumbo,
quando era governador.
O
Expresso Vida não tem procuração e não pretende defender o ex jogador que preside a entidade máxima do futebol, mas
por justiça é dever trazer informações para melhor apreciação e julgamento
pelos leitores.
Vamos
apontar fatos incontestáveis: O futebol carioca é decadente. Muito atrás do
futebol paulista que com todas as mazelas e dificuldades é o futebol que melhor
se apresenta e está bem melhor organizado, quer no que diz respeito à Federação
Paulista de Futebol, quer no âmbito particular da maioria de seus clubes
filiados.
Sem
dúvida, a organização, patrimônio, instalações, acervo de jogadores e
credibilidade entre tantos índices que revelam algum parâmetro, a fragilidade
do esporte no Estado do Rio de Janeiro é latente.
Sobrevive,
aos trancos e barrancos, com ajuda publicitária de sua divulgação ampla, pela
rede Globo de Televisão, que há mais de 40 anos prestigia sem qualquer pudor o
futebol carioca em detrimento dos demais centros desportivos do país.
No
aspecto institucional, leva vantagem escancarada, por ter no seu território, a
sede do Tribunal Superior de Justiça Desportiva e a CBF, além da Granja Comari
e todo um aparato que fomenta o esporte no Estado.
Ainda
vive e se vale da tradição de ser o futebol da capital do país, que se apoiava nas emissoras de rádio em ondas curtas
que transmitia o campeonato metropolitano do Distrito Federal e assim ajudou a fortalecê-lo
como centro exponencial do melhor futebol brasileiro. O que é uma grande
mentira.
O
futebol carioca ao longo dos anos, por ter sido a capital federal recebeu ao
longo da história recente do país, ajuda incomensurável, com a construção de
estádios e veladamente, modernização de outros particulares...
O
Maracanã surgiu assim: Ordem do Gal. Dutra. Hoje está a serviço de um dos
clubes da cidade. O Engenhão, também construído com recursos federais é um
elefante branco à serviço de um dos clubes da cidade E por aí vai, pois salvo o
Vasco da Gama, que tem um estádio construído por volta de 1930, os demais
clubes que se arvoram grandes, dispõe de pequenos estádios que não servem para
receber jogos oficiais
E
centro de treinamento é lorota. Tão incipientes que Murici Ramalho fugiu do
Fluminense e o Flamengo se acanhou em convida-lo para ser técnico, pois ouviria
um NÃO, pela falta de estrutura.
Os
clubes do Rio de Janeiro situados no interior, além de mal administrados e
individados, tem grande dificuldade para obter patrocínio, salvo dos poderes
públicos locais e da União e não dispõe de estádios condizentes. São clubinhos
que nem ascendem à série “ b” do campeonato brasileiro. Ademais as cidades do
interior, são pobres, não dispõe de estrutura mínima, linhas de transporte
aéreo e as rodovias estão mal conservadas... É o fim do mundo.
Outra
ajuda tradicional é o patrocínio das empresas federais que investem nos clubes
da Capital do Rio de Janeiro: Banco do Brasil, Petrobras, Correios etc ajudam
tradicionalmente os clubes do Rio, pois a iniciativa privada não ousa e o
Estado falido, não tem o que ou como assim faze-lo.
O
futebol carioca há boas décadas sobrevive e se safa de tragédias, com dívidas
astronômicas e calotes fenomenais. Acertos políticos evitam que clubes daquele
Estado fechem.
O
Marin, não é do grupo carioca. É paulista. Competente. Crítico. É de outra
patota. Não compactua desses acertos tradicionais.
É
preciso tirá-lo e colocar um Zagallo puxa saco ou qualquer simpatizante, nem
que seja do norte ou nordeste, mas jamais ligado ao futebol paulista.
Então
surgem denuncias de responsabilidade por furto da medalha e morte do Herzog. Quanto a medalha, vai lá, vamos
chamá-lo de ladrão como se os seus antecessores que levaram milhões da FIFA, da
CBF e do fisco não o fossem.
Quantas
medalhas foram surrupiadas pelos dirigentes da CBF? Até a copa Jules Rimet foi
derretida e a história mal contada.
Quanto
a truculência da morte do jornalista, merece reparo, pois, ainda que o
presidente tenha sido vice governador do Paulo Maluf, então da Arena e assumido
por descompatibilização daquele ao nobre cargo, a responsabilidade de segurança
pública e tortura e atos espúrios, como é sabido, era da União, através de
qualquer generalzinho ou sargento que assumia o posto...
Quem
mandava nas prisões ilegais, na tortura e na podridão covarde eram os milicos
que se valiam de prédios e da estrutura do Estado. E ái de quem não aceitasse.
O
Palácio dos Bandeirantes não apitava nada. Apenas batia continência.
Enfim,
melhor o mal afamado Marin na CBF do que qualquer simpatizante do mengo, do fogão, do flu ou do vascão, pois na pior das hipóteses,
sempre será mais moralizador do que os anteriores que ocuparam o prédio do Largo da Alfândega.
Enfim,
o Expresso Vida apóia a permanência de Marin e de qualquer pessoa distante do
grupo carioca que administra o futebol. Inclusive apóia a transferência da sede
para Brasilia ou qualquer outro lugar.
Roberto J. Pugliese
presidente da Comissão de Direito
Notarial e Registros Públicos –OAB-Sc
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