02 agosto 2013

HAVELANGE, TEIXEIRA e Marin... Viva o futebol !


A decadência do futebol carioca.

 

 

 

José Maria Marin e o futebol carioca.

 

Durante muitas décadas o futebol brasileiro vem sendo administrado por pessoas que não tem boa fama. Haja vista o triste fim de João Havelange, todo poderoso presidente de honra da FIFA que perdeu a galhardia e é nome de pelo menos dois estádios de futebol no Brasil, um deles, por sinal, no Rio de Janeiro e interditado por falta de segurança, a despeito de sua recente inauguração.

 

Ricardo Teixeira é outro bom exemplo. Fugiu do país e se encontra instalado com dinheiro advindo de negociatas internacionais, celebradas com a conivência da família Marinho e que elegeu Miami como trono de seu decadente reinado, por inexistir nos States convenio de repatriação.

 

Pessoas suspeitas nos últimos anos assumem a direção da CBF e, acomodando situações favorecedoras ao futebol carioca e a interesses financeiros das Organizações Globo vem administrando o futebol brasileiro de modo bem aquém das necessidades.

 

José Maria Marin assumiu a direção da CBF sofrendo  inúmeros ataques: Primeiro porque pegou a medalha que estava no podium para premiação de um jogador. Segundo, sendo acusado como responsável pela tortura e morte de inúmeros inocentes que faleceram na delegacia da Rua Tutóia, em São Paulo, durante os anos de chumbo, quando era governador.

 

O Expresso Vida não tem procuração e não pretende defender o ex jogador  que preside a entidade máxima do futebol, mas por justiça é dever trazer informações para melhor apreciação e julgamento pelos leitores.

 

Vamos apontar fatos incontestáveis: O futebol carioca é decadente. Muito atrás do futebol paulista que com todas as mazelas e dificuldades é o futebol que melhor se apresenta e está bem melhor organizado, quer no que diz respeito à Federação Paulista de Futebol, quer no âmbito particular da maioria de seus clubes filiados.

 

Sem dúvida, a organização, patrimônio, instalações, acervo de jogadores e credibilidade entre tantos índices que revelam algum parâmetro, a fragilidade do esporte no Estado do Rio de Janeiro é latente.

 

Sobrevive, aos trancos e barrancos, com ajuda publicitária de sua divulgação ampla, pela rede Globo de Televisão, que há mais de 40 anos prestigia sem qualquer pudor o futebol carioca em detrimento dos demais centros desportivos do país.

 

No aspecto institucional, leva vantagem escancarada, por ter no seu território, a sede do Tribunal Superior de Justiça Desportiva e a CBF, além da Granja Comari e todo um aparato que fomenta o esporte no Estado.

 

Ainda vive e se vale da tradição de ser o futebol da capital do país, que se  apoiava nas emissoras de rádio em ondas curtas que transmitia o campeonato metropolitano do Distrito Federal e assim ajudou a fortalecê-lo como centro exponencial do melhor futebol brasileiro. O que é uma grande mentira.

 

O futebol carioca ao longo dos anos, por ter sido a capital federal recebeu ao longo da história recente do país, ajuda incomensurável, com a construção de estádios e veladamente, modernização de outros particulares...

 

O Maracanã surgiu assim: Ordem do Gal. Dutra. Hoje está a serviço de um dos clubes da cidade. O Engenhão, também construído com recursos federais é um elefante branco à serviço de um dos clubes da cidade E por aí vai, pois salvo o Vasco da Gama, que tem um estádio construído por volta de 1930, os demais clubes que se arvoram grandes, dispõe de pequenos estádios que não servem para receber jogos oficiais

 

E centro de treinamento é lorota. Tão incipientes que Murici Ramalho fugiu do Fluminense e o Flamengo se acanhou em convida-lo para ser técnico, pois ouviria um NÃO, pela falta de estrutura.

 

Os clubes do Rio de Janeiro situados no interior, além de mal administrados e individados, tem grande dificuldade para obter patrocínio, salvo dos poderes públicos locais e da União e não dispõe de estádios condizentes. São clubinhos que nem ascendem à série “ b” do campeonato brasileiro. Ademais as cidades do interior, são pobres, não dispõe de estrutura mínima, linhas de transporte aéreo e as rodovias estão mal conservadas... É o fim do mundo.

 

Outra ajuda tradicional é o patrocínio das empresas federais que investem nos clubes da Capital do Rio de Janeiro: Banco do Brasil, Petrobras, Correios etc ajudam tradicionalmente os clubes do Rio, pois a iniciativa privada não ousa e o Estado falido, não tem o que ou como assim faze-lo.

 

O futebol carioca há boas décadas sobrevive e se safa de tragédias, com dívidas astronômicas e calotes fenomenais. Acertos políticos evitam que clubes daquele Estado fechem.

 

O Marin, não é do grupo carioca. É paulista. Competente. Crítico. É de outra patota. Não compactua desses acertos tradicionais.

 

É preciso tirá-lo e colocar um Zagallo puxa saco ou qualquer simpatizante, nem que seja do norte ou nordeste, mas jamais ligado ao futebol paulista.

 

Então surgem denuncias de responsabilidade por furto da medalha e morte do  Herzog. Quanto a medalha, vai lá, vamos chamá-lo de ladrão como se os seus antecessores que levaram milhões da FIFA, da CBF e do fisco não o fossem.

 

Quantas medalhas foram surrupiadas pelos dirigentes da CBF? Até a copa Jules Rimet foi derretida e a história mal contada.

 

Quanto a truculência da morte do jornalista, merece reparo, pois, ainda que o presidente tenha sido vice governador do Paulo Maluf, então da Arena e assumido por descompatibilização daquele ao nobre cargo, a responsabilidade de segurança pública e tortura e atos espúrios, como é sabido, era da União, através de qualquer generalzinho ou sargento que assumia o posto...

 

Quem mandava nas prisões ilegais, na tortura e na podridão covarde eram os milicos que se valiam de prédios e da estrutura do Estado. E ái de quem não aceitasse.

 

O Palácio dos Bandeirantes não apitava nada. Apenas batia continência.

 

Enfim, melhor o mal afamado Marin na CBF do que qualquer simpatizante do mengo, do fogão, do flu ou do vascão, pois na pior das hipóteses, sempre será mais moralizador do que os anteriores que ocuparam o prédio do  Largo da Alfândega.

 

Enfim, o Expresso Vida apóia a permanência de Marin e de qualquer pessoa distante do grupo carioca que administra o futebol. Inclusive apóia a transferência da sede para Brasilia ou qualquer outro lugar.

 

Roberto J. Pugliese
presidente da Comissão de Direito Notarial e Registros Públicos –OAB-Sc

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