Vovó Conceição.
Lourenço foi muito ligado à
sua avó paterna. Sintonia plena. Conceição foi uma senhora muito querida.
Adultos, parentes, amigos da família, estranhos que a conheciam tinham ótima
impressão e gostavam da Dona
Conceição. Vizinhas, irmãs e irmãos. Os primos de Lourenço também a tinham
muito querida, porém, ele era o neto querido. ( acredita ).
E por estar assim próximo à
avó, numa determinada ocasião, talvez 1958 foi passar com Concheta, como era também conhecida entre as amigas e a tia Leta, a
caçula da família, quinze dias em Poços de Caldas.
Foram levados pelo pai que
passaram com a mãe, a avó, a tia um final de semana. De São Paulo para lá só
havia asfalto até Campinas. As demais estradas eram de terra batida. Muita
poeira. Mas qualquer 4 ou 5 horas de viagem
foi o suficiente. Ou mais.
Águas termais por
recomendação médica e o neto foi junto. Seu pai deu algum dinheiro para gastar
com algum sorvete ou gibi... Enfim para alguma pequena despesa que lhe
agradasse. Havia carrocinhas puxadas por
bodes e cabras...
Lourenço ganhara uma
carteira de plástico que tinha estampado
as fotos dos 22 jogadores de futebol que foram à época campeões do mundo na Suécia. Lembra-se que na
fileira de cima os titulares ( Gilmar, Djalma Santos, Beline, N. Santos, Dino,
Orlando, Garrincha, Didi, Vavá, Pelé e Zagallo ) e em baixo, os reservas.(
Castilho, De Sordi, Mauro, Zózimo, Zito, Oreco, Joel, Moacyr, Mazzola, Dida e
Pepe )Recorda-se que a cor que prevalecia na carteira era amarelo. Lá guarneceu
os valores recebidos.
Logo à primeira ou segunda
noite foram os três ao cinema e...
Lourenço perdeu a carteira. Voltaram no dia seguinte e mesmo com a intervenção
da tia que pediu que ascendessem as luzes não lograram êxito na busca.
Perdeu a carteira de dinheiro
com o que ganhara para passar os dias de
férias. Dois prejuízos bastante sentido.
A lição valeu. Passaram-se
mais de 50 anos e Lourenço nunca mais perdeu nada, pois soube se educar para
não esquecer objetos ou dispô-lo de modo a cair de bolso ou vir a perder de uma
ou outra forma. Tornou-se obcecadamente cuidadoso e sabe zelar por apetrechos
que carrega: chaveiros, carteira, lenço, óculos são acessórios que zela com
bastante atenção.
Noutra ocasião, ele e a avó,
foram à Porto Ferreira, na casa da tia Landa
e de lá para Tambaú, com o tio Maneco,
visitar o padre Donizete que abençoava as pessoas.
Estrada de terra. Foram de
carro de aluguel.
Recorda-se também que noutra
oportunidade ficaram alguns dias em São Vicente: ele, a avó e talvez a tia Leta.
Lourenço estava sempre
grudado com a velha senhora nascida em Taubaté que, após sua morte,em 1964, foi
homenageada tendo o seu nome emprestado
à uma rua do bairro do Butantã na capital.
Passados quase 50 anos da
morte da avó, Lourenço sente saudades e guarda lembranças queridas e ternas.
Muitas saudades.
Roberto J. Pugliese
www.pugliesegomes.com.brpresidente da Comissão de Direito Notarial e Registros Públicos –OAB-Sc
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