As decisões injustas em defesa do meio
ambiente.
Parece que estamos
vivendo momento de transição da paz para
a balburdia oficializada. Em nome do meio ambiente, da qualidade ambiental, da
preservação ecológica, da tutela da natureza, o homem está sendo humilhado e
sofrendo medidas brutais ordenadas pelos Poderes Públicos.
De um lado o meio ambiente e
de outro o ser humano. A matéria é extensa e complexa, motivo que será restrita
a focos objetivos dessas agressões truculentas.
No sul do país os
transgênicos estão sendo usados nas lavouras e sem qualquer preocupação com a
saúde e o meio ambiente, comercializados e utilizados sem observarem-se
garantias mínimas, homenageando-se o capital internacional e a
desnacionalização da lavoura e o grande latifúndio.
Em Florianópolis há um
shopping Center construído há poucos anos em cima de um manguezal. Tudo
aprovado e regular. Ambientalistas protestaram, mas o Poder Público oficializou
a obra e ela está dentro da ordem jurídica.
Na mesma cidade, na Costa da
Lagoa, um reduto ao longo da Lagoa da Conceição, uma comunidade inteira, com os
autênticos manezinhos da ilha ali
residindo já à quatro gerações , estão sendo ameaçados pela Justiça, para
demolirem suas casas, com mais de 100 anos algumas, por terem sido erguidas em
áreas de preservação ambiental.
O mesmo ocorre na ilha de
Cananéia, no Estado de São Paulo. Na Vila da Glória, em São Francisco do Sul e
numa porção de lugares que, em nome dessa preservação ambiental, o Poder
Público está ignorando o ser humano, a tradição, a economia, enfim, o poder
sócio político de comunidades tradicionais.
Guaraqueçaba no litoral norte do Paraná permanece isolada
pois a rodovia de 70 km. não é pavimentada em nome da preservação ambiental,
condenando a injustificada solidão, todo um povo que paga pelos abusos de
outros.
É lamentável o que se vê. O
que se constata. O que vem ocorrendo de norte a sul do país.
Enfim, insta salientar que a
própria legislação admite que comunidades tradicionais sejam preservadas nos
seus lugares de origem, mas no afã desmedido de estarem sob os holofotes e nas
tribunas das mídias, agentes personalíssimos de todos os Poderes da República
ultimam medidas injustas e violentas contra caiçaras, quilombolas, indígenas e
agora manezinhos de floripa.
Até quando?
Esse paradoxo espanta o
brasileiro de sua nacionalidade, de seu patriotismo e de seu encantamento pela
terra tão maravilhosa que é o Brasil.
Lamentável o que se constata.
Roberto J. Pugliese
Membro da Academia Eldoradense de Letras
Membro da Academia Itanhaense de Letras
Titular da Cadeira nº 35 – Academia São
José de Letras
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