Memória nº63
OAB – navegar no Tocantins.
A Ordem dos Advogados do
Brasil, secção Tocantins foi fundada logo após a criação do Estado, com sede
provisória na cidade Miracema do Norte, cujo nome, por ordem da Assembléia
Legislativa teve alterado, passando a chamar-se Miracema do Tocantins, também
capital provisória.
Uma casinha de adobe, com uma
pequena mesa velha, um arquivo de aço e uma secretária era a sede do Conselho
Seccional, situado nos fundos da residência de Augusto Pinheiro, o primeiro
presidente da OAB.To.
Com a transformação de
Taquaralto em Capital do Estado, a sede da OAB transferiu-se também para lá,
instalando-se provisoriamente em algum prédio improvisado até que o Conselho
Federal construiu a luxosa sede.
Enquanto isso, em Miracema a
sede do Conselho Seccional foi transformado em Subsecção e o Conselho Federal
construiu um prédio adequado às instalações condignas à instituição. Na sua
inauguração o valente batonier Marcelo Lavenere Machado esteve presente.
Lourenço, com a família também se dirigiu à solenidade, já que na condição de
presidente da maior subsecção do Estado entendia necessário sua presença.
Recorda-se que durante a cerimônia
que ocorreu à noite no clube Iracema, entre tantos e tantos discursos, o bispo
diocesano, Don Jaime Colins, irlandês, e sotaque carregado contou uma história
envolvendo Greenghald, advogado, que Don Apparecido, Bispo Diocesano de
Registro também contara.
Falou da importância da
Justiça e do papel dos advogados e relatou:
“.....
Ditadura militar. Luis Eduardo Greenghald então estagiário de grande escritório de
advocacia que defendia presos políticos. Haveria julgamento de recurso por um
Tribunal em Brasília. O estagiário se atrasa e ingressa no elevador privativo
dos ministros daquela Corte Superior. Comprimentam-se com respeito. Eles, os
ministros imaginam tratar-se de um funcionário. Ele quieto, imagina ser o único
elevador existente.
Durante o trajeto presta atenção na conversa:
- Vamos condenar. Você vota assim, você assado etc...
...”
(...)
No dia seguinte, o presidente
da OAB-TO programou um passeio de barco pelo rio Tocantins. Subir alguns
quilomentros e retornar, para que em seguida o presidente nacional e sua mulher
tomassem o avião retornando à Brasília.
Bonito passeio, que começou
com horas de atraso, e mais lento do que previsto. Também em relação à
embarcação, tratava-se de uma de transporte de carga, sem qualquer charme e bem
distinta das que Lavennere deveria estar acostumado, considerando-se que era de
Maceió.
O tempo fluía com mais
rapidez que o passeio e como não daria para retornar a tempo de tomar o avião,
foi decidido que desceriam numa fazenda e lá arrumariam uma condução para que
fosse levado diretamente ao aeroporto.
Um caminhão. As mulheres na
boleia junto com o motorista e os 3 presidentes na carroceria.... Foi a
solução.
Ao chegarem esbaforidos na
cidade, Lourenço ficou no hotel e os demais seguiram ao aeroporto.
Anos depois, Lourenço e o
então, já ex presidente Lavennere, voltaram-se a encontrarem-se numa solenidade
em Joinville, onde Lourenço se fizera presente representando a Faculdade de
Direito local.
Roberto J. Pugliese
presidente da Comissão de Direito
Notarial e Registros Públicos –OAB-Sc
Membro da Academia Eldoradense de Letras
Membro da Academia Itanhaense de Letras
Titular da Cadeira nº 35 – Academia São
José de Letras
Autor de Terrenos de Marinha e seus
Acrescidos, Letras Jurídicas
Autor de Direitos das Coisas, Leud
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