Não são poucas as formas de torturas que o
brasileiro convive. Há anos, o povo vê crianças que apanham; que não tem
escolas; que são prostituidas na tenra idade e não tem onde morar. Há anos,
convivem com o latifúndio explorador de mão de obra barata; da ignorância total
da massa que serve de manobras; da compra e venda de escravas brancas e
operários; da violência doméstica e das pequenas autoridades que se estabelecem
nas portarias, nas catracas, nos postos de saúde, nas repartições públicas e em
todos os lugares estratégicos... Autoridades autoritárias espalhadas pelas
repartições públicas de todos os Poderes e lugares, dizendo não ou se omitindo
nas suas relevantes obrigações.
Mas a violência que é praticada sob o aplausos das
elites, por mais medíocres que sejam, é a grosseria dos policiais. Policial
civil, policial federal, policial das forças armadas, enfim, principalmente
policial militar, aquele que tem patente, usa bota, farda e está armado é
violento e assusta. Bate pesado, chuta, responde mal, não respeita regras,se
impõe pela força e se acha importante porque saiu da favela onde era esmagado
socialmente e pretende a desforra.
O brasileiro é violento: aplaude a farra do boi, a
briga de galo, a luta livre e a queda de braço. Bate em mulher, espanca criança
e pratica tudo que o evangelho ou as
regras expressas pelas doutrinas religiosas proíbe.
Agora os mais frágeis se rebelaram... mostram-se e
enfrentam as autoridades. Revelam-se corajosas e colocam as instituições em
cheque. Os homens de fardas se cagam... tremem... é o que se preconiza há
vários anos e as elites não escutam.
A exploração exacerbada provoca reação. Logo logo
serão os banqueiros, depois os atravessadores... e assim, todos que se valem de
cargos e postos para imporem suas vontades de modo truculento, como se constata
há 5 séculos nesse país de aventureiros.
Mas como o país está na mais perfeita ordem, os
manda chuvas instituicionalizados continuam erguendo usinas em áreas indígenas
e construindo um palco colorido para a Copa do Mundo de 2014, jogando milhões
pela janela, sem se importarem com a realidade cruel que cerca as pessoas mais
humildes, os homens de bem e a sociedade estrangulada pela mídia, violenta e
perversa que engana a boa fé dos ingênuos que se divertem assistindo novelas,
espetáculos perniciosos e os jornalões que induzem escancaradamente ou de modo
subliminar ...
Enfim. Quem planta colhe. E a violência que se vive
diuturnamente pelo país inteiro, ora mais acentuada num espaço, ora noutro é,
por mais que se ignore, resultado da exploração tradicional que a elite
brasileira impõe às classes menos favorecidas.
Vale refletir.
Roberto J. Pugliese
www.pugliesegomes.com.br
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