Depois
do carnaval carioca é considerada a maior festa popular brasileira a
Oktoberfest que se realiza anualmente na cidade catarinense de Blumenau desde
1984.
É
notabilizada pelos atrativos postos à disposição daqueles que integram as
festividades. De um lado, turistas, principalmente do cone sul, dos Estados do
Sul, do interior catarinense e de todos os cantos do país, notadamente oriundos
de São Paulo e de outro os próprios blumenauenses que por mais de dez dias, se
envolvem nas comemorações.
São
brasileiros, jovens e maduros fantasiados de alemães estilizados, que já não
existem há décadas: Chapeuzinhos de feltros verdes, com fita acetinada em
vermelho e direito até a peninha enfeitando alguns cocos amarelos dos
descendentes germânicos.
São
gorduchos com bermudas e suspensórios verdes, em cima de camisas brancas de
mangas curtas,bordadas em vermelho, sapatos e meias três quartos,
caracterizando ridículas figuras que na contemporaneidade não existem se quer
no mais longínquo rincão de influencia teuta. Alguns acrescentam a esta
caricatura desatualizada gravatas igualmente verdes.
Carros
pipas distribuem cervejas e shops pelas avenidas da cidade; carros alegóricos
levam nas carrocerias meninas e meninos ridiculamente fantasiados, crentes que
estão imitando seus antepassados que colonizaram aquela curva do rio Itajaí,
que anualmente provoca enchentes e prejuízos financeiros ao povo daquela
paroquiana cidade que, um dia, antes da rodovia federal Mário Covas, foi a
principal do Estado, graças ao trabalho diuturno de seus colonizadores e
descendentes.
Enfim,
durante o mês de outubro a Blumenau germânica pensa que é Moniche e vive a
farsa de ser alemã, com gente parda, morena e oxigenada, fingindo-se de
arianos, como à época do Nazismo...
Meninas
também fantasiadas, alegram os olhares dos que participam das festas, mas
recatadas aos costumes germânicos provincianos, nada mais oferecem além da
alegria de seus belos rostos e chopp para os que degustam salchichas e quitutes bávaros.
Uma
alegria que provoca a ida de multidões para a cidade, trazendo além da bagunça
típica de festejos populares, dinheiro para o comércio local. Alegria de moços
e moças da terra da ex miss Vera
Fisher, que um dia foi linda representando a cidade, o Estado e o país.
Uma
folia com senhoras gordas, ronchonchudas, aloiradas, falando “aroz “ ao invés de arroz e acentuando os sotaques oriundos das inúmeras vilas isoladas
espalhadas pelo vale tortuoso e serra que abriga além de filhos de alemães,também
tem descendentes de austríacos, poloneses, suecos... italianos e brasileiros
que se orgulham da tradição e origem.
Só
que agora, São Paulo, a maior cidade catarinense do país, e a que concentra o maior parque industrial alemão do
mundo, fora do seu território , resolveu também organizar festa semelhante.
Os
organizadores se acertaram com as autoridades de Moniche. Nesse primeiro ano, a
festa será no Anhembi. Apenas 3 dias.
Enfim,
dada a grandeza e as condições de São Paulo para esse tipo de organização e a
existência de colônia alemã, catarinense e de curiosos da cidade ou de fora, é
de se prever com segurança, que em poucos anos, a festa germânica popular do
sul, perderá espaço para a Oktoberfest
de São Paulo.
Os
alemães, catarinenses e seus descendentes, que outrora viviam nas imediações do
Brooklin Paulista, Santo Amaro e
redondezas e hoje se espalham por toda metrópole, talvez inconscientemente
apagarão o brilho da acanhada Blumenau.
Vamos
aguardar. Quem viver verá.Roberto J. Pugliese
www.pugliesegomes.com.br
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