12 fevereiro 2013

Defesa e direito de resposta a texto tendencioso e preconceituoso.


Expresso Vida responde ao texto elaborado e publicado.

Inconformado e discordante do texto de lavra de Antonio Prata, o Expresso Vida, por meio de seu responsável, postou a seguinte resposta.  Após a resposta segue o texto original para conhecimento geral.

 Senhor Antonio,

Não o conheço.

Sei que é muito novo. Inexperiente. Não sabe da vida.

Mas lamento sua infelicidade. Paulistano que é talvez tenha sido deveras influenciado pelos seus patrões: Os grandes veículos de comunicações que sobrevivem atacando o inatacável. São Paulo e o seu sofrido povo também são vítimas.

Lamento, pois a referencia de sua familia, poderia facilitar a trajetória literária e seguir com brilho, os mesmos caminhos de seu consagrado pai. Aliás, diga-se de passagem, generosamente recebido e bem acolhido pelo povo paulista ao tempo que chegante de Uberaba com seus antepassados, enveredou-se para as letras, estimulado pelos dóceis empresários que cientes de seus dons incentivaram seus méritos e que agora, são objeto de chacotas pelo ilustre articulista.

Esse artigo, ensaio, conto ou simplesmente, esse caricato deboche, revela, data máxima vênia, a miopia socio politica que a opinião pública mantem, por influencia da mídia submissa a conceitos pré-estabelecidos, que a infelicidade o fez repetir por carecer de ampla visão real dos fatos e a serenidade reflexiva própria da maturidade. Para não dizer a coragem de enfrentar os jornalões e a opinião pública teleguiada.

A arrogancia inerente às elites não é peculiar à sociedade paulistana. Amplie os horizontes para os senhores de engenho, ou para os latifundiários do agro negócio. Foque suas lentes aos apanigúados do poder político que a serviço de castas impinam seus nasos ignorando os semelhantes que os rodeiam. Os barões dos feudos das comunicações sociais formam a elite mais poderosa, arrogante e sem ética, que oferece tostões para que sob a batuta de interesses abomináveis, subservientes teçam linhas que mantenham toda a nação alheia à realidade. Mire seu computador para o comportamento social dos Coroneis da Guarda Nacional, sobreviventes nos sertões de Pindorama, diplomados pelos guardiões da república, para manterem o povo submisso nas ações e no pensar. Volte-se para os usineiros do norte fluminense ou das Alagoas.

Elite é sempre elite, desde cartolas da CBF, até letrados da Casa de Machado de Assis, cobiçada, indisfarçavelmente, por puxas sacos do poder que lavram mal traçadas linhas sob a inspiração dos Marinho’s, Frias’s, Mesquita’s, Civita’s e intelectuais como Abravanel ou o Bispo Macedo e algumas poucas famílias, inclusive do Maranhão, como é por todos sabido.

Os Capitães de Indústria, os sócios da FIESP e o poderoso clã do potente comércio paulista, por mais ditadores de condutas que sejam, tornam-se menos desumanos se comparados aos colegas apontados acima, pois na terra dos bandeirantes, do MMDC, dos italianos plantadores de café, da USP, do Hospital do Coração, da Rodovia dos Imigrantes e por aí a fora, existem baluartes que prosélitos, como lembrado no seu malsinado texto, impõem breques e limites cujos resultados se expandem e servem de exemplo por todo o país.

Nunca se esqueça: Os paulistas são paradigmas !

Daí, repetir igual papagaio que não sabe o que diz, o que a mediocridade propala por razões mesquinhas, tentando desmoralizar a paulistaneidade caridosa e prestativa que ajuda a todos que buscam socorro ou sucesso, revela desconhecimento razoavel da realidade social, histórica e politica a par, da indisfarçável ingratidão.

Graças ao heróico empreendedorismo o paulista doa seu suor diuturnamente, transformado em receita federal, para que o país de adversidades extremas torne-se menos injusto. Por ser competente e determinado o povo paulista ve expropriada as riquezas que constroi pelo esforço desmedido. Essa elite criticada gera condições mínimas favoráveis à dignidade de compatriotas esquecidos pelas elites d’outros rincões perdidos.

Graças a elite paulistana a mídia gera espaços para que pseudos intelectuais possam fomentar, nas entrelinhas, a decadende ideologia ultrapassada da luta inóqua de classes, pondo o patrão em confonto com o empregado, de forma a incentivar o ódio, a subversão e a sabotagem.

O folklorico garçon não é o bom malandro carioca, de fala arrastada e conquistador. É um sabotador, que merece cartão vermelho por justa causa. É o exemplo de levar vantagem que voce ressussita.

Essa elite de empreendedores de direita, de esquerda, liberais, comunistas, conservadores, reacionários, corinthianos ou ateus, que não distingue origem de quem chega e que gera riquezas e empregos dígnos, para quem quiser realmente trabalhar sustenta todos permitindo a consolidação democrática de um país acostumado às botinas colonizadoras, imperiais e de caudilhos, heroicamente enfrentadas pelos paulistas de todas as fronteiras.

Esculhambar graciosamente o povo que organizado sabe construir o progresso e gerar riquezas é o incentivo à mediocridade e outorga de comenda ao Jeca Tatu e a Macunaima, o herói mau carater.

- Que infelicidade a sua. O dinheiro para o paulista é meio e não fim. É o instrumento para que merecidamente navegue pela baia de Angra ou deleite-se sob o sol de Marezias. Quem pode pode !

Seu desconhecimento se agrava ao transformar a poesia da terra da garoa numa simples lápide gelada, esquecendo-se que foi na Semana da Arte de 1922, idealizada e realizada no Planalto de Piratininga, que as artes plásticas, cênicas, literarias e todas as demais expressões tupiniquins passaram a ser reconhecidas, porque, à sombra do Colegio de Jesuitas, berço da grande metrópole, sempre se cultivou as letras. Desde seu ilustre fundador, que na areia da praia escreveu o Poema à Virgem, memorizando-o para imortalizar-se e vir a somar aos  motivos incontáveis que se permitiu erguer em 1823 a primeira Escola Superior dos trópicos verde amarelo. E da tribuna da tradicional escola, incontáveis brasileiros, enfrentaram a todos e a tudo, sem receio, em nome da ordem e de um país soberano e justo.

A elite intelectual plantada no asfalto da paulicea conduz,  não é conduzida.

E foi o combativo Monteiro Lobato, o mesmo que enfrentou as bombachas do gorducho dos pampas e o Tio San afirmando que havia petróleo e que o petróleo é nosso, que implantou a primeira editora brasileira, pois até então, nossos livros eram censurados e importados. Lembra-se desse fato relevante às autenticas letras brasileiras ?

Texto injusto. Texto fora da verdade. Irreal.

Atente-se: Quem não tem competencia não se estabelece. Para ser soberbo e poder mandar é preciso ter competencia, coragem, qualidade, atributos inerentes aos paulistas, seus filhos naturais e adotivos. Saber idealizar e ser realizador, condição que Sampa esbanja e não é de hoje.

E dada a profunda carencia endemica de competencia é que, os lembrados ícones da bossa-Brasil, precisaram se valer da Televisão paulista, do Marechal da Vitória, que idealizou o Fino da Bossa, a Jovem Guarda e outros espetáculos jamais repetidos, inclusive os primeiros festivais do Teatro Paramont que, os cariocas, os baianos e mesmo os mineiros do Club da Esquina surgiram no universo artistico e puderam desfrutar das mordomias da avenida Atlantica, da Vieira Souto e do Retiro dos Bandeirantes. ( Alguma coisa acontece quando eu passo na esquina da Ipiranga com a Avenida São João )

Enfim, não tenho muito tempo, porque trabalho e não fico divagando vendo o tempo passar. Não disponho de tribuna de longo alcance, nem sirvo aos doutos do capital internacional, tatuados nas veias das revistas, jornais, rádio e mídias travestidas de fomentadoras da cultura, saber e veículos de informações, para rebater ao texto que repudio e repudiarei  sempre, atingindo os mesmos desavidos leitores da empresa da Barão de Limeira. Mas da modestia dessa infovia e do meu blog exponho meus sentimentos.

Para não deixar dúvidas, abaixo transcrevo o malsina texto, que deveria ter sido publicado em O Globo, ícone da ascendência da Maravilhosa Cidade estagnada e não pela imprensa paulista, arrogante e tendenciosa. (?)

Atenciosamente,

Roberto J. Pugliese

 
Texto original

Cliente paulista, garçom carioca

Veja, aí estão eles, a bailar seu diabólico "pas de deux": sentado, ao fundo do restaurante, o cliente paulista acena, assovia, agita os braços num agônico polichinelo; encostado à parede, marmóreo e impassível, o garçom carioca o ignora com redobrada atenção. O paulista estrebucha: "Amigô?!", "Chefê?!", "Parceirô?!"; o garçom boceja, tira um fiapo do ombro, olha pro lustre.

Eu disse "cliente paulista", percebo a redundância: o paulista é sempre cliente. Sem querer estereo-tipar, mas já estereotipando: trata-se de um ser cujas interações sociais terminam, 99% das vezes, diante da pergunta "débito ou crédito?". Um ser que tem o "direito do consumidor" em tão alta conta que quase transformou um de seus maiores prosélitos em prefeito da capital. Como pode ele entender que o fato de estar pagando não garantirá a atenção do garçom carioca? Como pode o ignóbil paulista, nascido e criado na crua batalha entre burgueses e proletários, compreender o discreto charme da aristocracia?

Sim, meu caro paulista: o garçom carioca é antes de tudo um nobre. Um antigo membro da corte que esconde, por trás da carapinha entediada, do descaso e da gravata borboleta, saudades do imperador. Faz sentido. Para onde você acha que foram os condes, duques e viscondes no dia 16 de novembro de 1889 pela manhã? Voltaram a Portugal? Fugiram pros Açores? Fundaram um reino minúsculo, espécie de Liechtenstein ultramarino, lá pros lados de Nova Iguaçu? Nada disso: arrumaram emprego no Bar Lagoa e no Villarino, no Jobi e no Nova Capela, no Braseiro e no Fiorentina.

O pobre paulista, com sua ainda mais pobre visão hierárquica do mundo, imagina que os aristocratas ressentiram-se com a nova posição. De maneira nenhuma, pois se deixaram de bajular os príncipes e princesas do século 19, passaram a servir reis e rainhas do 20: levaram gim tônicas para Vinicius e caipirinhas para Sinatra, uísques para Tom e leites para Nelson, receberam gordas gorjetas de Orson Welles e autógrafos de Rockfeller; ainda hoje falam de futebol com Roberto Carlos e ouvem conselhos de João Gilberto. Continuam tão nobres quanto sempre foram, seu orgulho permanece intacto.

Até que chega esse paulista, esse homem bidimensional e sem poesia, de camisa polo, meia soquete e sapatênis, achando que o jacarezinho de sua Lacoste é um crachá universal, capaz de abrir todas as portas. Ah, paulishhhhta otááário, nenhum emblema preencherá o vazio que carregas no peito -pensa o garçom, antes de conduzi-lo à última mesa do restaurante, a caminho do banheiro, e ali esquecê-lo para todo o sempre.

Veja, veja como ele se debate, como se debaterá amanhã, depois de amanhã e até a Quarta-Feira de Cinzas, maldizendo a Guanabara, saudoso das várzeas do Tietê, onde a desigualdade é tão mais organizada: "Amigô, o bife era mal passado!", "Chefê, a caipirinha de saquê era sem açúcar!", "Ô, companheirô, faz meia hora que eu cheguei, dava pra ver um cardápio?!". Acalme-se, conterrâneo. Acostume-se com sua existência plebeia. O garçom carioca não está aí para servi-lo, você é que foi ao restaurante para homenageá-lo. E quer saber? Ele tem toda a razão.

antonioprata.folha@uol.com.br
@antonioprata
 
 
O Expresso Vida não aceita e repudia o conteúdo inverídico e tendencioso do texto supra.
 
Roberto J. Pugliese
Autor de Direito das Coisas, Leud
Autor de Direito Notarial Brasileiro, Leud
Membro da Academia Itanhaense de Letras.
 

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