Expresso
Vida responde ao texto elaborado e publicado.
Inconformado
e discordante do texto de lavra de Antonio Prata, o Expresso Vida, por meio de
seu responsável, postou a seguinte resposta.
Após a resposta segue o texto original para conhecimento geral.
Não
o conheço.
Sei
que é muito novo. Inexperiente. Não sabe da vida.
Mas
lamento sua infelicidade. Paulistano que é talvez tenha sido deveras influenciado
pelos seus patrões: Os grandes veículos de comunicações que sobrevivem atacando
o inatacável. São Paulo e o seu sofrido povo também são vítimas.
Lamento,
pois a referencia de sua familia, poderia facilitar a trajetória literária e
seguir com brilho, os mesmos caminhos de seu consagrado pai. Aliás, diga-se de
passagem, generosamente recebido e bem acolhido pelo povo paulista ao tempo que
chegante de Uberaba com seus antepassados, enveredou-se para as letras, estimulado
pelos dóceis empresários que cientes de seus dons incentivaram seus méritos e
que agora, são objeto de chacotas pelo ilustre articulista.
Esse
artigo, ensaio, conto ou simplesmente, esse caricato deboche, revela, data
máxima vênia, a miopia socio politica que a opinião pública mantem, por
influencia da mídia submissa a conceitos pré-estabelecidos, que a infelicidade
o fez repetir por carecer de ampla visão real dos fatos e a serenidade
reflexiva própria da maturidade. Para não dizer a coragem de enfrentar os
jornalões e a opinião pública teleguiada.
A
arrogancia inerente às elites não é peculiar à sociedade paulistana. Amplie os
horizontes para os senhores de engenho, ou para os latifundiários do agro
negócio. Foque suas lentes aos apanigúados do poder político que a serviço de
castas impinam seus nasos ignorando os semelhantes que os rodeiam. Os barões
dos feudos das comunicações sociais formam a elite mais poderosa, arrogante e
sem ética, que oferece tostões para que sob a batuta de interesses abomináveis,
subservientes teçam linhas que mantenham toda a nação alheia à realidade. Mire
seu computador para o comportamento social dos Coroneis da Guarda Nacional, sobreviventes
nos sertões de Pindorama, diplomados pelos guardiões da república, para
manterem o povo submisso nas ações e no pensar. Volte-se para os usineiros do
norte fluminense ou das Alagoas.
Elite
é sempre elite, desde cartolas da CBF, até letrados da Casa de Machado de
Assis, cobiçada, indisfarçavelmente, por puxas sacos do poder que lavram mal
traçadas linhas sob a inspiração dos Marinho’s, Frias’s, Mesquita’s, Civita’s e
intelectuais como Abravanel ou o Bispo Macedo e algumas poucas famílias, inclusive
do Maranhão, como é por todos sabido.
Os
Capitães de Indústria, os sócios da FIESP e o poderoso clã do potente comércio
paulista, por mais ditadores de condutas que sejam, tornam-se menos desumanos
se comparados aos colegas apontados acima, pois na terra dos bandeirantes, do
MMDC, dos italianos plantadores de café, da USP, do Hospital do Coração, da
Rodovia dos Imigrantes e por aí a fora, existem baluartes que prosélitos, como
lembrado no seu malsinado texto, impõem breques e limites cujos resultados se expandem
e servem de exemplo por todo o país.
Nunca
se esqueça: Os paulistas são paradigmas !
Daí,
repetir igual papagaio que não sabe o que diz, o que a mediocridade propala por
razões mesquinhas, tentando desmoralizar a paulistaneidade caridosa e prestativa
que ajuda a todos que buscam socorro ou sucesso, revela desconhecimento
razoavel da realidade social, histórica e politica a par, da indisfarçável
ingratidão.
Graças
ao heróico empreendedorismo o paulista doa seu suor diuturnamente, transformado
em receita federal, para que o país de adversidades extremas torne-se menos
injusto. Por ser competente e determinado o povo paulista ve expropriada as
riquezas que constroi pelo esforço desmedido. Essa elite criticada gera
condições mínimas favoráveis à dignidade de compatriotas esquecidos pelas
elites d’outros rincões perdidos.
Graças
a elite paulistana a mídia gera espaços para que pseudos intelectuais possam
fomentar, nas entrelinhas, a decadende ideologia ultrapassada da luta inóqua de
classes, pondo o patrão em confonto com o empregado, de forma a incentivar o ódio,
a subversão e a sabotagem.
O
folklorico garçon não é o bom malandro carioca, de fala arrastada e
conquistador. É um sabotador, que merece cartão vermelho por justa causa. É o
exemplo de levar vantagem que voce ressussita.
Essa
elite de empreendedores de direita, de esquerda, liberais, comunistas,
conservadores, reacionários, corinthianos ou ateus, que não distingue origem de
quem chega e que gera riquezas e empregos dígnos, para quem quiser realmente
trabalhar sustenta todos permitindo a consolidação democrática de um país
acostumado às botinas colonizadoras, imperiais e de caudilhos, heroicamente
enfrentadas pelos paulistas de todas as fronteiras.
Esculhambar
graciosamente o povo que organizado sabe construir o progresso e gerar riquezas
é o incentivo à mediocridade e outorga de comenda ao Jeca Tatu e a Macunaima, o
herói mau carater.
-
Que infelicidade a sua. O dinheiro para o paulista é meio e não fim. É o
instrumento para que merecidamente navegue pela baia de Angra ou deleite-se sob
o sol de Marezias. Quem pode pode !
Seu
desconhecimento se agrava ao transformar a poesia da terra da garoa numa simples lápide gelada, esquecendo-se que foi na
Semana da Arte de 1922, idealizada e realizada no Planalto de Piratininga, que
as artes plásticas, cênicas, literarias e todas as demais expressões
tupiniquins passaram a ser reconhecidas, porque, à sombra do Colegio de
Jesuitas, berço da grande metrópole, sempre se cultivou as letras. Desde seu
ilustre fundador, que na areia da praia escreveu o Poema à Virgem, memorizando-o para imortalizar-se e vir a somar aos
motivos incontáveis que se permitiu erguer
em 1823 a primeira Escola Superior dos trópicos verde amarelo. E da tribuna da
tradicional escola, incontáveis brasileiros, enfrentaram a todos e a tudo, sem
receio, em nome da ordem e de um país soberano e justo.
A
elite intelectual plantada no asfalto da paulicea conduz, não é conduzida.
E
foi o combativo Monteiro Lobato, o mesmo que enfrentou as bombachas do gorducho
dos pampas e o Tio San afirmando que havia petróleo e que o
petróleo é nosso, que implantou a primeira editora brasileira, pois
até então, nossos livros eram censurados e importados. Lembra-se desse fato
relevante às autenticas letras brasileiras ?
Texto
injusto. Texto fora da verdade. Irreal.
Atente-se:
Quem não tem competencia não se estabelece. Para ser soberbo e poder mandar é
preciso ter competencia, coragem, qualidade, atributos inerentes aos paulistas,
seus filhos naturais e adotivos. Saber idealizar e ser realizador, condição que
Sampa esbanja e não é de hoje.
E
dada a profunda carencia endemica de competencia é que, os lembrados ícones da
bossa-Brasil, precisaram se valer da Televisão paulista, do Marechal da
Vitória, que idealizou o Fino da Bossa, a Jovem Guarda e outros espetáculos
jamais repetidos, inclusive os primeiros festivais do Teatro Paramont que, os
cariocas, os baianos e mesmo os mineiros do Club da Esquina surgiram no
universo artistico e puderam desfrutar das mordomias da avenida Atlantica, da
Vieira Souto e do Retiro dos Bandeirantes. ( Alguma coisa acontece quando eu passo na esquina da Ipiranga com a Avenida
São João )
Enfim,
não tenho muito tempo, porque trabalho e não fico divagando vendo o tempo
passar. Não disponho de tribuna de longo alcance, nem sirvo aos doutos do
capital internacional, tatuados nas veias das revistas, jornais, rádio e mídias
travestidas de fomentadoras da cultura, saber e veículos de informações, para
rebater ao texto que repudio e repudiarei sempre, atingindo os mesmos desavidos leitores
da empresa da Barão de Limeira. Mas da modestia dessa infovia e do meu blog exponho
meus sentimentos.
Para
não deixar dúvidas, abaixo transcrevo o malsina texto, que deveria ter sido
publicado em O Globo, ícone da ascendência da Maravilhosa Cidade estagnada e
não pela imprensa paulista, arrogante e tendenciosa. (?)
Atenciosamente,
Roberto J. Pugliese
Cliente paulista, garçom carioca
Veja, aí estão eles, a bailar seu
diabólico "pas de deux": sentado, ao fundo do restaurante, o cliente
paulista acena, assovia, agita os braços num agônico polichinelo; encostado à
parede, marmóreo e impassível, o garçom carioca o ignora com redobrada atenção.
O paulista estrebucha: "Amigô?!", "Chefê?!", "Parceirô?!";
o garçom boceja, tira um fiapo do ombro, olha pro lustre.
Eu disse "cliente
paulista", percebo a redundância: o paulista é sempre cliente. Sem querer
estereo-tipar, mas já estereotipando: trata-se de um ser cujas interações
sociais terminam, 99% das vezes, diante da pergunta "débito ou
crédito?". Um ser que tem o "direito do consumidor" em tão alta
conta que quase transformou um de seus maiores prosélitos em prefeito da
capital. Como pode ele entender que o fato de estar pagando não garantirá a
atenção do garçom carioca? Como pode o ignóbil paulista, nascido e criado na
crua batalha entre burgueses e proletários, compreender o discreto charme da
aristocracia?
Sim, meu caro paulista: o garçom
carioca é antes de tudo um nobre. Um antigo membro da corte que esconde, por
trás da carapinha entediada, do descaso e da gravata borboleta, saudades do
imperador. Faz sentido. Para onde você acha que foram os condes, duques e
viscondes no dia 16 de novembro de 1889 pela manhã? Voltaram a Portugal?
Fugiram pros Açores? Fundaram um reino minúsculo, espécie de Liechtenstein
ultramarino, lá pros lados de Nova Iguaçu? Nada disso: arrumaram emprego no Bar
Lagoa e no Villarino, no Jobi e no Nova Capela, no Braseiro e no Fiorentina.
O pobre paulista, com sua ainda mais
pobre visão hierárquica do mundo, imagina que os aristocratas ressentiram-se
com a nova posição. De maneira nenhuma, pois se deixaram de bajular os
príncipes e princesas do século 19, passaram a servir reis e rainhas do 20:
levaram gim tônicas para Vinicius e caipirinhas para Sinatra, uísques para Tom
e leites para Nelson, receberam gordas gorjetas de Orson Welles e autógrafos de
Rockfeller; ainda hoje falam de futebol com Roberto Carlos e ouvem conselhos de
João Gilberto. Continuam tão nobres quanto sempre foram, seu orgulho permanece
intacto.
Até que chega esse paulista, esse
homem bidimensional e sem poesia, de camisa polo, meia soquete e sapatênis,
achando que o jacarezinho de sua Lacoste é um crachá universal, capaz de abrir
todas as portas. Ah, paulishhhhta otááário, nenhum emblema preencherá o vazio
que carregas no peito -pensa o garçom, antes de conduzi-lo à última mesa do
restaurante, a caminho do banheiro, e ali esquecê-lo para todo o sempre.
Veja, veja como ele se debate, como
se debaterá amanhã, depois de amanhã e até a Quarta-Feira de Cinzas, maldizendo
a Guanabara, saudoso das várzeas do Tietê, onde a desigualdade é tão mais
organizada: "Amigô, o bife era mal passado!", "Chefê, a
caipirinha de saquê era sem açúcar!", "Ô, companheirô, faz meia hora
que eu cheguei, dava pra ver um cardápio?!". Acalme-se, conterrâneo.
Acostume-se com sua existência plebeia. O garçom carioca não está aí para
servi-lo, você é que foi ao restaurante para homenageá-lo. E quer saber? Ele
tem toda a razão.
antonioprata.folha@uol.com.br
@antonioprata
@antonioprata
O Expresso Vida não aceita e repudia o conteúdo inverídico e tendencioso do texto supra.
Roberto J. Pugliese
Autor de Direito das
Coisas, Leud
Autor de Direito Notarial
Brasileiro, Leud
Membro
da Academia Itanhaense de Letras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário