Memórias nº83.
Mil Discos é o Limite.
Com nove anos de idade
resolveu participar do programa “ Mil Discos é o Limite”, com Fernando Sollera,
ancora da Rádio Bandeirantes.
Inscreveu-se, foi aceito e iniciou sua participação. Após o almoço, às 13 horas
começava o programa, cuja audiência aumentara dada a tenra idade do
participante.
O programa consistia em
questionar o ouvinte sobre determinada área do conhecimento e, mesmo cursando o
curso primário, estava se saindo bem e já tinha torcida. Parentes e amigos dos
familiares aproveitavam o horário para escutá-lo.
Diariamente Lourencinho como
era chamado respondia perguntas e ganhava determinado número de discos. Mil
discos seriam o limite, porem perdeu ao atingir quatrocentos e foi buscá-lo com
seu pai à Rua Paula Souza, num prédio velho onde funcionava a emissora que
ainda não dispunha de estação de televisão. Essa foi sua primeira experiência
no ar através do rádio.
Desembaraçado nas idas à
Porto Ferreira, nas esporádicas visitas aos primos, aproveitava a oportunidade
e ia à sede da administração do serviço que explorava alto-falantes que se
encontravam espalhados pela praça principal da cidade, frente à Igreja Matriz.
Também, ainda criança, com
frequência, quando descobriu o endereço da rádio, instalada em cima do cine
Jangada, na Praça Pio XII, em Itanhaém, sempre fazia uma visita ao locutor ou
ao proprietário, que se recorda era um senhor gordo, tratado por Gimenez. A
rádio Anchieta foi a primeira emissora que conheceu pessoalmente.
Nessa época, por volta de
1957 a radio Eldorado, do grupo O Estado de São Paulo, foi inaugurada e transmitia em ondas
médias, com a torre no alto da Serra do Mar, nas proximidades do Estrada Velha,
ou Caminho do Mar. Com essa posição, a rádio tinha um bom alcance no litoral e
disputava audiência com as poucas emissoras de Santos e adjacências.
Seu pai, com a casa nova
recém construída, ao lado do Rancho Santa Fé, entusiasmado comprou um rádio com
diversas fachas para captar transmissões em ondas curtas, médias e longas, já
que àquela época não era explorada a frequência modulada. O Zenith, com válvula
e antena consistente em fio a ser esticado, que ficava enrolado atrás da caixa,
permanecia sobre um móvel na sala de visita, e lá, quase que diariamente,
Lourenço fazia buscas por emissoras da região e do mundo.
Recorda-se que entrava muito
bem à noite, à radio Farropilha, de Porto Alegre, Guaruja de Florianópolis,
Atlantica de Santos, Eldorado de São Paulo.
Não conhecia Florianópolis e
ficava bem intrigado pelo nome da emissora que transmitia com bastante
potencia atingindo o litoral de Itanhaém.
Passaram-se os anos e indo
residir na capital catarinense, foi entrevistado por Marcelo Fernandes,
radialista de ponta e muito conceituado na região e revelou essa história,
deixando claro que o nome chamava atenção. Por seu intermédio, soube que a emissora fora fundada
por um paulista de Guarujá e que foi a segunda do Estado a ir ao ar . Soube que pertencia a família do ex governador que a comprara há muitos anos.
Em Itanhaém, logo que mudou
para a cidade, por volta de 1983, editou e participou em programas diários com
seu sócio João Carlos e um amigo de ambos, o corretor de imóvel Raul Coury.
“ Café com Champagne” cuja abertura tinha como vinheta “Champagne”
cantada em italiano, todas as manhãs, às nove horas. Luiz Barbudo, um
funcionário da Rádio Anchieta, a pioneira do litoral sul paulista dava apoio,
intervindo ou substituindo faltosos. Era o ancora profissional. Os quatros improvisavam como editores e locutores.
Jaime de Castro, proprietário
da emissora entrava no ar durante o programa e se manifestava contra ou a favor
de alguma opinião. Com meia hora de
duração e abordando notas sociais e jornalismo, principalmente político o
programa tinha seleta audiência que abrangia desde Peruíbe até a Baixada
Santista, segundo dizia os informativos e apontavam as pesquisas. Lourenço
apoiando Tancredo Neves e os demais, Paulo Maluf e a ditadura criava inclusive
um clima interessante de discussão, gerando expectativa aos ouvintes, que às
vezes ligavam emitindo opiniões.
Em Itanhaém certa vez foi
convidado para participar de um curso para radialistas organizado pelo Sesc ou Senac de
Santos. Sua participação foi lecionar
Direito, abordando assuntos relativos à radialistas. As aulas eram ministradas
no interior da Rádio Anchieta. Algo inédito segundo soube.
Depois, já em Gurupi, na
condição de presidente da OAB com frequência participava de programas ou
entrevistas, ao vivo ou gravadas, principalmente nas diversas emissoras de TV
ou na única emissora de rádio local. Deu incontável número de entrevistas na
cidade, em Porto Nacional e em Palmas.
Em Sâo Francisco do Sul
quando foi coordenador geral do Instituto de Defesa da Cidadania e Direitos
Humanos teve espaço na Rádio Difusora São Francisco, com programa semanal às
segundas feiras, às 13 horas, que abordava temas assim relacionados: Falava de
quilombolas, violência policial, indígenas, pescadores e direitos humanos e ambiental
de modo geral. " Cidadania
em Foco " que também retransmitia " O Potyron ", programa gravado em Belém do Pará, voltado para notícias indígenas. Semanalmente recebia fitas com alguns minutos de gravação do programa.
Esse programa era bastante variado, inclusive com entrevistas polemicas e denuncias graves contra pessoas integrantes da sociedade fransciquense e região.
em Foco " que também retransmitia " O Potyron ", programa gravado em Belém do Pará, voltado para notícias indígenas. Semanalmente recebia fitas com alguns minutos de gravação do programa.
Esse programa era bastante variado, inclusive com entrevistas polemicas e denuncias graves contra pessoas integrantes da sociedade fransciquense e região.
Sabe que tinha plêiade de ouvintes regulares e que, em razão das antenas serem direcionas, o programa era ouvido inclusive no litoral sul paulista. Amigos de Cananéia, chegaram a dizer que o ouviam regularmente.
Nesse tempo por inúmeras
vezes concedeu incontáveis entrevistas para a Radio São Francisco e outras
emissoras de Joinville, inclusive de Tv. Participou de programas jornalísticos
ora na condição de advogado defensor de direitos humanos ora como professor da
ACE – instituição de ensino na qual
lecionou durante quinze anos.
Logo que mudou para
Florianópolis se associou e passou a ter
programa semanal na Rádio Comunitária Campeche, cuja duração, mínima e regular
de cinco minutos, também trazia ouvintes cativos. Nele apresentava crônicas de
sua autoria, críticas e abordagens sobre o dia a dia, efemérides e assuntos
históricos ou do momento. Durante seis meses teve o espaço e editou " Cidadania em Foco".
Também tem, ao
longo do tempo, concedido entrevistas e participado de programas de televisão e
rádio jornalismo na Capital e em diversas cidades do litoral catarinense.
Numa oportunidade participou
de um programa jornalístico na rádio Nereu Ramos, de Blumenau, a primeira
emissora do Estado, inaugurada nos idos de 1940.
Nas sua andanças participando
de eventos e proferindo palestras, se recorda que já concedeu entrevistas em
São Luiz, no Maranhão; em Recife,Pe, em Paraty e Angra dos Reis, Rj. Certa vez,
de passagem por São Vicente,S.P. recorda-se que participou de programa de
debates na rádio CBN Litoral. Igualmente em Cananéia, Sp e Bertioga, no litoral
paulista. Lembra-se também que em Fernando Noronha esteve visitando a TV
Golfinho.
Enfim, Lourenço tem bastante
intimidade com a mídia de todos os espectros, falada, escrita e televisiva. Gosta
dessa atuação e procura sempre se aprimorar. Nas rádios, jornais e televisões
que esteve conquistou e mantém diversos amigos.
Roberto J. Pugliese
Autor de Terrenos de Marinha e seus
Acrescidos, Letras Jurídicas.
Autor de Direitos das Coisas, Leud.
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