Setenta anos após!
O Brasil é o país do engodo.
É histórico e cultural. O povo e o governo tem por hábito secular ludibriarem
os ingênuos. Lamentável que a história é repetida, desde que Cabral aportou na
Bahia até os dias de hoje. E o povo, ingênuo alguns e malandro outros, gostam
de miçangas e de cartórios.
O caudilho Vargas em troca de
benesses dos Aliados, pressionado pela opinião pública, entrou na guerra
mundial por volta de 1942 e entre os acordos firmados, foi incentivar a
plantação de borracha, para suprir o estoque necessário que o mercado precisava,
posto que a borracha do sudoeste asiático estava com os japoneses.
De modo inescrupuloso Getúlio
Vargas valeu-se da miséra humana decorrente da seca ordinária e tradicional do
Nordeste, especialmente no Ceará e incentivou a migração para o Acre.
Durante a Segunda Guerra
Mundial, cerca de 60 mil pessoas, a maioria da Região Nordeste, foram alistadas
para trabalhar na extração da seringa e reforçar a produção de borracha na
Amazônia. A borracha era enviada aos Estados Unidos e usada na indústria bélica
dos Aliados para a guerra contra as forças do Eixo.Eram chamados de soldados da borracha.
Getúlio Vargas como todo e
qualquer ditador prometeu mundos e fundos, inclusive trazer de volta esses
miseráveis, após o término da Guerra e indenizá-los pelo esforço de guerra. No entanto,
simplesmente foram abandonados.
Desde que chegaram, os
soldados da borracha, que saíram de clima seco, foram largados em fazendas
perdidas na selva, humidas, longe das famílias que ficaram para trás, sem
qualquer preparo e auxilio público.
Nunca foram indenizados ou
tiveram ajuda para retornar.
Fato típico da história do
país que se repete sob a vista de todos que fingem que não sabem. A direita, a
esquerda e todos que tem poder se omitem. Até aqueles descendentes desses
soldados nada fazem, e os que fizeram, assim fizeram, porém muito pouco, pelo
tamanho da tragédia.
Agora o Senado aprova u’a
emenda constitucional para que esses soldados recebam R$25.000,00.
O Expresso Vida indignado,
mostra a que ponto o povo brasileiro é abandonado históricamente ao seu próprio
destino.
Roberto J.
Pugliese
titular da cadeira nº35 da
Academia São José de Letras.
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