Para tristeza do povo sofrido do
arquipélago de Cananéia, lugarejo bucólico, sede de Comarca, ao sul do Estado
de São Paulo, ao longo de seus
quinhentos e tantos e tantos anos, por falta de visão e seriedade, a
cidade, aos trancos vê seu povo empobrecido e largado a esmo, sob a tutela de
coronéis que comandam política e financeiramente, impondo medo e castrando
alternativas.
Não há biblioteca pública
descente, a despeito do cabedal herdado de Paulino de Almeida e outros vultos
do rico sitio histórico. O museu municipal ora fechado, ora em reforma, ora
esquecido, está desprezado. A cidade permanece suja, sem qualquer brilho que
possa cativar, trazer e fazer retornar visitantes que se encantam não apenas
com os golfinhos da sua orla, mas com a preservação ambiental e o colorido
permanente do Mar de Dentro, dos canais, dos furados, cachoeiras e tantas e
tantas belezas naturais.
Lamentável a cidade abandonada.
A prefeitura cercada por muros
encardidos, escondendo o estacionamento de veículos num paço enlameado,
com lixo espalhados onde deveria estar o jardim formoso, cartão postal da
histórica cidade. São salas empoeiradas revelando o descaso daqueles que
deveriam zelar pela aparência, nas quais, teias de aranhas penduradas nos tetos
e cantos, contrastam com máquinas de escrever que semi destruídas, enferrujadas
pela corrosão do tempo, tão lerdas, como lerdos alguns desmotivados
funcionários, atendem no mau cheiroso ambiente, o público perplexo por tantos e
tantos paradoxos.
Que tristeza.
A cidade pequenina tem tudo para
se alinhar e de modo elegante cativar curiosos. Tudo lhe é favorável. Mas não
acontece.
A cidade permanece inerte aos fatos que lhes são favoráveis. O povo desapercebe sua vocação e aceita pacificamente o destino que seus representantes lhes impõe.
E o que é pior: De uns dez anos
aos dias de hoje, por razões das mais injustificáveis, os órgãos ambientais
alinham-se em determinar demolições de construções erguidas, tempos antes, que
hoje, na forma da lei, violam as garantias jurídicas que se aplicam ao meio
ambiente.
O Ministério Público não perdoa.
Pede a derrubada e numa lógica perversa, ignorando-se histórico local, a
Justiça complacente com a bitola dos requentes, deferem pedidos absurdos nas
ações civis públicas cujo mote é a demolição. Não tem perdão.
Lamentável. Uma síntese perversa
de Pindorama. Uma pipeta do que é o pais. Que tristeza.
Cananeia é a própria Pindorama
menor, que acolhe indígenas oriundos do Paraguai no seio do parque do Cardoso,
e ignorando o histórico social, ao mesmo tempo expulsa caiçaras e turistas do
mesmo parque, numa contradição própria do Brasil que não honra seu povo.
Lamentável. Drama de insucesso constante.
Enfim, mais um ano de vida. Mais
uma eleição. Mais tempo de esperança na terra do Bacharel...
Enfim, para não dizer que não
cumprimentei, aceno para os ilhéus, caiçaras, turistas e a todos que amam aquela recanto do litoral
paulista, parabenizando a todos pelo aniversário da então povoação de São João
Baptista de Cananéia.
Parabéns ! Muitas felicidades.
Roberto J. Pugliese
www.pugliesegomes.com.br
Cananéia é uma delicia! Como turista me entristeço pela falta de planejamento e cuidado com um patrimonio que é de todos nós. Vera
ResponderExcluirDOUTOR ROBERTO,SEI QUE O SENHOR NÃO SE LEMBRARÁ DE MIM ,MAS TRABALHEI DOIS ANOS NO SEU ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA EM CANANÉIA.É GRATIFICANTE ,DEPOIS DE TANTOS ANOS,SABER QUE O SENHOR SENTE ESSE CARINHO POR CANANÉIA.
ResponderExcluirWalquiria,
ExcluirSaudações.
Me informe seu endereço eletronico, para incluir nos informativos.
Prazer em ler sua mensagem, e saber que demonstro o carinho que dispenso por Cananeia.
Até breve,
Roberto
www.pugliesegomes.com.br
walquiriaalmeidareis@hotmail.com
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