09 outubro 2012

Cananéia: Ostras, cataia e boto cinza

Cananéia: Ostras, cataia e boto cinza.
 
A “ cidade ilustre do Brasil “ tem inegável potencial econômico  a ser explorado, que sendo equacionado de forma equilibrada, aumentará  substancialmente o PIB local e haverá de melhorar a distribuição de riquezas ao seu povo, com o aprimoramento de diversos segmentos produtivos  que atualmente se encontram esquecidos.
 
A indústria pesqueira é tradicional e razoavelmente desenvolvida, sendo empório de descarga de pescados que atrai empresas pesqueiras e pescadores profissionais de toda costa sul do país. Algumas pequenas adaptações permitirão melhor desenvolvimento da indústria e comércio pesqueiro, fortalecendo a referencia no setor, como já é há boa data.
 
Bom lembrar que a pesca artesanal principalmente é fator consagrado de distribuição de renda e que se trata de atividade limpa, não poluente, e se observado regras mínimas e costumeiras na atividade, também não degrada o ambiente, notadamente a fauna marítima e dos inúmeros rios que descem as encostas da Serra do Mar.
 
Mudança radical na exploração das ostras porém se faz necessário. A ostreicultora local, com nome tradicional há quase cem anos, reconhecida por sua qualidade em todo o país e no exterior, dia a dia está perdendo espaço para criatórios concorrentes, de qualidade inferior, notadamente de Florianópolis, Sc.
 
As autoridades públicas e a população local estão deixando escapar do controle um segmento singular de riqueza por desconhecerem o grande potencial. O Lagamar é o ambiente natural próprio para o desenvolvimento dessas espécies e com incentivos, fiscalização e fomento, pode transformar todo o município num verdadeiro pólo mundial de frutos do mar, especialmente as ostras, cujo habitat  é favorável.
 
Pesca e ostreicultura pode conviver harmoniosamente em Cananéia, gerando empregos, renda e ampla e justa distribuição de riquezas, equilibradas, limpas e sem qualquer agressão ambiental.
 
Os Poderes Públicos, no entanto não estão agindo minimamente para que essas atividades se realizem de modo a propiciar resultados favoráveis ao município. Junto com a profissionalização dos interessados nessa atividade, com implementação regular de cursos modernizando a criação, o cultivo, a comercialização, a burocracia junto aos órgãos fiscalizadores e tantas e tantas outras indispensáveis lições, é necessário que toda a comercialização esteja regularmente apta, coibindo com energia, negócios com frutos do mar produzidos sem a observação de normas impostas pelas autoridades federais.
 
É preciso divulgação ampla nos centros de consumo. É indispensável publicidade maciça, para que o consumidor relacione que ostra e Cananéia, ou Cananéia e ostra.  Trata-se de ação omissa pelo governo do Estado, que deveria ser bem mais atuante. Os resultados serão perceptíveis em pouco espaço de tempo.
 
Enfim, a economia daquelas ilhas será agitada sobremaneira em todo o arquipélago se as autoridades públicas, em especial os vereadores e o prefeito tomarem iniciativas e pressionarem deputados, senadores e o governador para que tutele a pesca no Lagamar e os criatórios de ostras. Haverá mudança favorável a toda população se as inúmeras organizações locais, associações de bairro e em especial a Associação Comercial e Industrial de Cananéia, se mobilizar de forma organizada para esse fim.
 
Caso contrario, se a omissão prevalecer,  percebe-se nitidamente que a cidade e seu povo irão sucumbir falidos, mormente com a atuação de agentes do Ministério Público que não dão sossego, promovendo em nome da ararinha azul, medidas judiciais visando demolir construções por toda a cidade...
 
Não basta a cidade está erguida no centro d Lagamar, ter a catáia como arvore símbolo e estar sempre sob os olhares do boto cinza e do jacaré de papo amarelo. É preciso que a população esteja bem alimentada, com dinheiro no bolso e o turismo seja incentivado de modo racional, para que o visitante vá, permaneça, volte, divulgue... e come ostra de primeira qualidade.
 
Roberto J. Pugliese

 

 

 

 

 

 

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