Cananéia: Ostras, cataia e boto cinza.
A “ cidade ilustre do Brasil
“ tem inegável potencial econômico a ser
explorado, que sendo equacionado de forma equilibrada, aumentará substancialmente o PIB local e haverá de melhorar
a distribuição de riquezas ao seu povo, com o aprimoramento de diversos segmentos
produtivos que atualmente se encontram
esquecidos.
A indústria pesqueira é tradicional
e razoavelmente desenvolvida, sendo empório de descarga de pescados que atrai empresas
pesqueiras e pescadores profissionais de toda costa sul do país. Algumas
pequenas adaptações permitirão melhor desenvolvimento da indústria e comércio
pesqueiro, fortalecendo a referencia no setor, como já é há boa data.
Bom lembrar que a pesca
artesanal principalmente é fator consagrado de distribuição de renda e que se trata
de atividade limpa, não poluente, e se observado regras mínimas e costumeiras
na atividade, também não degrada o ambiente, notadamente a fauna marítima e dos
inúmeros rios que descem as encostas da Serra do Mar.
Mudança radical na exploração
das ostras porém se faz necessário. A ostreicultora local, com nome tradicional
há quase cem anos, reconhecida por sua qualidade em todo o país e no exterior,
dia a dia está perdendo espaço para criatórios concorrentes, de qualidade
inferior, notadamente de Florianópolis, Sc.
As autoridades públicas e a
população local estão deixando escapar do controle um segmento singular de
riqueza por desconhecerem o grande potencial. O Lagamar é o ambiente natural
próprio para o desenvolvimento dessas espécies e com incentivos, fiscalização e
fomento, pode transformar todo o município num verdadeiro pólo mundial de
frutos do mar, especialmente as ostras, cujo habitat é favorável.
Pesca e ostreicultura pode
conviver harmoniosamente em Cananéia, gerando empregos, renda e ampla e justa distribuição
de riquezas, equilibradas, limpas e sem qualquer agressão ambiental.
Os Poderes Públicos, no
entanto não estão agindo minimamente para que essas atividades se realizem de
modo a propiciar resultados favoráveis ao município. Junto com a
profissionalização dos interessados nessa atividade, com implementação regular
de cursos modernizando a criação, o cultivo, a comercialização, a burocracia
junto aos órgãos fiscalizadores e tantas e tantas outras indispensáveis lições,
é necessário que toda a comercialização esteja regularmente apta, coibindo com
energia, negócios com frutos do mar produzidos sem a observação de normas
impostas pelas autoridades federais.
É preciso divulgação ampla
nos centros de consumo. É indispensável publicidade maciça, para que o
consumidor relacione que ostra e Cananéia, ou Cananéia e ostra. Trata-se de ação omissa pelo governo do
Estado, que deveria ser bem mais atuante. Os resultados serão perceptíveis em
pouco espaço de tempo.
Enfim, a economia daquelas
ilhas será agitada sobremaneira em todo o arquipélago se as autoridades
públicas, em especial os vereadores e o prefeito tomarem iniciativas e
pressionarem deputados, senadores e o governador para que tutele a pesca no
Lagamar e os criatórios de ostras. Haverá mudança favorável a toda população se
as inúmeras organizações locais, associações de bairro e em especial a Associação
Comercial e Industrial de Cananéia, se mobilizar de forma organizada para esse
fim.
Caso contrario, se a omissão
prevalecer, percebe-se nitidamente que a
cidade e seu povo irão sucumbir falidos, mormente com a atuação de agentes do
Ministério Público que não dão sossego, promovendo em nome da ararinha azul,
medidas judiciais visando demolir construções por toda a cidade...
Não basta a cidade está
erguida no centro d Lagamar, ter a catáia como arvore símbolo e estar sempre
sob os olhares do boto cinza e do jacaré de papo amarelo. É preciso que a
população esteja bem alimentada, com dinheiro no bolso e o turismo seja
incentivado de modo racional, para que o visitante vá, permaneça, volte,
divulgue... e come ostra de primeira qualidade.
Roberto J. Pugliese
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