Não é de hoje que de modo organizado
e cadente se trama contra São Paulo e seu povo.
Ora falam de sua elite, ora dos
bandeirantes, ora dos industriais... ora disso, ora daquilo. É evidente que há
uma campanha acirrada pelo país à fora para desmoralizar o povo paulista desde
a sua origem.
Em tudo, em todas as áreas e
segmentos e em todos os tempos se acusa o povo paulista de orgulhoso, violento,
explorador e outros qualificativos que sugerem um povo constituído por mal
caráteres que vivem às custas dos inocentes, pobres, dos que tem mão de obra
servil etc.
Vamos nos ater a campanha difamatória
dos bandeirantes de outrora. Sim, porque atacar os bandeirantes é uma forma de
desmoralizar a origem brava e altiva da paulistaneidade.
E de uns tempos para cá, intelectuais
que sabem tudo, notadamente da rica história paulista quando falam dos bandeirantes,
apenas citam que eram cruéis e violentos, sem apreciar ou analisar o contexto
social de então...
Imagine, ilustre leitor, forme o
quadro histórico social daquela época e da conjuntura cultural mundial então.
Imagine o aval da Igreja e o capitalismo em formação europeu se implantando na
Colônia...
Imagine que aqueles que atravessavam
o desconhecido... da Europa para as Índias, para as Américas, para o grande
Brasil colonial desabitado e desconhecido já eram por si valentes ou coagidos a
navegarem naquelas cascas de nozes...
Chegavam por aqui... diferentemente
dos norte-americanos e dos australianos que foram degredados para ficar, vinham para explorar. Era regra. A
Cultura. Incentivados pela Coroa nababesca e indolente e pelo clero sem
vergonha.
E explorar significa captação de
escravos, como permitia, admitia e incentivava o clero influente daqueles
tempos. Escravos eram os derrotados, não apenas negros e indígenas.
Imagine quem conhece a topografia da
barreira que separa o planalto da Baixada Santista, o quadro de dificuldade. Imagine
grupos de ousados subirem as escarpas da Serra do Mar para alcançar um planalto
desconhecido e lá se estabelecerem.
Se depararem com os Guaianazes... com
pacas e onças inexistentes na Europa... imagine se eram bonecas francesas ou
homens rudes e mulheres dispostas a acompanhar seus homens que escalavam
aquelas montanhas... 750 m de altura, penhascos, floresta atlantica...
Longe das feitorias, dos portos e do
contato com a civilização. Isolados, junto com animais tropicais, e habitantes
exóticos nem sempre ( com razão ) amistosos.
Assim surgiu a civilização paulista
que por mais que critiquem, era formado por bravos e valentes que enfrentaram o
desconhecido. Não atravessavam o Atlantico e subiam a Serra do Mar para brincar
de Corte e mesuras palacianas.
E quem subiu a serra do Mar e
enfrentou o desconhecido tinha animo e coragem suficiente para invadir o oeste
a procura de riquezas, bens e lamentavelmente, escravos, pois a verdade Divina
do Clero os admitia... Era a cultura. Era a Igreja agregada à riqueza dos mais
poderosos política e economicamente que dava o aval.
Era o Evangelho interpretado pelo
Papado que levava pessoas ao fogo por se rebelarem... Joana D'Arc, Galileu
Galilei são exemplos notórios...
As monções e as bandeiras iam com padres ... eram formadas por
mais de mil pessoas... Um batalhão enorme formado por gente de todas as
espécies. Como a policia hoje. Como o Judiciário, o MP, os advogados... com
gente de toda a espécie.
Falam que a Revolução de 32 foi um movimento da elite, como se apenas a elite
paulista fosse a elite perversa.
Os movimentos de massa começam sempre por S. Paulo... que enfrenta a elite e
essa recua.No entanto, são os homens da Industria Paulista, os Maluf
incompetentes que levam a fama, quando os das críticas...aliás se aliam ao PT.
É lamentável que o povo paulista e
seus governantes não se atentem para essa campanha infamante... direcionada a
um objetivo mesquinho.Bem triste que não usem a TV e a Rádio Cultura, da
Fundação Pe. Anchieta, para difundir a verdadeira história de S. Paulo...
O movimento constitucionalista, o
bandeirantismo e outros inúmeros movimentos intelectuais deveriam ser
lecionados com mais atenção nas escolas...Em todos os Estados da federação o
bairrismo é muito grande. TV e a midia enaltecem seus habitantes. Concursos
públicos são direcionados para que o natural do estado leve vantagem, a ponto
do concurso para magistratura de Santa Catarina, ter intervenção federal anos
atrás, em virtude das questões regionais direcionadas...A loteria mineira,
fazia propaganda antigamente, que A Mineira só dá para Mineiro e
assim vai... Os Centros de Tradição Gaúcha estão espalhados por todos os
cantos.
Até no Rio, que é metrópole, foi
capital do império e federal... há um bairrismo oficializado, amparado pelas
organizações Globo ( só a capital, porque o resto do estado é tão pobre quanto
o Piaui... só andando por lá para ver e crer )
Enfim, para não me alongar, assinalo
que não sou dono da verdade, mas assevero que a campanha é para desmistificar a
coragem, o trabalho, a organização politica, social, burocrática, educacional e
a tradição de um povo que Pro Brasilia fiant Eximia... e faz
mesmo, com ou sem reconhecimento dos brasileiros.
Um povo caridoso, amigo, que atende a
todos e recebe o imigrante de braços abertos.
Enfim mesmo, um povo que está sempre
dando as mãos para o próximo e que não é reconhecido. Um povo que não distingue
raça ou origem...bem diferente dos demais que por medo ou incompetência principalmente
seccionam os imigrantes do convívio, principalmente se o chegante for de S.
Paulo.
Prezados Leitores, leiem, releiem,
aditem, retifiquem, completem... enfim, acordem, pois o Brasil está cada vez
mais explorando escandalosamente o povo paulista.
Abraços
Roberto J. Pugliese
Caro Roberto,
ResponderExcluirRealmente, ultimamente tem sido comum culpar o Estado de SP e seu povo por todos os problemas do país, quando na verdade é o contrário, se o Brasil chegou onde chegou na economia mundial, foi graças ao nosso Estado, que já é a locomotiva do país desde a época do café.
Um povo que foi formado por muitos outros, desde os bandeirantes e outros colonos (nos quais estavam misturados portugueses, judeus, índios, e depois africanos), até os grandes imigrantes (os bravos italianos, alemães, portugueses, espanhóis, japoneses, judeus, árabes, armênios, poloneses, outros europeus, etc) que desenvolveram a indústria paulista.
E hoje, também os migrantes nordestinos, que dão seu suor e coragem para construir uma vida melhor aqui, já que na sua terra de origem, que o Governo Federal diz investir tanto dinheiro, não têm como sobreviver.
Porém o Governo Federal nos sobrecarrega com impostos, e depois não os investem aqui, principalmente por questões partidárias, pois o partido que há anos nos governa (PSDB) é o principal opositor ao do Governo (PT), que pensa que regulando dinheiro vai conseguir eleger seus candidatos aqui.
Somos forçados a ver Senadores e Ministros em recorrentes casos de corrupção roubando e torrando dinheiro público, que certamente vem em boa parte de SP! Chega desse desrespeito de Brasília!