São Paulo vai
completar o Rodoanel. –
O Estado de São Paulo foi autorizado pelo Senado Federal,
com o aval do Ministério da Fazenda, a contrair empréstimo vultoso, de 1,5
bilhões de dollares para completar o Rodoanel Mário Covas, uma obra viária, com
8 faixas de rolamentos que circunda a região metropolitana da Capital paulista.
Obra de grande importância para aliviar o trânsito de
veículos que atravessam a região metropolitana sem ter interesse em chegar na
Capital. Caminhões principalmente que do interior seguem para o litoral e
outros veículos deixarão de congestionar ainda mais o transito de 6 milhões de
veículos diários que circulam na Capital.
O importante da notícia é no sentido de revelar mais uma vez
que São Paulo investe e avança às próprias expensas, sem mendigar recursos
federais, para concretizar suas obras, que, aliás, são gigantescas e exemplares.
São Paulo pega o dinheiro no Banco Interamericano de
Desenvolvimento – BID e terá que pagar. Não é a fundo perdido. Não é doação. A
União apenas autoriza e avaliza. Mas como sempre, o Estado paga. Cumpre as
obrigações que assume.
Enquanto isso, a BR 116, rodovia federal que cruza o Estado
no sentido de São Paulo à Curitiba, no seu trecho sul, privatizada, com um
movimento que gira em torno de 30 mil veículos diários, ainda não foi
duplicada. Sem comentários: mortes, prejuízos, viagens demoradas,
congestionamentos gigantescos, tragédias há mais de trinta anos convivem na rodovia da morte.
No mesmo sentido, todas as rodovias federais que cruzam o
Estado de São Paulo, continuam sem investimentos e muito aquém das
necessidades. Um exemplo é a BR 153, a rodovia que no território paulista tem
trechos privatizados, onde o usuário paga pedágios e mesmo com elevado
movimento, não é duplicada. Rodovia com péssima qualidade e bem inferior as
congêneres estaduais.
A via Dutra, outrora designada BR 2, que parte do Rio de
Janeiro, a segunda metrópole brasileira e chega a São Paulo, também federal, é
privatizada e no trecho paulista, não suporta mais o excesso de veículos que
dela se valem, mesmo com as estaduais que correm paralelas, bem mais modernas,
como são a Rodovia Airton Sena e a Rodovia Carvalho Pinto, diminuindo um tanto
desse movimento.
A aludida rodovia por unir as duas principais cidades do
país deveria ser a estrada modelo, porém é um velho caminho pavimentado,
defasado e inseguro, que atravessa diversas regiões urbanizadas, bem
industrializadas que, dado o excesso de veículos, provoca congestionamentos
diários e acidentes freqüentes.
A par dessa grandiosa obra que é o Rodoanel Governador Mário
Covas que o povo paulista irá concluir as próprias expensas, insta anotar que o
túnel entre a ilha de Santo Amaro e a ilha de São Vicente, unindo o município
de Santos ao de Guarujá, já é uma realidade, pois os projetos já estão sendo
submetidos as aprovações diversas: Ministério da Defesa, em razão da base aérea
e do porto; órgãos ambientais e demais repartições federais que, anote-se, faz
com que a celeridade pretendida para inicio das obras perca o ritmo paulista de
ação.
Interessante lembrar que a obra une duas cidades do litoral
paulista, trata-se de mais um
investimento estadual, mesmo sendo de grande vulto, atravessando região
altamente povoada e o canal marítimo do estuário santista, enquanto que a Ponte
Gal. Costa e Silva, que une Rio de Janeiro a Niterói, foi erguida com recursos
federais e hoje é mantida por empresa privatizada que a explora.
São Paulo não depende, não chora, não reclama. São Paulo
faz. Não mendiga recursos federais. Trabalha e executa obras desde os tempos em
que era uma Capitania isolada, esquecida, parcamente povoada por poucos homens
duros e fortes. Desde os tempos da Província que sem ajuda do Império, valia-se
de seus próprios recursos para se manter.
Enfim: Non Duco, Ducor.! O povo paulista não é conduzido, conduz!
Roberto J. Pugliese
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