O grande paradoxo: Injustos e justos destinos de brasileiros notáveis.
A imprensa nacional está noticiando com bastante entusiasmo a prisão dos mensaleiros, que após oito anos de embates jurídicos sofrem as primeiras constrangedoras intimações das execuções de suas sentenças que parcialmente transitaram em julgado.
Ícones da política nacional estão se apresentando às Delegacias de Policia Federal de várias capitais e passivamente se entregando às autoridades competentes em cumprimento das ordens expedidas pelo Ministro Joaquim Barbosa, que indisfarçavelmente brilha em êxtase pelo cumprimento de seus mandados.
Alguns já estão presos cumprindo a pena decorrente da condenação parcial. Outro já fugiu e há também quem assim planeja agir.
O povo brasileiro em sua grande maioria, influenciado pela mídia direcionada e submissa a interesses contrários à própria população, igualmente acredita que os rumos históricos de 500 anos de corrupção estará mudando radicalmente, o que motiva alegria íntima na esperança que o país do futuro está se concretizando.
Paradoxal o que se vê.
A começar pela sentença prolatada por maioria de Magistrados nomeados pelo presidente Lula, integrante do Partido dos Trabalhadores, o mesmo que têm nos quadros, alguns dos condenados e partido líder de grupo maior que tem coordenado politicamente o Congresso Nacional e toda a República.
Mas também o paradoxo advém da certeza de que, nesse grupo de políticos e empresários condenados, parcela considerável deles, durante anos, arriscaram a vida para trazer ao país a normalidade democrática. E, tudo leva a crer, que o crime que praticaram, não trouxe acréscimo patrimonial particular, pois o que angariaram foi para investir politicamente e impor o programa partidário que pretendiam, subornando deputados e senadores para aprovação de suas mensagens e projetos.
O brasileiro por sua histórica vida sob custódia ante democrática tradicional, desde o descobrimento, não sabe conviver com o regime democrático. É conservador e autoritário. Quer mandar e impor pelo chicote a sua vontade. Haja vista que a Federação praticamente não mais existe, sendo o poder político concentrado exacerbadamente nas mãos da União que manda e desmanda e distribui esmolas a municípios e Estados.
Mas o paradoxo maior é que entre tantos condenados, muitos bandidos de colarinho branco e mandatos políticos em execução, permanecem fora das grades e com pinta de inocentes. Não é necessário arrolar a todos, pois a listagem é grande, mas basta registrar o nome de um que pode ser o símbolo da corrupção: Paulo Maluf.
E o povo aceita a figura do engenheiro deputado federal Maluf livre e com milhões de dólares em contas fora do país e não aceita que, por questões ideológicas os políticos mensaleiros poderiam ter montado o esquema de corrupção.
Enfim, enquanto a Prefeitura de São Paulo corre atrás de dinheiro depositado no exterior, advindo do erário e depositado na conta da família Maluf, os mensaleiros não tem o que devolver, a ponto da União se quer cogitar a devolução.
Paradoxal o que se vive nesta grande aldeia Tupiniquim !
Roberto J. Pugliese
www.pugliesegomes.com.brpresidente da Comissão de Direito Notarial e Registros Públicos –OAB-Sc
Membro da Academia Eldoradense de Letras
Membro da Academia Itanhaense de Letras
Titular da Cadeira nº 35 – Academia São José de Letras
Autor de Terrenos de Marinha e seus Acrescidos, Letras Jurídicas
Autor de Direitos das Coisas, Leud
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