10 novembro 2013

Maluf e o paraíso fiscal. ( memória nº 35 )


MEMÓRIAS nº35
O crime das Ilhas de Jersey.

 

Recentemente saiu na imprensa nacional que a Prefeitura Municipal de São Paulo ultimou providencias junto à Justiça brasileira e no exterior para recambiar valores que se encontram em contas fantasmas na Ilha Jersey, sob a responsabilidade do Deputado Paulo Maluf.

 

Advogados que representam a Prefeitura de São Paulo no exterior investigam a fundo o patrimônio de empresas controladas pela família do deputado Paulo Maluf (PP-SP)  estão agindo na tentativa de viabilizar a cobrança dos US$ 28 milhões (R$ 56 milhões) que a Justiça da Ilha de Jersey determinou que ele devolvesse ao erário municipal. A equipe da procuradoria do Município procura por ativos de até US$ 25 milhões, posto que as contas das empresas sediadas no exterior movimentaram apenas US$ 3 milhões em dinheiro, de acordo com a Procuradoria-Geral do Município.

 

A ilha de Jersey é um paraíso fiscal britânico.

 

Segundo a Justiça de Jersey as companhias Durant e Kildare foram culpadas de movimentação financeira ilegal, uma vez que elas receberam recursos desviados por Maluf de obras executadas no período em que ele foi prefeito, entre 1993 a 1996.

 

Essa história poderia ser bem diferente se anos atrás, ultimassem as providencias cabíveis àquele tempo. Isso porque Lourenço denunciou o fato e levou u’ a mala de documentos ao escritório político do deputado federal Carlito Merss em Joinville mostrando o que descobrira.

 

Foi acompanhado de Jorge o mecânico e assistente da diretoria do Instituto de Defesa de Direitos Humanos numa manhã de domingo previamente agendada. Lourenço àquele tempo era coordenador geral do aludido Instituto.

 

Espantado o jovem deputado, ouviu atentamente a história e minúcias, fez algumas perguntas, examinou o amontoado de fax e anotações, recolheu tudo e disse que entregaria ao Senador Suplicy, ambos do Partido dos Trabalhadores, pois era muita responsabilidade.

 

Lourenço desconhece qual foi o destino. Mas nada foi feito e deu no que deu. Demorou anos para se apurar o crime.

 

Lourenço amigo que era de Maria de Fetal, portuguesa, de origem francesa,  comunista, católica, devota de Nossa Senhora de Fátima e amiga do MST, era aluna de economia, na Universidade  Sorbonne.Era telefonista e camareira de um hotel onde o então prefeito municipal de São Paulo, engenheiro Paulo Maluf se hospedara e trocara ligações sobre o assunto.

Maria ouviu, anotou, copiou e mandou fax e Xerox pelo correio para Lourenço que, levou ao Deputado Federal que imaginou encarar e tomar as providencias indispensáveis.

 

Infelizmente nada aconteceu. Os documentos entregues ao deputado talvez até chegaram ao Senador Suplicy ou a Polícia Federal... Não deu nada.

 

Maria do Fetal anos depois procedeu a tradução de diversas obras jurídicas de autores franceses a pedido de Lourenço que pesquisava para elaborar um de seus livros. Maria faleceu em circunstancias trágicas e deixou saudades.
 

Roberto J. Pugliese
www.pugliesegomes.com.br
presidente da Comissão de Direito Notarial e Registros Públicos –OAB-Sc
Membro da Academia Eldoradense de Letras
Membro da Academia Itanhaense de Letras
Titular da Cadeira nº 35 – Academia São José de Letras
Autor de Terrenos de Marinha e seus Acrescidos, Letras Jurídicas
Autor de Direitos das Coisas, Leud

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