MEMÓRIAS nº35
O crime das Ilhas de Jersey.
Recentemente saiu na imprensa
nacional que a Prefeitura Municipal de São Paulo ultimou providencias junto à
Justiça brasileira e no exterior para recambiar valores que se encontram em
contas fantasmas na Ilha Jersey, sob a responsabilidade do Deputado Paulo
Maluf.
Advogados que representam a
Prefeitura de São Paulo no exterior investigam a fundo o patrimônio de empresas
controladas pela família do deputado Paulo Maluf (PP-SP) estão agindo na tentativa de viabilizar a
cobrança dos US$ 28 milhões (R$ 56 milhões) que a Justiça da Ilha de Jersey
determinou que ele devolvesse ao erário municipal. A equipe da procuradoria do
Município procura por ativos de até US$ 25 milhões, posto que as contas das
empresas sediadas no exterior movimentaram apenas US$ 3 milhões em dinheiro, de
acordo com a Procuradoria-Geral do Município.
A ilha de Jersey é um paraíso
fiscal britânico.
Segundo a Justiça de Jersey
as companhias Durant e Kildare foram culpadas de movimentação financeira
ilegal, uma vez que elas receberam recursos desviados por Maluf de obras executadas no período em que ele
foi prefeito, entre 1993 a 1996.
Essa história poderia ser bem
diferente se anos atrás, ultimassem as providencias cabíveis àquele tempo. Isso
porque Lourenço denunciou o fato e levou u’ a mala de documentos ao escritório
político do deputado federal Carlito Merss em Joinville mostrando o que
descobrira.
Foi acompanhado de Jorge o
mecânico e assistente da diretoria do Instituto de Defesa de Direitos Humanos
numa manhã de domingo previamente agendada. Lourenço àquele tempo era coordenador geral do aludido Instituto.
Espantado o jovem deputado,
ouviu atentamente a história e minúcias, fez algumas perguntas, examinou o
amontoado de fax e anotações, recolheu tudo e disse que entregaria ao Senador
Suplicy, ambos do Partido dos Trabalhadores, pois era muita responsabilidade.
Lourenço desconhece qual foi
o destino. Mas nada foi feito e deu no que deu. Demorou anos para se apurar o
crime.
Lourenço amigo que era de
Maria de Fetal, portuguesa, de origem francesa,
comunista, católica, devota de Nossa Senhora de Fátima e amiga do MST,
era aluna de economia, na Universidade
Sorbonne.Era telefonista e camareira de um hotel onde o então prefeito
municipal de São Paulo, engenheiro Paulo Maluf se hospedara e trocara ligações
sobre o assunto.
Maria ouviu, anotou, copiou e
mandou fax e Xerox pelo correio para Lourenço que, levou ao Deputado Federal
que imaginou encarar e tomar as providencias indispensáveis.
Infelizmente nada aconteceu.
Os documentos entregues ao deputado talvez até chegaram ao Senador Suplicy ou a
Polícia Federal... Não deu nada.
Maria do Fetal anos depois
procedeu a tradução de diversas obras jurídicas de autores franceses a pedido
de Lourenço que pesquisava para elaborar um de seus livros. Maria faleceu em
circunstancias trágicas e deixou saudades.
Roberto J. Pugliese
www.pugliesegomes.com.brpresidente da Comissão de Direito Notarial e Registros Públicos –OAB-Sc
Membro da Academia Eldoradense de Letras
Membro da Academia Itanhaense de Letras
Titular da Cadeira nº 35 – Academia São José de Letras
Autor de Terrenos de Marinha e seus Acrescidos, Letras Jurídicas
Autor de Direitos das Coisas, Leud
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