As duas filmagens mostram o rio Ribeira de Iguape desde sua nascente até a sua foz. Mostra um pouco da história da colonização de São Paulo e do Paraná.
Ele foi responsável pela colonização de vasta região dos aludidos Estados, antes constituindo-se apenas uma única Provincia do Império e uma única Capitania da Colonia. Foi ocupada a vasta região por faiscadores que subiram o Rio atrás de minérios preciosos que eram encontrados nos ribeirões e grotas nas montanhas e vales da bacia hidrográfica do Ribeira.
Daí Eldorado, antiga Xiririca, dada a quantidade de ouro que foi encontrado por lá.
Sete Barras, local da curva do Rio Ribeira onde, dizem, uma canoa virou e sete barras de ouro se perdeu no caudal do Ribeira.
Daí Registro, local onde as autoridades registravam o tráfego de mercadorias, notadamente ouro. E por fim Iguape, onde o governo mandou levantar uma fundição para controlar o tráfego de ouro que era exportado.
Posteriormente a região com o minério esgotado na superfície se transformou em produtora de arroz. Fazendeiros de toda a várzea formada pelo banhado das cheias do Ribeira fizeram de Iguape, o porto exportador, a capital do arroz brasileiro, ganhando notabilidade internacional.
Os anos seguiram e o arroz foi substituído pelo chá e pela banana.
Interessante observar que as cidades do Vale do Ribeira, na sua maioria estão situadas à beira dos rios da região, como se dá com Miracatu, Juquiá, Ribeira, Iporanga e outras tantas, nas quais percebe-se claramente que as Igrejas Matriz desses municípios estão sempre voltadas para os rios, posto que era o único meio de comunicação.
Outrora vapores seguiam de Iguape à Juquiá, à Eldorado e Iporanga transportando mercadorias e pessoas, que daí, tomavam outras embarcações em direção à Santos ou Paranaguá.
Agora, com a estiagem que se dá devido aos grandes aglomerados urbanos, o governo de São Paulo tem idéia de captar águas do rio Juquiá, tributário do Ribeira, bombeando para a região metropolitana paulistana, causando dano ambiental incomensurável.
Merece registro que o Vale do Ribeira é economicamente, culturalmente e geopoliticamente e fisicamente uma região que se destaca de São Paulo e do Paraná, sendo naturalmente uma área que poderia ser desmembrada constituindo-se num outro Estado da União.
Enfim, insta salientar que no final da década de 1970, Antenor, Gil e Roberto, o editor do Expresso Vida, num bote de inflar desceram de Registro à Iguape o Ribeira, navegando sem pressa, a favor da correnteza, num passeio inesquecível.
( Na foto Gil e Antenor navegando no Rio Ribeira )
Navegaram, o dia inteiro movido por um motor de popa de apenas 7 cavalos e aportaram no final da tarde no Mar Pequeno de Iguape. Não havia àquela época a barragem do Valo Grande.
Recomendável conhecer o Ribeira, atualmente bastante sofrido e assoreado, com bancos de areia e impróprio à navegação, dada a destruição da mata ciliar pelos bananicultores especialmente.
Roberto J. Pugliese
presidente da Comissão de Direito Notarial e Registros Públicos - OAB-Sc
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