Florianópolis: provincianismo contumaz.
Lamentável o que se percebe nitidamente na Capital do
Estado de Santa Catarina. A cidade tem vocação turísitica dada as belezas de
suas praias, lagoas, dunas, montanhas e toda a plástica natural que a qualifica
para ser exibida ao mundo inteiro.
Mas não basta a arquitetura que na melhor inspiração
divina toda a ilha e o sítio ao redor teve o privilégio de ser contemplado. No
mundo contemporâneo, quase instantâneo nas comunicações, em que não existe
oficialmente a censura para a manifestação de opinião, onde críticas visando
melhor aprimorar-se as atividades humanas, a desorganização institucional pesa
profundamente na qualificação da cidade em relação a sua qualidade de vida.
O IDH é fator que vale na apuração de valores que são
contabilizados para classificar-se esta ou aquela cidade no rol de lugares
propícios para receberem visitantes de todas as classes e condições.
E Florianópolis insiste em não se adequar a singular
posição de ser procurada por gente do
mundo inteiro dada a publicidade que naturalmente se espalhou, transmitindo
ideia totalmente equivocada da verdadeira realidade caótica e despreparada para
qualquer emprendimento de maior grandeza ou qualidade.
A passagem de ano, por exemplo, para Florianópolis
trata-se de data que o fluxo de visitantes aumenta sobremaneira. Não basta meia
hora de exibição de fogos de artifícios na Avenida Beira Mar Norte ou na Ponte
Hercílio Luz, com interdição do tráfego de veículos e desorientação geral aos
milhares de pessoas que irão circular nas imediações.
A organização provinciana do evento, ápice dos festejos
de final de ano, não orienta sobre estacionamento de veículos particulares ou
pontos de coletivos para transporte de passageiros. Não há sinalização qualquer
para suportar gente de níveis culturais e econômicos distintos que se perdem na
graciosa capital.
Não há policiamento espalhado pela cidade de modo a
transmitir segurança a população, com a presença de autoridades fardadas e
ajudando a minorar o caótico fluxo de autos que circulam das praias para o
local do espetáculo pirotécnico e depois retornam.
Os hospitais decretaram as Emergencias fechadas durante os feriados de final de ano. Absurdo,
porém verdade.
Congestionamentos quilométricos por ausência de
policiais preparados para improvisarem
alterações no fluxo de ida e depois de volta.
Ademais, falta costumeiramente água na cidade, causando
constrangimentos aos comerciantes, principalmente bares, restaurantes, hotéis,
pousadas que não podem apresentar higiene de qualidade exigida por turistas
mais viajados.
Falta luz. O excesso de demanda faz com que haja cortes
no fornecimento.
Prejuízos econômicos aos que investem na cidade e se
frustram.
Enfim, situação que contrasta com a vontade de ser um
destino turístico de qualidade, fazendo com que a capital catarinense continue
uma vila, mal administrada, sem projeto e planejamento para o futuro e o
presente, em que explora o turismo numa improvisação inconsebível.
Falta gente competente para fazer de Desterro a
verdadeira Floripa que seus habitantes querem e os que a visitam pensam que é.
Lamentável.
Roberto J. Pugliese
www.pugliesegomes.com.brMembro da Academia Eldoradense de Letras
Membro da Academia Itanhaense de Letras
Titular da Cadeira nº 35 – Academia São José de Letras
Nenhum comentário:
Postar um comentário