Parabéns, feliz anivesário!
Poesias da Amiga
Mario de Andrade
Mario de Andrade
Quando
eu morrer quero ficar,
Não contem aos meus amigos,
Sepultado em minha cidade,
Saudade.
Não contem aos meus amigos,
Sepultado em minha cidade,
Saudade.
Meus
pés enterrem na rua Aurora,
No Paissandu deixem meu sexo,
Na Lopes Chaves a cabeça
Esqueçam.
No Paissandu deixem meu sexo,
Na Lopes Chaves a cabeça
Esqueçam.
No
Pátio do Colégio afundem
O meu coração paulistano:
Um coração vivo e um defunto
Bem juntos.
O meu coração paulistano:
Um coração vivo e um defunto
Bem juntos.
Escondam
no Correio o ouvido
Direito, o esquerdo nos Telégrafos,
Quero saber da vida alheia
Sereia.
Direito, o esquerdo nos Telégrafos,
Quero saber da vida alheia
Sereia.
O
nariz guardem nos rosais,
A língua no alto do Ipiranga
Para cantar a liberdade.
Saudade...
A língua no alto do Ipiranga
Para cantar a liberdade.
Saudade...
Os
olhos lá no Jaraguá
Assistirão ao que há de vir,
O joelho na Universidade,
Saudade...
Assistirão ao que há de vir,
O joelho na Universidade,
Saudade...
As
mãos atirem por aí,
Que desvivam como viveram,
As tripas atirem pro Diabo,
Que o espírito será de Deus.
Adeus
Que desvivam como viveram,
As tripas atirem pro Diabo,
Que o espírito será de Deus.
Adeus
Roberto J. Pugliese
www.pugliesegomes.com.brAutor de Direito das Coisas, Leud
Membro da Academia Itanhaense de Letras.
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