MARIA DO FETAL DE ALMEIDA -
O Expresso Vida lamenta profundamente o falecimento de Maria do
Fetal de Almeida, natural de Portugal, com nascionalidade francesa, residente
no Brasil há mais de dez anos.
Morreu assassinada em sua casa, em São Paulo, no dia 31 de
Dezembro último. Seu currículo em defesa da humanidade e de um mundo melhor foi
construído ao longo dos anos e é dos maiores e melhores.
Aos sete anos de idade, nos tempos difíceis de Salazar, na tenra
idade infantil, na fronteira portuguesa, por não gerar desconfiança das
autoridades, levava correspondências sigilosas para adversários da ditadura.
Era época da Revolução dos Cravos.Despistava com sua inocência os guardas da
fronteira.
Foi criada na França. Pobre, estudou com dificuldade e se formou
na Sorbonne em pedagogia, tendo entre outros professores, o finado brasileiro
prof. Celso Furtado. Comunista e católica acompanhou os trabalhos do MST no
Brasil.
Fez mestrado na França e doutorado na USP, sendo aluna do
professor. Milton Santos.
Trabalhava com o MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra há
anos.
Interessante uma passagem de sua vida em que envolve o subscritor dessa nota e
merece ser divulgada:
Maria do Fetal era camareira num dos hotéis de grande luxo em
Paris. Era estudante, admiradora do MST e camareira. Um político de renome no
Brasil, hospedado por lá, estava negociando a remessa de dinheiro de São Paulo
para ilhas Jersey. Dinheiro ilícito e da corrupção. Ouviu. Sabia português.
Tirou cópias dos documentos e remeteu para o Brasil. O responsável pelo blog à
época, coordenador do Instituto de Defesa de Direitos Humanos e Cidadania,
junto com outro diretor, recebeu e levou ao então deputado Carlito Merss, que
assustado, disse que entregaria ao senador Suplicy. Ambos do Pt.
No entanto, à época os papéis não foram entregues ao Senador.
Ou, se foram recebidos nada foi feito. Anos mais tarde, o político foi
denunciado pelo crime que a Maria do Fetal descobrira...
Quando o responsável pelo blog escreveu Direito das Coisas, a
Maria traduziu muitos livros e artigos que instruíram o livro didático para o
curso jurídico que então lecionava.
Vale noticiar também que a finada era portadora de câncer há
vários anos e nunca se deixou abater pela doença.
O Expresso Vida lamenta, vale repetir, profundamente a morte da
Dra. Maria do Fetal de Almeida e se solidariza aos movimentos de direitos humanos
que estão sofrendo pela perda da grande entusiasta e militante.
Deixa pezares para a família enlutada.
Roberto J. Pugliese
Autor de Direito das
Coisas, LeudMembro da Academia Itanhaense de Letras.
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