Considerações sobre o heroísmo paulista.
É sabido que os aliados ao movimento iniciado por São Paulo
traíram os compromissos assumidos, impondo assim, esforço desmedido de seu
povo, para resistir às forças federais.
A Revolução de 1932 transformou em bandeirantes todos os que
lutavam contra a ditadura Vargas. Só os heróis de São Paulo poderiam salvar o
Brasil.
Mas sozinho sucumbiram.
O Mato Grosso descontente com a ditadura prometera 5 mil
soldados. Só chegaram três oficiais. O
General Flores da Cunha do Rio Grande do Sul, com a maior força militar na
época estaria com os insurgentes paulistas. Prometeu apoio. Vieram atirando e
matando os paulistas posicionados na fronteira de Itararé. Dutra, comandante
militar de Minas Gerais também afirmou que daria apoio com suas tropas. Balela,
da boca para fora. Veio contra os paulistas. Suas tropas cercaram o túnel da
Central do Brasil, onde as tropas paulistas estavam bem posicionadas e as
puseram no meio do fogo cruzado.
Os soldados constitucionalistas foram isolados por Dutra.
Mas resistiram. Conseguiram conter os mineiros e manter fora dos limites
estratégicos os federais vindo da Capital e os fuzileiros navais que de Paraty
tentaram desloca-los.
F oram heróis.
Contando os contingentes que manifestaram seu apoio em 9 de
Julho São Paulo saiu em direção a Capital Federal. Mas, traído, não atingiu seu
intento em derrubar a ditadura do caudilho Vargas.
E para não ser repetitivo, São Paulo ficou ilhado, sofrendo
bombardeio aéreo e terrestre por todos os lados. Traido, e cercado por todas as
fronteiras, não chegaram armas adquiridas na Argentina. Santos bombardeados,
assim como Campinas, Botucatu, e todas as cidades estratégicas, ficaram
isolados. Cubatão teve a usina hidroelétrica bombardeada.
Vasos de guerra federais fecharam o porto de Santos.
Ninguém entra, ninguém sai...Uma luta sangrenta e impiedosa
que mais uma vez revelou a coragem e a bravura do povo.
Mulheres e crianças nas fábricas. A indústria foi criativa,
construindo veículos, armas e o famoso trem blindado. Soldados sem armas usaram a matraca e resistiram até onde poderam, cessando fogo em 3 de outubro.
De 9 de Julho até 3 de outubro o povo paulista unido lutou pela liberdade, pela ordem jurídica, pela democracia... Por tudo de sagrado, mas sucumbiu.
Sucumbiu nas trincheiras, traído, mas não nos ideais. Altivo fora e assim permanecera.
Mas como é sabido, o paulista é como aço. Quebra, mas não se curva e conseguiu, fosse publicada a Constituição dois anos depois. São Paulo e seu povo permaneceram de pé. O caudilho sim, afogado em erros e incompetência, anos depois, perdeu sua vida por decisão própria. Vergonha da própria incompentencia.
Enfim, a data é comemorativa e não pode ser esquecida. E sempre é bom lembrar que pelo Brasil, fazemos coisas grandiosas.!
Roberto J. Pugliese
presidente da Comissão de Direito
Notarial e Registros Públicos –OAB-Sc
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