CUNHA X PARATy: Asfalto sai do papel.
A
cidade histórica de Paraty, no extremo litoral sul do Rio de Janeiro, se
manteve isolada durante longos e longos anos.
Não
havia estrada que ligasse o município ao restante do Rio de Janeiro. Apenas uma
precária estrada mal conservada, que no passado fora a ligação rodoviária entre
as minas de ouro de Minas Gerais e seu porto, via Cunha, no Estado de São
Paulo.
O
tempo passou e ouro e outros metais acabaram e o isolamento permaneceu.
Permaneceu deixando Paraty alheio ao mundo. Sò por mar era possível chegar
regularmente à cidade ou então, por Cunha, a Estancia Turísitca paulista.
Nos
anos sessenta, do século passado, houve até um movimento local pleiteando a
anexação do município ao Estado de São Paulo, dada as condições de isolamento.
No
entanto, tudo tem dois lados. Paraty isolado do mundo, com sua economia
estagnada, conservou suas feições. A arquitetura colonial permaneceu intocável
e com isso, se tornou um museo ao ar livre.
Nos
anos setenta, com a inauguração da rodovia federal, que do Rio de Janeiro segue
a Santos, passando por Paraty, a cidade foi descoberta.
Os
paulistas quer do litoral, da capital, do ABC, do Vale do Paraíba chegaram com
facilidade a Paraty e passaram a freqüentar a cidade que estava intocada. Os
cariocas e os mineiros idem. E o tempo passou e o município, com tantas praias,
ilhas e beleza incontável, passou a ser freqüentado por gente do mundo inteiro.
A
rodovia BR 101 foi o elo rodoviário principal de laço entre Paraty e o mundo.
Mas a antiga estrada do Ouro, ou seja, a rodovia Paraty – Cunha, com um trecho
de 8 km. de serra, no lado fluminense permaneceu precário e quase
intransitável.
No
trecho paulista, entre a via Dutra e a cidade de Cunha, o asfalto chegou há
décadas. E de Cunha em diante, a rodovia Paulo Virgínio, o paulista que empresta
seu nome à estrada paulista, herói revolucionário de 1932, até a divisa, também
foi asfaltado há muitos anos.
Restou
o trecho fluminense de serra, que atravessa o Parque Nacional da Serra da
Bocaina e que não tinha pavimentação. Os órgãos ambientais proibiam a
pavimentação asfáltica.
Agora,
o governo do Rio de Janeiro solucionou o problema e conseguiu autorização para
pavimentar a serra com bloquetes.
Foram iniciadas pelo Departamento de Estrada de Rodagem (DER), as intervenções de
drenagem e terraplanagem de trecho de 9,4 km. De acordo com o DER, cerca de 130
operários estão sendo empregados nas frentes de obras. Até o momento, foram
executados 75% da drenagem e 30% da terraplanagem nos quatro quilômetros
iniciais.
Enfim, depois de séculos, o Vale do
Paraíba terá ligação direta com o litoral sul do Rio de Janeiro, através de
estrada pavimentada.
O Expresso Vida parabeniza a
iniciativa e sugere que, assim como o IBAMA autorizou bloquetes para viabilizar
a rodovia, poderia agir da mesma forma no litoral do Paraná e paulista, unindo
Cananéia à Guaraqueçaba, o último trecho rodoviário da BR 101 não concluído.
Vai a sugestão.
Roberto J. Pugliese
presidente da Comissão de Direito
Notarial e Registros Públicos –OAB-Sc
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