BR 101 E OUTROS ENTRAVES.
Não
é de hoje que a sociedade catarinense busca das autoridades federais a
concretização da duplicação da rodovia Governador Mário Covas.
O
transito intenso bem superior a capacidade suportável, exige sua duplicação
desde São João do Sul, na divisa do Rio Grande do Sul, até Garuva, junto ao
Estado do Paraná, de forma a oferecer condições de segurança e mobilidade
razoável.
O trecho
norte, a partir da capital, se encontra privatizado e duplicado. Ainda que
alguns trechos, próximo a Itajaí e Joinville o trafego intenso já revela
necessidade de ampliação das faixas de rolamentos, ainda é suportável.
Na região
metropolitana da Capital, existe a necessidade, também pleiteada às mesmas
autoridades, que se construa o contorno de forma a permitir que o tráfego que
cruza pela rodovia no sentido norte sul ou contrário, não sofra os costumeiros
congestionamentos decorrentes do transito que há entre as zonas urbanizadas
locais, também muito intensas e freqüentes.
A BR 101
inegavelmente é estratégica e precisa ser duplicada e ao longo de Santa
Catarina modernizada em toda sua extensão, sendo reconhecidamente,
gargalo que contribui sensivelmente para a estagnação do desenvolvimento,
inclusive provocando sérios prejuízos ao Brasil, já que é rota rodoviária que
une países do MERCOSUL.
Há vários
anos as autoridades catarinenses buscam a compreensão do governo federal e
insistem que realize essa e outras obras indispensáveis em diversas outras
estradas federais que cortam o território catarinense. A imprensa solidária tem
ajudado bastante nesse sentido e os parlamentares, independente de siglas
partidárias, unidos num só coro, intermediado junto ao DENIT e mesmo à
Presidência da República o clamor aqui denunciado.
As
autoridades, imprensa e associações empresárias de um modo geral não param de
gritar, reclamar e pedir a duplicação do trecho sul da rodovia.
No
entanto os catarinenses esquecem que o país é grande e pobre. Que a União tem
parcos recursos financeiros e inúmeras prioridades. Esquecem que regiões
mais carentes dependem para tudo, do governo federal, de modo a transferir
prioridades para esses bolsões de pobreza em detrimento de regiões mais desenvolvidas,
como é Santa Catarina.
Esquecem
os catarinenses que o país não se resume ao laborioso Estado, que espremido na
região sul, por mais necessidade que tenha, sempre estará melhor servido e
assistido que os territórios longínquos do norte e centro oeste que ainda não
foram se quer desbravados.
Esquece o
povo e as autoridades barriga verdes que a BR 101, a maior rodovia brasileira,
também é projetada para atravessar lindeira à costa, São Paulo e Paraná e que,
dada a omissão federal, essas unidades federativas, assumiram a postura e
obraram rodovias estaduais de forma a suprir as exigências locais.
O litoral
paranaense é cortado por estradas que o próprio Estado construiu, que substitui
a rodovia em questão, e São Paulo, igualmente, às próprias expensas, tem no
lugar da rodovia Governador Mário Covas, a SP 55, com trechos que se inicia em
Ubatuba e termina em Peruíbe, ladeando seu populoso litoral, posto que a União
também não construiu a BR 101 que no papel, é de seu encargo.
Vale
mesmo lembrar que o distrito no Ariri, na divisa com o Paraná, em Cananéia, a
única união por terra ao restante do Estado, se faz através de precária
estrada, nem sempre transitável. Igualmente lembrar, que entre Peruíbe e
Cananéia, não há ligação costeando o litoral, isolando comunidades, entre
outras, Una, Guaraú, Porto Prelado, Porto do Ribeira, Subauna que deveriam ter
nas imediações trechos da inexistente e apenas projetada BR 101.
Importante
lembrar que Santa Catarina, mesmo com carências que refletem na qualidade
de vida de seu povo, é no quadro brasileiro, um dos principais, com economia
pujante, pois espalhado pelo seu território, mantém agricultura tradicional e
industria variada, de renome nacional e internacional, invejável. Dispõe de
comércio forte e o turismo é bastante concorrido, gerando empregos diretos e
indiretos e elevada arrecadação.
A
economia catarinense é classificada entre as dez maiores do país, propiciando
condições financeiras invejáveis. Forte, a ponto de o litoral abrigar
atualmente seis grandes e já tradicionais portos.
Enfim,
sem muito lero lero, o Estado de Santa Catarina ao invés de choramingar que a
rodovia não está pronta, que falta vontade política federal, que não são
ouvidos e isso e aquilo, deveria agir de forma erecta e altiva, e copiando a postura
do vizinho Paraná e da iniciativa paulista, promover a execução dos projetos
federais e duplicar por si a rodovia que, ao longo da costa litorânea sul,
ainda em obras, seria estadualizada e resolveria o problema que, ao que se
percebe é sério.
A característica
da personalidade que o catarinense estampa é de tratar-se de povo altivo,
orgulhoso e bastante laborioso. Assim, choramingar pedindo e reclamando que a
importante rodovia seja concluída é, sem dúvida, vergonhoso e prova de inegável
egoísmo, se for lembrado da situação em que se encontram as estradas, tão
importantes para o desenvolvimento nacional, existentes ou projetadas pelas
regiões mais distantes e carentes.
Quem quer
faz, quem não quer,manda. Se a falta de duplicação da rodovia Governador Mário
Covas é um entrave, mãos a obra. Faça por si. Mãos a obra. Faça ao invés de
esmolar.
Roberto
J. Pugliese
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